quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A REALIDADE DO INFERNO - POESIA

Um fogo que não se apaga,
Um bicho que nunca morre;
Um lugar de solidão,
De tormenta e perturbação.

A esperança é tardia,
Jamais será alimentada.
Numa angústia em demasia
Irrompe em gritos de agonia,
A pobre alma atormentada.

Sofrem conscientemente,
Lamentando os vãos pecados;
Em choro e ranger de dentes,
Choram copiosamente,
Os infiéis ali lançados.

Para lá vão os cruéis,
Que usurpam do poder,
Ostentando seus lauréis,
Nesta a vida a fenecer.
Seu lugar está guardado,
Caso não se arrepender.

Ali estão os mentirosos,
E os caluniadores,
Sua língua tão ferina,
Expuseram aos horrores,
Sem intervenção divina,
Desprovido de favores.

Enquanto há vida, há esperança,
O alerta é severo!
Vem correndo, vem a Cristo,
Que te livra do inferno!

Eis os homens tão cruentos!
Tão isentos de bondade!
Se apegam ao momento,
Desprezando a eternidade!

Eis os homens traiçoeiros,
Perfazendo seu caminho!
Enganando uns aos outros,
Nesta vida se iludindo,
O inferno está às portas,
Ofertando suas rosas,
Num caminho de espinhos!

O diabo, furioso,
Lança suas investidas.
Peçonhento, astucioso,
Destruindo muitas vidas,
Satisfaz-se no engano,
Com artimanhas tão nocivas.

Eis o inferno de tormentos!
Devorando muitas almas!
Que a grandes e pequenos,
Leva sem uma ressalva.
Em grande escala vão morrendo,
Aos montões, vão perecendo.

A mensagem é incisiva,
Creia hoje no Evangelho!
Decida hoje andar com Deus,
Do que perder-se no Inferno!

Autor: Clenio Daniel



O CAMINHO DA SOBERBA


O pecado jaz à porta!
Não se deve ignorar,
Porque todo olhar altivo,
Faz o homem tropeçar.

"Eu já fui um Querubim,
De beleza sem igual,
Quem olhava para mim,
Admiravam-se, enfim,
Deste ser angelical.

Rodeado de esplendor,
Extenuante formosura,
Rendia ao Deus Criador,
Que habitava nas alturas,
O melhor do meu louvor,
Era eu feitura Sua!

Entre as miríades de anjos,
Ninguém era como eu,
Era Querubim Ungido,
E fora estabelecido,
No Éden, Jardim de Deus.

Não contentei-me com o que tinha,
E cobiçava algo mais.
Foi brotando a iniquidade,
No meu coração sagaz,
Cada vez fui esquecendo,
Que era apenas criatura,
O aferidor de medida,
Agraciado em formosura.

Na Contramão do Criador,
Fiz pra mim uma vereda,
Dominado pelo orgulho,
Como uma tocha acesa,
Um pecado consistente,
Contra o Deus onipotente!

Desejei subir mais alto,
Cobiçando excelsa honra,
Fui lançado para baixo,
Fui coberto de vergonha,
Acabou-se minha beleza,
Foi-se todo o meu encanto,
A beleza do meu ser,
Transformou-se em espanto!

Desejei tamanha glória!
Cobiçava-a, por certo,
Precipitei-me na soberba,
Atirado do mais alto,
Ao mais profundo do inferno".

É melhor ser dependente,
Do Soberano Criador,
Quem a Ele se achega,
Recebe graça e amor.
Pois o caminho da soberba,
Desagrada ao Senhor.

Autor: Clenio Daniel

domingo, 2 de setembro de 2018

BOCA MALDITA

Dois homens, que não se conheciam, estavam viajando de avião, com destino a uma mesma cidade, em poltronas contíguas.
Lá pelas tantas começaram a conversar. Após as preliminares usuais, um deles perguntou:

- Está indo à serviço ou à passeio, meu amigo?
- Nem um coisa nem outra. É uma "bronca" antiga.
- "Bronca"? 

- Sim, tive uns probleminhas com a lei, no passado... mas não dá nada, não!

- O que você fez contra a lei?
- Homicídio.

- Vai à julgamento?
Sim, mas estou tranqüilo.

- Legítima defesa?
- O meu advogado vai alegar isso, mas, na verdade,  não foi bem isso não. Mas, tudo vai acabar, bem. Afinal, faz tanto tempo que isso aconteceu que o caso já está quase prescrevendo!

- Desculpe-me dizer, mas estou te achando tranqüilo demais. Se fosse comigo, acho que eu estaria morrendo de medo.
- Que nada... Estou tranquilo porque a maioria destes casos acaba em "pizza".

- Não é bem assim, tem muita gente atrás das grades.
- É gente pobre; neste país só vai preso quem é pobre, o que não é o meu caso.

- Não é bem assim, meu amigo, as coisas estão mudando, tem muito rico preso também.
- Deve ser rico burro. Basta ter bons advogados.

- Não é bem assim, meu amigo, até quem tem bons advogados pode acabar na cadeia.
- Meus advogados são espertos. Se a coisa complicar, eles "compram" o juiz. Todo juiz tem seu preço.

- Será, meu amigo? Tem juíz que não se corrompe...
- Não esquenta, não! Vou sair daquele tribunal pela porta da frente, de cabeça erguida.

Neste ponto a conversa foi interrompida pela voz do comandante da aeronave, pedindo que todos apertassem o cinto, para a aterrizagem.
Já no saguão do aeroporto, como geralmente acontece nestas situações, ele se despediram e desejaram sorte um para o outro, imaginado que nunca mais iriam se ver, mas o destino tinha uma surpresa para eles, pois, logo no dia seguinte, eles se encontraram novamente, lá no tribunal.
Um, na condição de réu.
O outro, na condição de juiz. 


"Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado" - Mateus 12.37

Fonte: www.jorgianecarvalho.blogspot.com

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O que é a morte?

Um assunto aterrorizante! Bom, para muitos, digamos, uma grande maioria, sem dúvida é aterrorizante. Há aqueles que preferem nem comentar sobre o assunto; outrossim, os que sentem "um arrepio na espinha" quando se fala sobre a morte. Enfim, o que é a morte? Qual a definição mais correta sobre morte? O que pensam os estudiosos do assunto? O que diz a Bíblia sobre o assunto? Vamos caminhar na história? 

