sexta-feira, 25 de junho de 2021

10 PROVAS DE QUE JESUS É DEUS E MERECE ADORAÇÃO

Algumas seitas afirmam clara e ousadamente que Jesus não é Deus. Para muitos, Jesus foi apenas um homem de grandes virtudes; já outros, afirmam ser Ele uma emanação do Pai. Na realidade, há muitas concepções sobre Cristo quando estudamos a história das religiões. Mas, o verdadeiro Testemunho do Senhor Jesus acha-se na Bíblia, afinal, Ele mesmo disse: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" (João 7.38). Devemos crer no Senhor Jesus "como diz a Escritura".


Jesus Cristo é Deus? É digno de adoração assim como o Pai e o Espírito Santo? Vamos às razões:


1. O anjo anunciou a José que Maria, concebida pelo Espírito Santo, daria à luz um filho, cujo nome seria Jesus, pois Ele salvaria o seu povo "dos seus pecados" (Mateus 1.20,21). Concebido pelo Espírito Santo no ventre de Maria, portanto, sem pecado. Segundo, viria para salvar o povo dos seus pecados. O homem é incapaz de salvar a si mesmo dos seus pecados. Se pudesse por conta própria, Jesus não precisaria morrer na cruz. Somente Deus pode libertar o homem do pecado. Jesus mostrou isso ao morrer na cruz (2 Coríntios 5.21);


2. Várias vezes Jesus mostrou Seus atributos, provando ser da mesma essência que o Pai. Exemplo: Jesus conheceu os pensamentos dos escribas que arrazoavam consigo mesmos (Mateus 9.4). Um vislumbre de Sua onisciência. Outrossim, conheceu a malícia dos que O interrogaram acerca do tributo. Exteriormente, eles vieram com lisonjas ao Mestre, mas o seu interior era malicioso. Jesus sondou isso neles (Mateus 22.15-21).


3. Os homens são portadores da vida. Não escolhem nascer, tampouco sabem o dia em que vão morrer. Mas, Jesus "tem vida em si mesmo" (João 5.26). Quando lemos neste versículo que o Pai "deu ao Filho ter vida em si mesmo", traz uma conotação de relação, pois, Jesus é o Filho Unigênito, ou seja, gerado na eternidade de Deus. Outra vez ele disse: "Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai" (João 10.17,18). Nenhum ser humano podia (nem pode) fazer tamanha afirmação de si mesmo.


4. O Apóstolo João o apresenta como o Verbo. Em João 1.1 diz que "o Verbo era Deus". No original grego, esta frase está invertida: "E Deus era o Verbo". Aqui, temos o Filho não apenas um relacionamento exclusivo com o Pai, mas também tendo a mesma essência que Ele.


5. Nele, Jesus, "foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele" (Colossenses 1.16). Ao Filho é atribuído o papel de Criador, do mesmo modo que o Pai.


6. Jesus Cristo é "antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Colossenses 1.17). Ele "é antes de todas coisas". Aqui vemos subentendido o atributo da eternidade. O Filho de Deus, o Deus Filho, é eterno (Hebreus 13.8).


7. Em Jesus "habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Colossenses 2.9). Nele "habita", "reside". Um estilo de linguagem que aborda com meridiana clareza a Divindade do Filho de Deus.


8. O escritor da Carta Aos Hebreus afirma que Jesus é "o esplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa" (Hebreus 1.3). A afirmação do autor sagrado corrobora com as palavras do Senhor Jesus em João 14.9: "Quem vê a mim vê o Pai". Tal como é o Pai, assim também é o Filho. Olhar para o Filho, é olhar para o Pai. Contemplar o Filho, é contemplar o Pai porque o Filho é a expressão do Pai. É como olhar para uma janela de vidro transparente e avistar o resplendor do sol. A transparência do vidro não impede de avistar o resplendor solar, tal é ver o Filho, a expressa imagem da pessoa de Deus.


9. Em Mateus 4.10 lemos as palavras do Senhor Jesus em resposta ao diabo: "ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás" (Mateus 4.10). Algumas seitas afirmam com base neste versículo que Jesus não é Deus e nem merece adoração. Mas isso se desfaz à luz do contexto. 


a) Jesus estava sendo tentado. Jesus não foi tentado como Deus. Deus não sofre tentação 1.13). Ele foi tentado como homem. A Escritura nos ensina que a tentação é humana (1 Coríntios 10.13). Na condição de homem, sendo tentado, era perfeitamente cabível que ele dissesse que a Deus adoraria e só a Ele serviria. O primeiro Adão foi tentado para ser igual a Deus. O segundo Adão, em todo o tempo, glorificou a Deus!


b) Jesus esvaziou-se a si mesmo (Filipenses 2.7,8) e durante o seu Ministério terreno, buscou sempre agradar ao Pai (João 8.29). Era justo que, alguém que em todo o tempo agradou ao Pai fazendo a Sua vontade, dizer que ao Senhor Deus adoraria e só ele pudesse servir.


