sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

RAQUEL: MULHER AMADA DE JACÓ - QUANDO O AMOR ANDA LADO A LADO COM O PROPÓSITO

Referência-chave: "E Deus lembrou de Raquel, a ouviu e abriu a sua madre" (Gênesis 30.22)


De acordo com a Bíblia, Jacó teve quatro mulheres: Léia e sua serva Zilpa (Gênesis 29.24); Raquel e sua serva Bila (Gênesis 29.29). Inicialmente Zilpa e Bila eram apenas servas das suas duas mulheres, respectivamente. Posteriormente, elas entraram no contexto de vida marital com Jacó (Gênesis 30.3,9). Mas, somente de Raquel e Leia é dito que "ambas edificaram a casa de Israel" (Rute 4.11). Veja que, na Bíblia, é a esposa quem edifica o lar (Pv 14.1). A mesma coisa não é dita de Zilpa e Bila.


O caso de Raquel merece especial atenção. Somente ela é chamada "mulher de Jacó" (Gênesis 46.19).


Leia declara algumas vezes os privilégios da vida conjugal: 

1. "Desta vez se ajuntará meu marido comigo" (Gênesis 29.34);


2. "Desta vez, morará meu marido comigo" (Gênesis 30.20). 


Leia não é a mulher amada. Alguém que faz barulhos sobre o seu relacionamento com Jacó. E Raquel? Sofria calada mas a Bíblia não faz silêncio quando chama ela "mulher de Jacó" (Gênesis 46.19). Não precisamos fazer barulho para mostrar que somos amados por alguém. Ser amado é o que basta!


Raquel sofre no lar por ser estéril. Sua irmã dá à luz muitos filhos à Jacó. E Raquel? Como fica nessa história? Apenas vendo sua irmã ser mãe. Existe grande diferença entre você ter inveja e se angustiar terrivelmente ao ver o sucesso dos outros. Leia, a mulher menos formosa que Raquel, virou mãe. Deu muitos filhos a Jacó. Não há dúvidas que Raquel indagava consigo mesma: "quando serei mãe?" O mesmo acontece conosco. Vemos outros progredirem na vida e perguntamos: "E eu, Senhor? Quando chegará a minha vez?"


Raquel dá por mulher a Jacó sua serva Bila para que lhe dê filhos (Gênesis 30.3,4). Mas não é a mesma coisa. Era o ventre de Bila que teve filhos e não o dela. E não é a mesma coisa! Ela aprende a almejar sucesso na vida vendo o ventre de outra mulher dar luz à filhos! Que prova! Teremos sucesso na vida, mas temos que aprender a aplaudir sucesso de outros que alcançaram algo primeiro que nós! Raquel tinha os filhos de Bila como se fossem seus filhos, porém, ainda não eram os seus filhos!


Contudo, Raquel era a mulher de Jacó. É com razão que o Espírito Santo inspirou o sacro escritor a reproduzir em Gênesis 46.19: mulher de Jacó. A mulher amada! Às vezes, nos distraímos no processo! Com Raquel aprendemos que os propósitos de Deus se manifestam no silêncio! Raquel não faz marketing para outros como Leia, mas era mulher amada! Os filhos, que viriam depois, eram a prova incontradizível de um amor, na galeria do silêncio onde não há barulho e nem palavra alguma que se possa ouvir. Mas, era mulher amada! 


O amor e o propósito andam lado a lado! O amor não anula o propósito e o propósito, por sua vez, não anula o amor. Deus ama os Seus e com cada um dos Seus tem propósitos sublimes. Porém, o amor e o propósito se manifestam no processo. O que é processo? É o conjunto das coisas que andam para frente. Deus tem tanto amor por nós que, tudo o que acontece é dentro do propósito que Ele tem conosco e é sempre para nos colocar para frente!


Quem puxava para trás era o pecado, quando éramos escravos do pecado. Agora, libertos do pecado, Cristo nos conduz para a frente!


Mas o propósito precisa se cumprir! E isso só acontece quando o processo finaliza. Diz o texto: "E Deus se lembrou de Raquel, a ouviu e abriu a sua madre" (Gênesis 30.22).


Vamos lá?