A morte foi tema da primeira advertência divina dada ao primeiro casal: "E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comereis livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16,17). E a advertência termina com essa frase: "Certamente morrerás". Daqui por diante o conceito sobre a morte ganha considerável expansão em um grande complexo, denominado pensamento humano, mormente quando o assunto é religiões antigas. Cabia ao homem a decisão de, ou permanecer obediente a Deus ou  violar sua ordem, indo naquilo que Deus havia proibido. O texto sagrado mostra que a morte teve como acesso uma porta chamada desobediência. A transgressão do pai da raça humana trouxe a ele e sua posteridade essa terrível e temível realidade, da qual NINGUÉM pode escapar. O conceito da mortalidade passou a ser entronizado na esfera religiosa de cada homem. O mundo de então era constituído de pessoas potencialmente religiosas, pois o espírito teocêntrico permeava tudo. Com a entrada do pecado no mundo (Rm 5.12), com a multiplicação da maldade, tendo como matriz o coração do homem (Gn 6.5), diversificou-se o conceito conceito religioso nos alvores da história. Não apenas a maldade e a violência foram se alastrando, mas, o teor religioso, a crença no Deus Criador e Soberano, Deus de toda a História, foi se ampliando, porém, de forma distorcida. Já não era mais o Deus invisível, muito além da tangibilidade e da transcendentalidade, porém, um deus que poderia ser visto e tocado, formado e idealizado à maneira do intelecto humano. Contudo, o conceito da mortalidade era quase que unânime em sua totalidade na teologia pagã. 

Como as religiões encaravam esse conceito? O que existe na vida além-túmulo? Quais os mistérios que circundam a vida após a morte? No antigo Egito, acreditavam que a morte era o momento em que alma se desprendia do corpo, ou seja, um estágio de mudança para outra dimensão da existência. Bom, não há nada de contraditório nisso. Olhar por esse prisma é acreditar que a morte não é o fim de tudo. Também o pensamento judaico incorpora em sua teologia essa ideia. A mortalidade se aplica ao corpo, mas não à alma, o homem interior, sendo este conceito mais tarde adotado pelo cristianismo. Uma passagem que possa melhor explicar essa ideia supracitada é: "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Ec 12.7). Deste modo, tanto a mortalidade do corpo ("E o pó volte a terra, como era"), como a imortalidade da alma e do espírito ("e o espírito volte a Deus que o deu"), são defendidos primorosamente na concepção judaica. A vida é o esteio sobre a qual se desenrolam acontecimentos que definem a História da humanidade. Ainda percorrendo o terreno movediço das religiões, veremos uma crença veemente na realidade do mundo vindouro cujo destino dependerá da maneira como se vive aqui. Esta ideia é universal. O budismo, que surgiu por volta do século VI a. C., fundado por Siddhartha Gautama (conhecido como Buda), defende a reencarnação. A morte é inegável, o desprendimento da alma do corpo é amplamente defendido no budismo, porém com uma variante: a alma pode entrar em outro corpo, daí a ideia de reencarnação.Muitas outras ocupam pensamento parecido, sem nunca deixar a sua realidade, sendo pouco o espaço para apresentá-las aqui. 

Afinal, o que seria a morte? Ela é um espírito? Um fenômeno? Uma experiência? Várias fontes judaicas apresentarão a morte como um anjo, chamado Samael; na literatura islâmica, ele é chamado Malak Almawt e assim por diante. Acreditava-se  (como muitos acreditam até hoje) na figura de um ser na forma esquelética, encapuzado, tendo em sua mão uma foice, aproximando-se de alguém com o fim de ceifar-lhe. Essa presença causaria espanto nos homens, tão afeiçoado à vida efêmera. 

E a Bíblia? O que diz? Não há nenhuma passagem bíblica que mostre a pessoa como sendo um espírito, um "anjo" ou  coisa parecida. Embora haja passagens que mostre a morte realizando alguma ação, como nesta passagem: "A perdição e a morte dizem: ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama" (Jó  28.22), percebemos no uso das palavras e à luz do contexto do próprio capítulo que se trata de uma simbologia, aonde a morte é ali personificada. Do mesmo modo, vemos em Oséias 13.14: "Onde estão, ó morte, as tuas pragas?" (ver 1 Co 15.54,55). Alguém se dirige à morte proferindo-lhe uma indagação, envergonhando-a. Tais passagens se revestem de um puro simbolismo, complementado pelo contexto das passagens. 

A biologia vai definir a morte como a "cessação de todas as atividades orgânicas". A Bíblia define morte como "separação", e um exemplo disto nos é dado nas Páginas Sagradas: "E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)..." (Gn 35.18). Saindo a alma.  A descrição desta realidade bem como em outras passagens similares nos fazem crer que a morte é, na verdade, UMA EXPERIÊNCIA e não um espírito como se tem pensado. Outra vez veremos a Escritura dizer: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte..." (Sl 23.4). Aqui, o salmista usa uma expressão que denota o estágio "final" da vida, para onde as adversidades levaram. A ideia aqui é experimental. Uma situação adversa da qual não se conhece possibilidade de escape. Ainda discorrendo sobre o assunto, a Escritura diz: "E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão..." (Lc 16.22). Se a morte fosse um espírito, essa seria a ocasião perfeita para Jesus mencioná-la com propriedade perante às turbas que O ouvia. Dois eventos são mencionados: o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. Quem foi levado pelos anjos? O espírito de Lázaro já que o corpo fica confinado na sepultura. Com isso, temos reforçada a ideia de separação como o significado da palavra em estudo. Logo, o conceito de morte como aniquilação, pregado por muitas seitas, se reduz às cinzas. Além disso, verbos como "morrer", "matar", "morrerem", "morrido", e termos correlatos que ampliam a realidade da morte como uma experiência. Quem passa por ela? Todos! Morre o justo, e o ímpio! O rico e o pobre! O velho e o novo! Todos irão passar por ela, ainda que não queiram. A morte é uma porta aberta na qual todos irão passar. O homem vence tudo e todos, mas não vence a morte; dribla qualquer pessoa e circunstância, menos a morte. Cedo ou tarde, irá passar por ela. 

