terça-feira, 1 de junho de 2021

É CORRETO EXCLUIR ALGUÉM DA IGREJA?

Muitas pessoas dentro da Igreja não aceitam essa ideia de excluir alguém da comunhão da membresia da igreja. Consideram tal prática radical até ao extremo e com isso afirmam que isto é desnecessário. Há muito o que falar disso. Como as Igrejas e pastores encaram isso?


Algumas Igrejas adotam isso como REGRA, ou seja, cometeu um pecado grave como, por exemplo, o adultério, já tá excluído e, com isso, nem salvação a pessoa tem mais! Pesado, não?! E quando a pessoa se arrepende e deseja mudança? Mesmo assim não tem salvação? Fica a pergunta!


Uma boa parte das Igrejas adotam a exclusão como a EXCEÇÃO DA REGRA, ou seja, ela é aplicada mas não de imediato. Quando se aplica a exclusão? Quando todas as medidas aplicadas para o disciplinado voltar à comunhão forem esgotadas e o mesmo não mostrar atitude de arrependimento. Não houve mudança? O comportamento é o mesmo, principalmente depois de a Igreja ter efetuado TODOS os procedimentos para tentar restaurar o disciplinado à comunhão da Igreja? O que resta é, então, a exclusão!


Isso não exclui a misericórdia, o amor e a compaixão, pois, houve uma insistência por parte da Igreja, um apelo para que a pessoa se regenerasse e ainda assim o tal não mudou. Convenhamos, é mais fácil reparar o lado negativo da questão, a pessoa ser excluída, mas quase ninguém observa o quanto que a Igreja fez pela reconciliação da pessoa. Verdade é que há Igrejas que descumprem esse papel, mas não vamos generalizar, há outras que cumprem à risca os ensinamentos de Cristo, lutando com pessoas que andaram na senda do erro, almejando ele se volte para Deus. 


A Escritura nos traz ricos exemplos disso. Eis um exemplo: 


"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se ainda não escutar, dize-o à Igreja; e se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano" (Mateus 18.15-17). Veja que, neste ensinamento dado pelo Senhor Jesus, por três vezes vemos a expressão "se não te ouvir", "e se não as escutar" e finalmente "e se também não escutar a igreja" (Mateus 18.16,17). Tais expressões apontam para a possibilidade de que há pessoas que se mostram irreconciliáveis. Existem pessoas assim? Infelizmente, aos milhares! Bom seria se não houvesse!


Há um caso que merece atenção. Consta na primeira carta de Paulo ao jovem pastor Timóteo, onde ele diz: 


"Conservando a fé e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram náufragio na fé, e entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar" (1 Timóteo 1.19,20). Pelo que se pode depreender das palavras do Apóstolo, os tais homens caíram deliberadamente no mais severo grau de apostasia, vejam: "naufragaram na fé", ou seja, desviaram-se da verdade, caindo no pecado da blasfêmia ("para que aprendam a não blasfemar"). Os estudiosos afirmam que a expressão "entreguei a Satanás" indica que foram privados da comunhão da Igreja, o que, em nosso caso, entendemos como exclusão.


A prática da exclusão, quando aplicada de forma legítima, não exclui o amor de Deus, ao contrário, só mostra a conduta obstinada da pessoa que, em momento algum, se rendeu ao Evangelho, antes, "pisou o Filho de Deus, fazendo agravo ao Espírito da Graça" (Hebreus 10.29). Não é Deus que não quer perdoar, é a pessoa que não quer se arrepender, chegando ao estágio de endurecimento sem precedentes.


À serviço do Reino, 

Ev Clenio Daniel

Nenhum comentário:

Postar um comentário