1°= "e Deus se lembrou de Raquel" - Como definir, aqui, a expressão "lembrar" se Deus não esquece de nada? A expressão significa que Deus, tendo visto a aflição de Raquel, viu que era o momento de dá um basta. Chegou o momento de Deus agir. Onde Deus estava em todo esse tempo? No mesmo lugar: no controle de tudo! Apenas chegou o momento dEle manifestar o seu agir e CUMPRIR O PROPÓSITO. É chegado o tempo! Tem coisa boa chegando aí!


2°= "a ouviu" - A Bíblia não registra o clamor de Raquel, mas registra que Deus a ouviu. Os clamores da alma, de um coração aflito, é delicado demais para serem registrados. Ninguém viu ela clamando, mas Deus viu! E inspira o escritor para registrar que Deus a OUVIU. É tempo de resposta!


3°= "e abriu a sua madre" - Seu ventre não era mais estéril. Agora, ela geraria filhos! Chegou o tempo de gerar! O tempo de frutificar! A Bíblia diz que Deus "faz que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos" (Salmos 113.9). 


Veja bem:


"A mulher estéril habite em família". Isso já aconteceu com Raquel, pois era casada.

Faltou a segunda parte: "alegre mãe de filhos". Não era somente "mãe de filhos", mas ALEGRE MÃE DE FILHOS.


Ao nascer o primeiro filho, ela testemunhou: "Deus tirou a minha vergonha" (Gênesis 30.23). Por muito tempo ela viveu envergonhada mas não viveu para sempre envergonhada. Deus tirou a sua vergonha! Ao conceber José, disse: "O SENHOR me acrescente outro filho" (Gênesis 30.24). Pronto! A benção estava completa! Além de habitar em família, Deus a fez alegre mãe de filhos! Mas, não para por aí! Diz a Escritura que Deus faz "além" do que pedimos ou pensamos. Sim ou não? Sim! É que diz a Escritura (Efésios 3.20). Ela queria somente um filho! E o que Deus fez? Deu um varão que, mais tarde, seria governador da maior nação daquela época: o Egito! Ela pediu um filho, Deus deu um governador. Do seu caçula, Benjamin, nasceu Saul que veio a ser Rei sobre Israel. Também da tribo de Benjamin veio o Apóstolo Paulo, a figura mais influente do Cristianismo depois de Jesus Cristo!


Nunca em seu tempo de vida Raquel imaginaria tamanha grandeza. Ela morreu com uma única certeza: era amada por Jacó. Mas o fruto do propósito estava no seu regaço (colo): nasceu José! Deus tira a vergonha e acrescenta a benção de maneira que a vergonha não é lembrada mais!

domingo, 10 de janeiro de 2021

AS CINCO LIÇÕES ESSENCIAIS DO CRISTIANISMO

 "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" (João 7.38)


1. "Quem crê em mim" - O Cristianismo é a religião da fé. Fé esta que não dá origem à existência de Deus, pelo contrário, Ele já existe. A fé é o meio pelo qual nos aproximamos de Deus (Hebreus 11.6). Quando o homem crê em Deus, está dando uma chance para si mesmo: "para que todo aquele que nele crê, não pereça" (João 3.16). Crer em Deus é dar um passo em direção a Ele em favor de si mesmo. Não é Deus quem necessita do homem, mas, o homem quem necessita de Deus.


2. "Como diz a Escritura" - O Cristianismo é a religião do Livro. Devemos crer em Cristo, segundo o Testemunho das Escrituras a Seu respeito. Muitos crêem em Cristo segundo os seus achismos, segundo as vãs filosofias, segundo as especulações da falsa ciência, enfim, até mesmo segundo o argumento pernicioso dos Teólogos liberais que não respeitam a autenticidade das Páginas Sagradas. Devemos crer em Cristo "como diz a Escritura".


3. "rios de água viva". O Cristianismo é a religião viva, que tem origem no Deus vivo, que testifica do Cristo vivo, tem como testemunho a Palavra (Hebreus 4.12), em conjunto, com a ação do Espírito do Deus vivo. O Evangelho é poder de Deus que vivifica o homem que está morto. Nada é morto no Cristianismo. É a religião do Deus da vida.


4. "correrão". Em outras traduções lemos "fluirão". O Cristianismo é a religião da voluntariedade. É a religião do amor. Se é pra "fluir" não precisa forçar, manipular, pressionar, ameaçar, violentar, impôr pela dureza e pela ditadura. É algo que vai "fluindo" em decorrência da operação genuína do Espírito Santo por meio da Palavra de Deus.