Cristo venceu a morte na sua própria morte! Aleluia! Na desobediência de Adão, o pecado entrou  no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Em Cristo, a vida novamente é restaurada e recebemos o direito da vida eterna (1 Jo 5.12). Louvado seja o Seu Nome!

sábado, 25 de agosto de 2018

Igreja no Brasil em crise!

Evangelho prostituído, uma mistura do santo com o profano, fé mesclada com valores secularistas que ultrajam os santos padrões bíblicos! Luzes de emergência clareando por todos os lados! A sirene toca incessantemente com um claro aviso de que a crise na Igreja em nosso País está ganhando corpo e tomando dimensões gigantescas. Quem atenta para isso? Não há quem pergunte pelas veredas antigas (Jr 6.16), não há quem mantenha os marcos antigos que nossos pais fizeram (Pv 22.28). A crise a que nos referimos emite uma forte realidade de que a Igreja está cada vez mais distante da Cruz! Isso é um perigo! Não estamos atentando mais para "uma tão grande salvação" (Hb 2.3), e quando isso ocorre, é lamentável! 

A Igreja no Brasil está em crise! De quem é a culpa? Dos pastores? Dos membros? Da mídia? É um grave erro especificar a culpa em uma classe só, em detrimento de outros, pois todos possuem uma parcela de participação no que está ocorrendo nas comunidades de fé. Muitos líderes afrouxaram o uso do cajado no compromisso de conduzir o rebanho dentro do que ensina a Sã Doutrina. A verdadeira apologia cristã, digamos, estar perdendo espaço no cenário "gospel". Não há problema nenhum acompanhar a modernidade, mas há quem confunda MODERNIZAÇÃO com MUNDANIZAÇÃO. Milhares e milhares sendo atropelados por uma onda inovadora de ideias, conceitos e filosofias que ferem grosseiramente as Escrituras Sagradas, nossa regra infalível de fé e conduta. Acompanhar as novidades que a modernidade nos apresenta não é erro nenhum, porém, acompanhar não é deixar ser influenciado. Nossos valores são suficientes o bastante para serem praticados, e não a ponto de serem suplantados pela onda devastadora do secularismo que, infelizmente tem atrofiado a fé de muitas pessoas que já não revelam a piedade de outrora. Alguém já disse que pior do que pregar declaradamente contra as Escrituras é pregar algo que parece uma verdade bíblica e, em sua essência, não é! 

Esse caso aparece ilustrado em Lucas no capítulo 10 e no versículo 30, aonde o Senhor Jesus começa a narrar a Parábola do Bom Samaritano. A descrição da história do viajante simboliza perfeitamente a triste realidade que vemos na Igreja no Brasil. Vejamos passo-a-passo: 

1. Descia um homem. O verbo "descia", no original, aparece no tempo imperfeito e indica, portanto, uma ação contínua no passado. Literalmente, podemos ler: "Estava descendo...". A degradação espiritual na vida de um crente ou  de uma Comunidade de Fé não ocorre de maneira repentina. Ela é processual. É gradativa. Ele estava descendo. A Igreja no Brasil está descendo, regredindo, os valores bíblicos aos poucos vão perdendo prioridade no seio da cristandade brasileira. A importância da oração fervorosa, vida santificada, desejo ardente na evangelização do mundo, o discipulado genuíno que dá garantia a Igreja do amanhã, na formação de crentes sadios na fé e de obreiros valorosos, de grande envergadura bíblica, moral e espiritual já não são mais o foco da Igreja nesta era hodierna. Há uma degradação moral e espiritual em nossas denominações, antes, zelosas do ensino genuíno da Palavra de Deus, mas hoje desnorteadas pelo desejo presunçoso de ter casa cheia sem a mínima preocupação com a condição espiritual dos que nela congregam. 

2. De Jerusalém para Jericó. Jerusalém constitui-se um ícone, uma referência religiosa para a nação Israelita, tão amada e reverenciada (Sl 137.5,6). Cidade escolhida por Deus (Dt 12.5; 1 Rs 11.32). De qual lugar o viajante saiu? De Jerusalém! A saída de Jerusalém para Jericó revela a troca da verdadeira pureza e devoção religiosa pelos atrativos que o deus deste século apresenta aos filhos de Deus no afã de escravizá-los, não para levá-los de volta ao mundo, mas bem pior, dentro da igreja mesmo. Congregar frequentemente não significa garantia de salvação, conquanto que os salvos congregam. A ênfase aqui recai sobre aqueles que acham que tudo o que fazem já é o bastante e, portanto, não precisam fazer mais nada. Outrossim, a troca da pureza da fé por coisas que jamais poderão substituí-la. O "comércio da fé" estar predominando: rosa ungida, vassoura ungida, caneta ungida, tijolo ungido, prego ungido, martelo ungido, água ungida e outras coisas mais. Isso faz parte do que podemos chamar de superstição cristã, pois, emprega-se técnicas supérfluas para "levar" o homem, num é nem a Deus mas sim à benção! Como podemos comercializar a fé? Como podemos comercializar uma coisa da qual Jesus é o Autor e Consumador (Hb 12.2)? Por que tanto valor a uma água "ungida", se já temos a Fonte de Água Viva, o Senhor Jesus (Jo 7.37-39)? Por que tanto apego ao tijolo "ungido" se Cristo é a nossa Rocha! Tijolo "ungido" é para os fracos, o crente fiel está firmado na Rocha Eterna: Jesus Cristo, a Pedra Angular (Dt 32.31; Sl 18.31; 118.22; Mt 16.18; Ef 2.20; 1Pe 2.4)! 

