sexta-feira, 4 de junho de 2021

SANTIDADE E SANTARRICE: QUAL A DIFERENÇA?

Quando se fala nos termos "santidade", "santificação", "santificar", em alguns círculos evangélicos, a discussão é um tanto acalorada, desde os mais liberais aos ultraconservadores. Em alguns casos, a briga é feia! Vamos definir o termo à luz da Bíblia, nossa regra de fé e prática.


"Santificar" é "tornar santo" que, por sua vez, trás a ideia de "separação". A ideia é separar alguma coisa para uso exclusivo de outra. Relacionado a pessoa, o significado é ainda mais complexo. Aqui, cabe entender os significados "separado de" e "separado para". Assim, o entendimento fica mais claro. No Antigo Testamento, santificar coisas era separá-las DO uso comum PARA  o religioso. Isso pode ser comprovado em Êxodo 40.9-16, referente ao Tabernáculo e seus utensílios. É importante destacar que a palavra que aparece aqui é "ungir". Mas, também vale salientar que a mesma referência deixa claro que, após o ato cerimonial da unção, era santificado, comprovado pelas expressões: "será santo" (Exodo 40.9), "santificarás", "será uma coisa santíssima" (Êxodo 40.10,13). Quando lemos o capítulo 8 de Levítico vemos a consagração de Arão e seus filhos para o sacerdócio. Eles foram separados DA vida comum PARA o serviço de Deus. Aqui aprendemos que a vida de santificação reflete o propósito de Deus para conosco.


Ser santo é ser separado DO mundo PARA Deus, para o Seu serviço, para os Seus propósitos. Quando falamos em "mundo", nos referimos ao sistema mundano, contrário a Deus e à sua santidade. Mas, é uma pena que este conceito não seja entendido por muitos. Sendo assim, é importante salientar O QUE NÃO É SANTIFICAR-SE.


1. Não é se isolar. Muitos confundem santificação com isolamento. Não falar com ninguém, não sair de casa e não ter contato com nada. Pura tolice tal pressuposto;


2. Não é viver alienado. Tem pessoas que, para elas, até cuspir é pecado. Sorrir, brincar, se divertir é coisa do diabo. "Não pode". Outra prova ridícula de ignorância;


3. Não são usos e costumes. Estes, quando bons, dão prova da santificação na vida do crente, mas não se constitui a base da santificação.


A partir disto começamos a entender o que é SANTARRICE. A vida de SANTIDADE é vivida com base na Palavra de Deus. Já o SANTARRÃO cria suas regras de santidade e vive em torno delas. E a partir destas regras, ele passa a julgar os outros, chegando afirmar que os demais vão para o inferno. Se alguém pensa que somente a prostituta, o drogado, o adúltero, e o ladrão estão na porta do inferno, estão esquecendo de mais alguém: O SANTARRÃO! Pensa ele estar agradando a Deus com suas regras loucas e absurdas de santidade, mas está longe de Deus.


Ser santo implica em viver os propósitos de Deus, quando nos entregamos a Ele (2 Coríntios 7.1; 1 Pedro 1.15,16). Já o SANTARRÃO vive dentro do famoso PODE e NÃO PODE, nada na superfície a vida inteira, enquanto o verdadeiramente santo mergulha nas profundezas do Espírito. 


Sejamos verdadeiramente santos! Os santarrões sempre serão mais um na história, lembrados apenas por suas tolices.


À serviço do Reino, 

Ev Clenio Daniel

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