5. "do seu interior". O Cristianismo não é a religião da APARÊNCIA, e sim da ESSÊNCIA. É uma transformação que ocorre de dentro para fora. Deus sempre olha para o interior (1 Samuel 16.7; Salmos 139). Achamos a Deus quando o buscamos "de todo o coração" (Jeremias 29.13), a piedade de vida consiste em guardar a Palavra de Deus "no coração" (Salmos 119.11). Sob estes prismas a Igreja segue sua vitoriosa marcha.

sábado, 9 de janeiro de 2021

O QUE É RELIGIÃO?

"Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã.

A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo." (Tiago 1.26,27).


Existe uma demonização da palavra "religião" no meio evangélico. Seja nas grandes cátedras, seja nas pequenas comunidades de fé, seja no campo da erudição teológica, seja entre os leigos. As opiniões são várias, entretanto, uma boa parte traz uma conotação negativa desta palavra. É necessário, portanto, um esclarecimento do assunto, à luz das Escrituras. 


Vejamos o que o texto sagrado nos diz: "Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes, engana a si mesmo, a religião desse é vã" (Tiago 1.26). Veja que a vida religiosa está associada ao refreio da língua (o termo, aqui, se associa à fala, e não ao órgão). O modo como falamos identifica quem somos e, com isso, o refreio ou não da língua diz muito a respeito do caráter. Se não há freio na língua, isso prova a falta de sabedoria e de prudência, e a vida religiosa da tal pessoa é vã, ou seja, inútil. Temos aqui um "religioso inútil", pois afirma ser alguma coisa, mas não tem o controle da língua.


No versículo 27, Tiago fala da "religião pura e imaculada para com Deus". Isso significa que existe o lado bom da religião, ignorado por muitos. A palavra "pura", no contexto do versículo, contém a ideia de algo que "não se mistura" ao passo que o termo "imaculado" significa "não contaminado", "aquilo que sofre nenhuma mácula". Veja bem, Tiago fala da religião pura e imaculada "para com Deus", ou seja, aos olhos de Deus. Vemos que a vida religiosa pode sim, agradar a Deus, quando esta condiz com suas diretrizes.


Há problemas com a religião? Digo que há problemas com o excesso dela, a RELIGIOSIDADE. Esta, sim, prende seus adeptos com seus excessos de regras descabidas em nome do zelo sem entendimento. São zelosos, mas sem entendimento (ver Romanos 10.2). Enquanto a religião, dentro do modelo bíblico e do aspecto aqui apresentado, te faz OBEDIENTE, a religiosidade te faz OBEDECENTE. Muitos confundem "obediência" com "obedecência", sendo que as duas são diferentes. O verdadeiro ato de obediência está embasado no entendimento e na maturidade bíblica, já a "obedecência" é cega: simplesmente tem que obedecer, não importa como. Este é o desfecho da RELIGIOSIDADE. Na obediência, há propósito; na obedecência, um zelo desprovido de entendimento, baseado num absurdos de regras que devem ser cumpridas unicamente por causa do medo do inferno.


É errado ter medo do inferno? Não! Porque ele é real! Porém, esta não deve ser A ÚNICA RAZÃO que me leve a servir a Cristo!


Religião é "religar-se" com Deus. A religião é divina? Não! Por que? Porque Deus não é religioso! A religião é humana? Sim! Por que? Porque diz respeito à experiência humana na sua relação com o Criador. É no sentimento religioso, inato no ser humano, que este tem a real noção de um Ser Superior que deve ser temido e obedecido. Até aí tudo bem. Nada nocivo. O grande problema é a forma como a religião é usada para manipular pessoas, pressionando-as a fazer isso ou aquilo. "Faça isso e será abençoado", como se fosse uma relação de troca, de dar e receber, sendo que "a religião pura e imaculada para com Deus" não se baseia nisso. Veja o que o versículo (Tiago 1.27) diz, um dos distintivos desta religião é "guardar-se da corrupção do mundo". Mais do que uma relação de troca! Vai bem além disso! Muitas Comunidades de Fé enganam seus fiéis com falsos pressupostos e o pior: usam a Bíblia para fundamentar seus argumentos fraudulentos, que vão levando muitos à perdição. Deus tenha misericórdia! 


Em Cristo, 

Ev Clenio Daniel Parente Mendes