3. E caiu nas mãos dos salteadores. A saída de Jerusalém (lugar de onde não deveria ter saído) teve uma triste consequência. Não bastou concluir seu percurso até chegar em Jericó, o caminho pelo qual passou foi propício para o ataque dos salteadores, o que assim aconteceu. A Igreja no Brasil vive essa realidade: anda por caminhos propícios ao ataque do inimigo, agindo de forma despretensiosa, procedendo desavisadamente sem discernimento de terríveis consequências que aguardam pela frente se não nos humilharmos perante a mão de Deus. Ao invés de uma igreja impoluta, vemos uma igreja opulenta, centralizada no terrível laço do capitalismo, desdenhando a fé bíblica. Este é o caminho para Jericó! Nele, o inimigo faz o que bem quer com aqueles que perdem o amor por Cristo e a vida fervorosa no espírito. Diz o texto: "Caiu nas mãos dos salteadores", ficou sob o domínio dos salteadores. Há crentes que dizem servir a Deus, mas estão sob domínio do diabo. Há ministros que afirmam ser homens de Deus, mas estão sob domínio do diabo, há comunidades de fé que apregoam ter compromisso com Deus, mas caiu nas mãos do inimigo. Acorda, Igreja! Acorda, Brasil! A situação está cada vez mais caótica e um alarme falso se escuta por aí, tentando acalmar os ânimos, dizendo que tudo está bem! Não está nada bem! As coisas estão fora do seu lugar já faz muito tempo! A Palavra de Deus perdeu a primazia! O verdadeiro culto caiu no desdém de muitos! Andam em busca do Evangelho da Prosperidade e desprezam a prosperidade do Evangelho: vida santificada, paz com Deus, fidelidade à Sua Palavra e a verdadeira expectativa espiritual enraizada no coração daqueles que aguardam "a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" (Tt 2.13). 

4. Os quais o despojaram. Tudo o que o diabo quer arrancar da Igreja: poder, autoridade, unção espiritualidade, o amor a Deus e ao próximo. Lamentavelmente, isso está bem patente aos nossos olhos. Cadê a Igreja da oração? Do clamor? Da intercessão? Das vigílias marcadas pela unção do Alto? Não quero, com isso, radicalizar nem tampouco denegrir a Igreja de Cristo, generalizando as coisas. Certo estou de que existem muitos que se mantém fieis ao Senhor Jesus, amando a Sua Palavra. Me refiro aqui ao outro lado da realidade que põe a Igreja em descrédito na sociedade sem Deus. A Igreja no Brasil está despojada! Mas o nosso Deus é poderoso para restituir, não somente as bençãos, mas a Igreja de volta ao seu lugar. Há muitos preocupados com a restituição das coisas, enquanto que Deus está preocupado em restituir pessoas! Restituí-las de volta ao lugar da benção, da obediência e da fidelidade. Quando estamos no lugar, no centro da vontade de Deus, não há inimigo que venha nos despojar daquilo que o Senhor nos confiou! 

5. Espancando-o. É desejo do diabo mutilar a Igreja, dando cabo a sua existência. Mas descansamos, pois sabemos que ela é projeto de Deus (Mt 16.18), cujo fundamento é insubstituível (1 Co 3.11). Há cristãos com sua identidade cristã esmurrada pelo diabo. É um desejo da carne aflorado na alma, que vai crescendo e tomando proporção enorme até sufocar a vontade do espírito, que é comunhão com Deus. Precisamos acordar, e ver que esta realidade deixará muitos crentes para trás, desligados e distantes da realidade das coisas eternas (ver Cl 3.1,2). 

6. Deixando-o meio morto. Não morto, mas MEIO MORTO. Ainda a respirar! Não pode mais levantar! Tá meio morto! Não dá conta de se erguer do chão! A razão? Estar MEIO MORTO! Não é este o quadro apresentado em diversas comunidades de fé em nosso abençoado País? Nocauteadas pelos prazeres carnais, pelo relativismo maldito, por um evangelho híbrido, aonde procuram misturar santidade com pecado, o que não dá certo (é a mesma coisa que tentar misturar água com óleo), A Igreja está MEIA MORTA! Ainda tem gente respirando! Respirando na oração, nos gemidos inexpremíveis! Aleluia! Pedindo a Deus pela Sua Igreja, comprada com o sangue glorioso do Senhor Jesus Cristo. 

Que Deus tenha misericórdia da Igreja brasileira! Converta muitos de nossos líderes que perderam a sensatez e a vergonha na cara  de se importarem em apenas apascentarem a si mesmos, e deixando as ovelhas jogada às traças. Oremos pela nossa Nação! Oremos pela Igreja! Deus é poderoso para restaurá-la! 

terça-feira, 17 de julho de 2018

A importância de se administrar com eficiência


A palavra “administrar” vem do latim administratione significando “direção” e é usada com a definição de “gerenciar”, “governar” e termos do gênero. Por esta palavra, entendemos que não somos donos do que possuímos, mas, mordomos, administradores, havendo de prestar contas daquilo que nos foi confiado.

O que é preciso administrar? A referida palavra possui um significado abrangente, sendo aplicada em vários aspectos da vida e da experiência humana. Se perguntássemos a um Gerente de Lojas sobre o significado desta palavra, ele certamente responderia com base na sua experiência profissional. Os acadêmicos iriam expor com profundidade de argumentos o conceito de administração, enfim, muitos outros responderiam embasados naquilo que a trajetória da vida lhe proporcionou até então.

E a Bíblia? O que diz?


A Escritura Sagrada nos apresenta com propriedade o homem como o administrador daquilo que lhe é confiado por Deus. O salmista diz: “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl 115.17). O verbo “deu” enfoca o conceito de administração, pois, Deus confiou a terra aos cuidados do homem, pois, tendo ele a capacidade de governar dada por Deus, é responsabilizado no seu dever de cuidar de tudo quanto vem à sua mão.


Administrar estar relacionado à disposição. Por esta palavra entendemos a inclinação à determinada atividade. A base dessa disposição é a motivação; com esses ingredientes, o bom administrador terá bom êxito na sua função, alcançando resultados além do esperado.


Administrar é um grande desafio. Um grande sábio certa vez afirmou: “pode-se bater no ferro frio intensamente sem que ela seja moldado. Contudo, sob o calor do fogo, ele será moldado a cada batida à maneira de quem trabalha nele”. A capacidade de administrar se desenvolve sob o calor dos intensos desafios que surgem e neles somos moldados até que a nossa capacidade administrativa seja eficiente e louvável.


Administrar exige resultados. Tendo em vista que a palavra “administrar” significa “direção”, entendemos que o termo em  apreço é a inteligência, a virtude de conduzir por um caminho sem que o foco seja perdido. É saber atirar a flecha sem que ela erre o alvo.

Na criação, Deus coloca o homem como o administrador, o gerente de toda a criação (Gn 1.28). Toda a criação apontava para a necessidade de que ela fosse governada, gerenciada. Para tanto, o Senhor coloca alguém, feito à Sua imagem, inteligentemente hábil, um verdadeiro gestor da Criação, da qual Deus é o Maestro que a tudo rege com excelência e soberania.


É importante notar o que o texto sagrado diz: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). Tudo começa com um importante fator: a benção de Deus. No pecado, o homem é destituído dela e toda a forma de governar resulta em fracasso, em inúmeras tentativas de alcançar a perfeição, enaltecer a justiça, porém, a maldade sempre triunfa, pois, o homem se concentra em sua forma de governar, administrar, porém, fora dos planos de Deus. O homem não perdeu sua capacidade inteligente de agir de forma deliberada quando o assunto é governo, gestão, domínio, entretanto, saiu do lugar onde deveria ter permanecido: o lugar da benção. Todo o esforço fora da direção de Deus será inútil, se não retornarmos ao lugar da benção.  

Um lado esquecido

O homem tem uma grande preocupação em administrar muitas coisas, porém, se esquece do principal: a vida! De nada adianta a preocupação em administrar coisas e a vida sendo deixada de lado. Lucas registra uma parábola proferida por Jesus que ilustra muito bem essa realidade (Lc 12.16-20). Preocupou-se demais em entesourar grandes riquezas em celeiros, construiu um grande patrimônio financeiro, porém, o patrimônio moral, o maior de todos, foi entregue ao esquecimento. Semelhante exemplo encontramos ao nosso redor.
Uma certa vez perguntaram ao Dalai Lama sobre o que mais lhe surpreendia na humanidade, e a pronta resposta foi:

Os homens! Porque perdem a saúde para ajuntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido...


Administrar é uma necessidade. A realidade do cotidiano aponta para a necessidade de que tudo seja conduzido, direcionado prudentemente para que nada se perca ou se extravie do foco principal. Deus é a base para uma boa forma de administrar e governar de maneira coerente, colocando cada coisa no seu devido lugar sem inverter as posições; família, trabalho, negócios devem estar sob a égide de uma eficiente administração, cujo Orientador por excelência é o Senhor Deus.



domingo, 8 de julho de 2018

POLÍTICA: Muita ignorância, pouco entendimento

"Este ano é ano de política", afirmam a maioria das pessoas. "Não se discute política, religião e futebol", estas e outras premissas se consagraram na tradicional forma de pensar e de encarar estas e outras coisas. Tais assuntos não gerariam discussão se nós acordássemos para a arte de pensar, averiguar, inquirir, conhecer e nos aprofundar na realidade daquilo que combatemos sem motivo algum. Quase toda a discussão termina em contenda porque não sabemos dirimir questões através da arma da intelectualidade, ou  seja, pensando novas ideias e buscando soluções práticas as quais fariam com que nós enxergássemos a realidade sob outro prisma.

Em nosso País, o que se enxerga como cultura, na verdade, anda longe do significado da palavra em apreço. Cultura, segundo os dicionaristas, refere a todo um conjunto de valores aplicáveis ao nosso viver diário. No Brasil, o carnaval, por exemplo, é considerada cultura. Ham? Cultura? Que valores uma festa mundana e vulgar pode ser agregar na vida de quem se envolve nela? Não pensamos, não refletimos e, no final, apontamos nossas armas em direções erradas condenando algo que deve ser utilizado para o nosso bem comum e, agora, me refiro à POLÍTICA. 

O que é política? Especialistas no assunto definem o termo como: "a arte de governar; suprir aos anseios do cidadão"; "o conjunto dos elementos ligados às relações humanas". Segundo as autoridades no assunto, o referido termo tem sua origem no grego politiká, cujo prefixo polis é usado para designar tudo aquilo que é publico. A política, de caráter abrangente, não se resume em um período eletivo como muitos pensam, pelo contrário, ela está presente no nosso cotidiano. Não existe um suposto "ano de política", pois ela está em nossa volta, ocupando o tempo, o espaço e a realidade da vida humana. Com isso, desde que mundo é mundo, a política nunca deixou de ocupar o seu lugar de forma proeminente, ainda que demonizada por muitos. A ignorância, a "idiotização" tem sido um véu diante de nossos olhos, porém, colocados por nós mesmo, ignorando de forma desapaixonada a verdadeira essência da política, sua finalidade e o quanto que ela representa na sociedade. 

Política é ARTE? É CIÊNCIA? As duas coisas, ou nenhuma e nem outra? Na verdade, arte e ciência são irmãs gêmeas dentro do âmbito político. Assim como a política está dentro da sociedade, arte e ciência estão dentro da política, o que prova sua desconhecida beleza. A política é a mais bela arte, a que mais deveria ser respeitada, e admirada pelo homem, visto ser este, como bem falou o Filósofo Aristóteles, "um animal político". 

A POLÍTICA COMO ARTE 

A suprema arte de governar explica a imagem da política na esfera social. A natureza denuncia a existência de um Ser Superior que possa governar e esse governo é a proteção do caos, é a viabilização do bem estar que se constitui o objeto de anseio de todo o ser vivo. Não há como escapar disso. Há uma necessidade de estar debaixo de um governo, de uma batuta que mostre coerência na forma de atender interesses e necessidades tendo como precípua finalidade  a harmonização de fatores e a satisfação de quem é regido por ela. Se as regras promovem harmonia na relação entre os seres que integram uma comunidade, a política enquanto ARTE irá criar mecanismos para que tais regras atinjam esse fim. 

A POLÍTICA COMO CIÊNCIA

Ciência é um conjunto de conhecimentos colocados de maneira organizada, visando uma temática. Como CIÊNCIA, ela irá refletir um SISTEMA, introduzido em um ambiente social e governamental, mostrando o quanto o homem, como ser social, está inserido nele e que é o alvo da política. Como CIÊNCIA, entendemos sua capital importância e a inutilidade em excluí-la de nossa vivência, seja como indivíduos, seja como seres sociáveis que somos. O descarte deste fator apenas revela a ignorância do ser humano em grau supremo. 

O QUE EU TENHO A VER COM ISSO? 

Tudo. Somos 100% políticos. Ignorar a política é ignorar o conceito de cidadania. Não sou  político? Então não sou cidadão, e, portanto não posso reivindicar direitos outorgados e nem apontar as mazelas existentes ao nosso redor. Logo, minha atuação como "cidadão" é nula. Dizer que é contra a política é querer se apossar dos frutos sem respeitar as raízes, é exigir colheita sem cooperar na plantação. Não se pode reclamar de algo em que não há contribuição nossa. Consciência e coerência são ingredientes essenciais para quem entende a importância da política. 

O ABUSO DOS MEIOS MIDIÁTICOS 

A Mídia peca grosseiramente neste quesito. Procuram engendrar na mentalidade das pessoas a confusão de política com POLITICAGEM. O que vemos em nosso Brasil é uma afronta à verdadeira imagem da política, pois fere, desonra, golpeia, viola, desrespeita, afronta a política e sua verdadeira representação. Com isso, as pessoas confundem política com POLITICAGEM e vivem completamente desacreditadas na possibilidade de ser ter um País com sua dignidade restaurada. 

A POLÍTICA E A BÍBLIA 

A política é bíblica? Embora o pouco espaço não nos permita elucidar de maneira exaustiva sobre o assunto em foco, afirmamos sem medo de errar que a política estar ligada à religião e que a dissociação destas coisas é fruto de nossa ignorância. Vamos nos ater ao que diz em Salmos: "Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor" (Sl 33.12). Nos Salmos 144.15, aparece a palavra "povo", no lugar de nação. O termo "nação" é usado para designar um povo sob um governo, com leis e estatutos que regem esse todo. A palavra "povo" descreve um aglomerado de pessoas caracterizados por suas tradições, crenças, costumes e padrões culturais. Temos uma nação e um Governante. Temos um povo e um Senhor que legisla com justiça e sabedoria. Tanto um como o outro debaixo do Governo de um mesmo Deus justo, soberano. O antigo Egito, bem como as demais civilizações antigas, incorporava muito bem a política à religião em sua forma de governo, pois criam que os reis eram filhos dos deuses. Uma análise nesse assunto faz-nos entender que, para eles, ERA IMPOSSÍVEL separar estes dois fatores elementares. Se no paganismo idolátrico, esse conceito era muito veemente, o que diremos nós que temos a PALAVRA DE DEUS e servimos ao Deus vivo e verdadeiro? A política é um dos assuntos que mais deveria ser abordados nos púlpitos das Igrejas no afã de dar cabo a esse radicalismo inútil e doentio que prega que política e religião não misturam. Os estudiosos vão dizem que as duas coisas estão perfeitamente associadas, andam na mesma avenida, na mesma direção e nunca estiveram na contramão. 

Que Deus abra o nosso entendimento a fim de não ficarmos presos a esse radicalismo grosseiro mas sempre buscando do Alto graça e sabedoria nas decisões e nas atitudes como cristãos. Afinal, como já foi dito, política e cidadania estão entrelaçados. Desprezando um, despreza-se o outro. Se a nossa cidadania terrena é negligenciada, o que dirá da celestial?

domingo, 24 de junho de 2018

Homossexualismo: certo ou errado?


Século 21. A era da pós-modernização, também chamada Idade Contemporânea. A Era da informatização, da Tecnologia, da Globalização. Uma época de grandes alvoroços na escala social. Nunca vimos uma sociedade tão perturbada e, ao mesmo tempo, confusa como esta. Perdida, em termos de valores, vivendo moralmente  em caráter regressivo com ideias, filosofias e argumentos vãos que nos fazem acreditar que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4). As palavras do Salmista se encaixam no contexto social, ora assinalado: “Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que poderá fazer o justo?” (Sl 11.3). À luz das Escrituras, sob a luz do Espírito Santo, deslindaremos um dos assuntos mais polêmicos da atualidade.

Começaremos pelo Livro do Gênesis. O texto sagrado assim nos diz: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Vamos analisar o texto por etapa. O presente versículo começa dizendo que Deus criou. A referida palavra, no original, descreve uma atividade que somente Deus pode realizar. É tirar do nada. É tornar existente o inexistente. Esta palavra aparece em Gn 1.1 para se referir à criação de um modo geral e também em relação à coroa de sua criação, no versículo em foco. Vejamos os aspectos desta atividade criadora:

1) Uma atividade resultante da vontade. A maravilhosa obra da Criação não é algo forçado. Se assim fosse, teríamos de aceitar que alguém maior do que Deus possa existir, pois, O teria forçado a criar todas as coisas. Deus, por sua livre vontade, criou a tudo quanto existe (Ap 4.11).

2) Uma atividade que testemunha a sua grandeza. Ao olhar a imensidão da criação, ficamos sobremodo admirados ao ponto de concluir a impossibilidade de que tudo tenha vindo do acaso. Quem coloriu os céus de azul? Quem colocou as estrelas no seu devido lugar? Quem suspende os planetas neste universo cuja amplitude some diante de nossos olhos? Toda a criação dá testemunho da grandeza de Deus (ver Sl 19.1).

3) Uma atividade soberana. Quem tem o poder de criar? Quem pode tirar o tudo do nada? Lavoisier disse: “Na natureza nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”. Esta frase deve ser entendida do ponto de vista humano, visto que a atividade criadora é algo inerente a Deus, o que prova a Sua soberania e majestade. Que necessidade havia de se criar céus, terra e tudo o que neles há? A resposta se atribui à soberania divina. Por sua soberana vontade Ele resolveu criar (ver Sl 33.6,9).

4) Uma atividade que mostra sabedoria. Aqui entramos no assunto a ser abordado. Aonde há sabedoria, há propósito, há desígnios. Todo o propósito de Deus se manifesta dentro da Sua justiça e santidade, dois parâmetros pelos quais Deus mede a conduta do homem. A criação de todas as coisas ocorreu “segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Logo, a instituição da família não seria diferente. Nos atenhamos ao texto sagrado: “E criou Deus o homem à sua imagem” (Gn 1.27). A que se refere esta imagem? Dentre muitos aspectos que podem ser destacados, iremos dar ênfase ao aspecto da moralidade. Por moralidade entende-se a capacidade de se conduzir sem perder a sobriedade, o equilíbrio e a sensatez, no cumprimento do que é certo e na repulsa ao errado. Deus criou o homem e o revestiu da moralidade, um dos aspectos desta imagem, sendo esta uma dentre muitas coisas que diferencia o homem dos animais. Estes, são movidos pela intuição; o homem, pela razão ligada aos traços morais. A imagem de Deus reside tanto no homem como na mulher, logo, tanto um como o outro possuem o dever da obrigatoriedade moral diante de Deus e de um para com o outro. Como assim obrigatoriedade moral? Significa que toda falta cometida exigirá punição, todo erro atrairá o seu castigo. Esta é a verdade que os homens sem Deus não enxergam.

Merece a nossa atenção a dualidade encontrada no presente texto: “Macho e fêmea”. Nenhuma junção é tão perfeita como esta a que nos referimos: homem e mulher. Nenhuma combinação se completa tão inteligentemente como o homem e mulher. Vale a pena ressaltar que em Gênesis 1.26 Deus disse: “façamos o homem”. No versículo 27, o vocábulo muda para o termo macho. A palavra “homem”, no original, indica “terra”, “rosado” (talvez indique a cor do barro de onde Deus formou a parte física do ser humano). De acordo com James Strong, esta palavra sempre aparece em contraste com uma mulher (ver Gn 2.18). No versículo 27, o vocábulo é outro. Ela aparece com indicativo de sexualidade. O termo “macho” aparece ali para indicar o sexo mais notável. O termo fêmea, embora usado para se referir a mulher (Gn 1.27; 5.2; Lv 12.5,7; 15.33; Nm 5.3), também é usado com referência à animal (Gn 6.19; 7.3,9,16; Lv 3.1,6; 4.28, 32; 5.6). O presente termo também é um indicativo de sexualidade, pois a palavra em estudo vem de uma raiz que significa puncionar, perfurar. Pelo que vemos, claramente Deus criou macho e fêmea, ou  seja, com sexo definido. A partir daqui, podemos invalidar todo o conceito que procura se engrandecer no meio social, apregoando que homem com homem e mulher com mulher se constitui uma família. Isso é totalmente contrário ao que Deus estabeleceu como padrão de vida e conduta para o ser humano.
Razões porque o homossexualismo e transexualismo é pecado

1. Tanto uma como a outra constitui-se num abuso contra Deus, tornando a Sua verdade em mentira (Rm 1.25). Tal pecado põe em descrédito a verdade essência da família, tentando afirmar que a junção homem e mulher é uma coisa antiquada, ultrapassada nos dias atuais.

2. Tanto um como o outro vão na contramão da natureza do relacionamento humano. Quando Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18), logo apresentou a solução prática para a necessidade do homem: “far-lhe-ei uma adjutora”. Para a necessidade do homem, no tocante ao convívio, ao afeto e outras coisas do gênero, Deus cria uma adjutora. Como já foi dito, toda a criação revela a sabedoria do Criador, aceitar como certo o que, aos olhos de Deus, é errado, evidencia insanidade moral, loucura, além de uma mentalidade perversa que contraria declaradamente a vontade de Deus.

3. Existe no ser humano o instinto da reprodução, conforme preceitua a Escritura Sagrada: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (Gn 1.28). Os animais, cada um conforme a sua espécie, colaboram com a perpetuação da sua espécie, na atividade reprodutora. Por que o ser humano deixará de cumprir esse papel? Biologicamente, o ciclo da vida se divide em cinco etapas: nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Como dois homens (ou duas mulheres) irão comungar e se reproduzir? Como será o mundo daqui a dez anos se tal relacionamento homoafetivo se torna aceito na escala social? O homossexualismo e o transexualismo são a vergonha da identidade humana, porque procura introduzir algo que não convém aos valores da família e despreza os princípios da conjugalidade.

4. O texto sagrado assim nos diz: “Com varão não te deitarás como se fosse mulher: abominação é” (Lv 18.22). De acordo com James Strong, o termo “abominação”, no original, é usado para indicar alguma coisa odiosa, identificando uma coisa de natureza ofensiva (ver Pv 8.7). Ela é oriunda de uma raiz que significa “repugnar”, “detestar”. Sendo assim, o referido pecado dilatado nesse artigo, é uma ofensa contra Deus. Em linguagem hodierna, algo nojento. Como amantes da Palavra de Deus, temos todas as razões para odiar tal pecado, haja vista que o próprio Deus aborrece tal tipo de coisa.

5. O conceito de macho e fêmea é tão imperativo na realidade humana que, num “casal” de dois homens, um deles fará o papel de mulher ou  mesmo num “casal” de duas mulheres uma delas se portará como homem. A isso damos o nome de perversidade. O Apóstolo Paulo, em Romanos 1.21-29, apresenta uma visão panorâmica desta realidade iníqua. Expressões como “concupiscências do seu coração” (Rm1.24), “paixões infames” (Rm 1.26), “torpeza” (Rm 1.7), “sentimento perverso” (Rm 1.28), dizendo, por fim: “estando cheios de toda iniquidade” (Rm 1.29). Estes adjetivos corroboram a natureza deste horrendo pecado bem como a severidade do juízo divino sobre os que tais coisas praticam.

Qual padrão aceito por Deus?

Enfim, qual deles é tido por aprovado por Deus? Homossexual, transexual ou heterossexual?

O homossexualismo se refere à junção de duas pessoas do mesmo sexo, incluindo aqui o lesbianismo, o relacionamento afetivo entre duas mulheres. Como já frisamos, constitui-se pecado, conforme nos ensina a Palavra de Deus, pois, Deus criou macho e fêmea (Gn 1.27). Quando se ajuntam legitimamente, através dos laços do matrimônio, se tornam uma só carne (Gn 2.24).

O transexualismo se refere ao que os estudiosos modernos chamam de “redesignação sexual”. É a adoção de um sexo oposto ao designado mediante tratamento cirúrgico. Tal tipo de coisa desrespeita e afronta a Deus como o Criador soberano de todas as coisas, pois, neste ato, viola-se o propósito criador de Deus e a Sua imagem neles embutida.

O heterossexualismo é o padrão mencionado nas Escrituras, pois, o prefixo grego heteros significa “outro de tipo diferente”. Aqui se completa a imagem de Deus, harmonizando duas diferenças, mas, ambas contendo a mesma imagem do Deus Criador. Homem e mulher, marido e esposa, macho e fêmea, pai e mãe, dualidades que revelam o real sentido da criação divina em relação ao homem. Uma se completa na outra. Diferentes, porém, uma só carne!

Independente de qualquer insulto levantado contra a Igreja, taxando-a de homofóbica, ficamos com a Palavra de Deus, verdadeira e infalível.


quarta-feira, 20 de junho de 2018

Entendendo o "nascer da água"

"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5), foi a resposta do Senhor Jesus à Nicodemos. O novo nascimento, ali ensinado por Jesus, era um mistério para aquele que era Mestre em Israel. Como sempre, o Mestre por excelência dando um "nó" na cabeça dos que se diziam entendidos da Lei. Ele é a Sabedoria perfeita e personificada de Deus e, portanto, somente Ele podia reprová-los quanto à sua ignorância e cegueira de entendimento. 


O que realmente significa "nascer da água"? Se ouviria ali uma nova doutrina? Imaginemos os fariseus, os saduceus, os escribas, mestres da lei, se mostrando profundos conhecedores da Torá, acostumados com a sua religiosidade; já se fazia 400 que Deus não levantava profeta para levantar com o Seu povo. Logo, tudo o que se via e ouvia eram cultos embasados no ritualismo religioso, preocupados tão somente com o ato litúrgico, mas, a verdadeira espiritualidade estava distante deles (ver Is 29.15). Nicodemos certamente estava incluído nessa lista. Achava que a vida religiosa por ele vivida, ensinada pelos seus mestres era o bastante, até ouvir do Mestre Jesus estas palavras: "... aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus" (Jo 3.3). Nascer de novo? Que conversa é essa? Nunca alguém nos falou tal coisa?! De que lábios saíram essas palavras? Dos principais de Israel? Não! Eles estavam preocupados com uma libertação política. Estar debaixo do jugo romano para eles era o ápice da questão. Quem disse tais palavras? Os sacerdotes? Não! Seus ofícios foram nocauteados pela rotineira obrigação de entrar no templo! Eles sabiam de tudo sobre como preparar um animal para o sacrifício, imolando-o, porém, precisavam saber do sacrifício oriundo da alma, imolar o "eu" para servir ao Deus Eterno sacrificial e voluntariamente. As tais palavras saíram dos lábios do Filho de Deus! É com razão que veremos Nicodemos perplexo com o ensinamento de Jesus. O que nunca se ouviu em nenhuma sinagoga, se ouviu ali, diretamente do Verbo Vivo. 

O que seria o nascer da água? Alguns estudiosos entram em questão acerca destas palavras. Contudo, é necessário analisarmos o sentido simbólico da palavra água. Ela aparece nas Escrituras com sentidos variáveis. Uma boa hermenêutica é indispensável na aplicação de suas simbologias variadas, sem ferir o contexto apresentado. Ela aparece ligada à juízo, ao lermos sobre o Dilúvio que inundou a terra (Gn 7.17-24); outrossim, aparece em conexão com a vida, quando o assunto é sede ( Gn 24.19; Ex 17.1; Nm 20.2;  Is 21.14; 55.1). Ela também indica estado de angústia e de muita aflição: "... tirou-me das muitas águas" (Sl 18.16; ver Is 43.2). Também aparece com uma conotação espiritual (Is 12.3; Ez 36.25). Também o próprio Deus é comparado à água: "... o Senhor, a fonte das águas vivas" (Jr 17.13). O Senhor Jesus segue no mesmo encalço: "Se alguém tem sede, que venha a mim e beba" (Jo 7.37). Como vemos, água, nas Escrituras, possui vários sentidos e, para tanto, convém analisar cada texto dentro do seu contexto de forma escrupulosa, com toda a perícia a fim de não acidentarmos o real sentido ali exposto. 

Alguns comentaristas acreditam que o "nascer da água" se refira ao batismo nas águas. Devemos ter em mente que Jesus estar falando de nascimento, isto é, de vida. Ele se refere à uma concepção do ponto de vista espiritual. A presente passagem não pode se referir ao batismo, visto que este já é um símbolo e seria fora de contexto Jesus usar um símbolo para explicar outro símbolo. Logo, há uma distância considerável entre o "nascer da água" e o batismo nas águas. Que sentido pode ser dado à água neste contexto? Vamos começar pelo ponto de que o novo nascimento aparece ligado ao Reino de Deus (Jo 3.3,5), logo, vai além do batismo em águas, como muitos supõem que sejam. Muitos esquecem de observar que a água aparece indicando purificação (Ef 5.26; ver Tt 3.5). O justo é como árvore plantada junto à "ribeiros de águas" (Sl 1.3; Jr 17.8). Águas que regam as suas raízes, dando-lhe sustentação, fazendo com que ela cresça.

Se o "nascer da água" se referisse ao batismo, o que dizer dos santos da velha aliança que foram fiéis a Deus, mostrando exemplo de virtude? O escritor da Carta aos Hebreus faz honrosa menção a muitos dele no capítulo 11. O batismo é um emblema, um representativo da salvação, mas, não possui nenhum efeito salvífico. O nascer da água refere ao nascer por meio da Palavra de Deus, que é "viva e eficaz" (Hb 4.12). O Apóstolo Paulo diz que o Evangelho é o poder de Deus (Rm 1.17). Mais que letras, é a operação divina através da Palavra para que sejamos gerados em Cristo.

Este nascimento nos garante o acesso no Reino de Deus. As palavras "ver" (Jo 3.3) e "entrar" (Jo 3.5), são uma forte indicação disso. É necessário "nascer de novo" para ver o Reino de Deus (contemplá-lo, desejá-lo através da fé viva e operante enraizada na Palavra) e para entrar nele (desfrutá-lo plenamente, ao receber a "redenção do nosso corpo" - Romanos 8.23). Vale a pena salientar que por se tratar do novo nascimento, trata-se de uma nova vida, da parte de Deus na vida daquele que se arrepende verdadeiramente. Há uma relação do autêntico cristão com a Palavra. O cristão anda por fé (2 Co 5.7), sim, a fé enraizada na Palavra de Deus (Rm 10.17). Pelo que vemos, ele nasce da Palavra e da renovação feita pelo Espírito Santo. Essa dualidade é vista nas Escrituras. Os homens erram não conhecendo "as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29); as palavras do Senhor Jesus são "espírito e vida" (Jo 6.63); a Palavra de Deus é "viva, e eficaz" (Hb 4.12); devemos crescer "na graça e no conhecimento" (2 Pe 3.18). Convém ao cristão, ao discípulo, obedecer à Palavra, pois a obediência à ela é o elo que no une ao Espírito. Não há como dissociar um do outro, embora, muitos em sua ignorância não atentam para isso.

Sejamos apaixonados pelas Escrituras! Tenhamos comunhão com o Espírito Santo! Sejamos amantes da Palavra! Conservemos em nós a verdadeira espiritualidade!

Amém e amém!