10. O Apóstolo Paulo nos diz: "dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!" (Romanos 9:5). Veja que, em suas palavras, o autor sagrado se refere a Cristo como "Deus bendito eternamente", ratificando a sua Divindade. Também, o Apóstolo Pedro, semelhantemente, escreveu: "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!" (1 Pedro 4.11). Veja o final: "... para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, A QUEM PERTENCE A GLÓRIA E O PODER PARA TODO O SEMPRE". O "quem" pronome relativo, aparece ligado a Cristo. Os homens, a torto e à direito, buscam glória para si. Mas, a Cristo PERTENCE a Glória hoje e sempre. Ainda o Apóstolo Pedro finaliza sua segunda carta dizendo que ao Senhor Jesus Cristo, seja a glória tanto agora como no dia da eternidade (2 Pedro 3.18).


Jesus Cristo é Deus e é digno de adoração. O Testemunho das Escrituras e do Espírito Santo em nossos corações quando lemos as Escrituras Sagradas nos bastam. O que passar disso é balela e conversinha fiada.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

terça-feira, 22 de junho de 2021

5 RAZÕES PORQUE A HOMOSSEXUALIDADE É PECADO

Bíblicamente falando, a homossexualidade é um pecado condenável por Deus. A ideologia de gênero é um argumento insano a favor disso. Muitos não aceitam porque é uma verdade que confronta e não favorece desejos de quem parte da mudança de sexo. Existe grande diferença entre uma pessoa aceitar e determinado fato deixar de ser verdade. 


Exemplo: uma pessoa que não acredita na lei da gravidade experimenta jogar uma pedra pela janela da sua casa. Obviamente, tal objeto não vai voar, e sim cair em direção ao chão. Se ele não acreditar, vai acontecer do mesmo jeito. Tal lei não será alterada pelo fato da pessoa não crer. Muito mais é a Bíblia! Você pode não crer no que estar nela, mas, o que ela diz é a Palavra de Deus e jamais mudará o que estar ali por causa da incredulidade sua.


Homossexualidade é pecado? Sim! Vamos às razões:


1. Segundo diz a Escritura, Deus criou "macho e fêmea" (Gênesis 1.26,27). Não há um terceiro sexo. De acordo com o texto sagrado, tanto o macho como a fêmea foram criados "à imagem de Deus". A Homossexualidade é pecado de abominação porque desonra esta imagem, além do mais, é uma aversão ao padrão original de Deus, "macho-fêmea".


2. Em Levítico 18.22 diz: "Com varão não te deitarás, como se fosse mulher: abominação é". O termo "abominação", no original, traz a ideia de "coisa odiosa" e, no sentido mais amplo, algo ofensivo. Deus abomina a união homoafetiva porque ela desrespeita os princípios do relacionamento conjugal e familiar, estabelecido por Deus. O pastor Esdras Costa Bentho, citando Von Allmen, diz:


"O matrimônio não é algo acidental, mas essencial da criação, de tal modo que o homem não pode ser ele mesmo, completo, capaz de refletir e de glorificar o seu autor, se não for "homem e mulher' (Gn 1.26,27): enquanto o casal humano não é formado, Deus não está satisfeito com sua obra (Gn 2.18)... o encontro do homem com a mulher se realiza na inocência e no assombro (Gn 2.23-25)" (BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento. CPAD, 2006. pp 135).


3. Em Romanos 1.18-32 o eloquente Apóstolo Paulo discorre sobre a depravação dos gentios. Nos versículos 18-25, ele faz uma exposição sobre o pecado de idolatria. Nos versículos 26-32 ele fala do pecado da Homossexualidade. Veja o que o texto diz: "Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" (Romanos 1.26,27). As mulheres "mudaram o uso natural" e os varões, "deixando o uso natural da mulher". Veja o uso da palavra "natural" aqui. A Homossexualidade desagrada a Deus porque é anti natural. Desonra o Criador e a natureza das coisas criadas por Deus. Tudo o que Deus criou foi para a glória do Seu nome (conferir Salmos 19.1; 104.24). O homossexualismo passa bem distante disso, porque é "contrário à natureza" do que Deus fez e estabeleceu. É natural a união do homem e da mulher, dentro dos critérios do matrimônio, porém, dois homens e duas mulheres vivendo de modo homoafetivo é torpe e contrário ao natural. Normal para a sociedade, anti natural para os que conhecem o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.


4. Quando o homem foi criado "à imagem, conforme a semelhança de Deus" (Gênesis 1.26,27) este conceito de imagem engloba vários aspectos:


a) O aspecto da moralidade. Os critérios de comportamento em relação ao certo e errado são vistos no senso de moralidade que reside no homem. A Homossexualidade é um comportamento e um ato imoral.


b) O aspecto da racionalidade. Deus é Deus de propósitos (conferir Salmos 139.17; Isaías 14.24; 55.8,9; Romanos 11.34). Fez o homem com a capacidade de pensar, de intelectualizar, de agir deliberadamente condicionado à razão, o que o difere dos animais irracionais. Estes não pensam, são movidos pelo instinto de sobrevivência e de adaptação. A Homossexualidade desonra a imagem de Deus, porque é algo fora da racionalidade, portanto, fora dos princípios divinos.


c) O aspecto de governo. Deus conferiu ao homem a capacidade de governar (Gênesis 1.28-30; Salmos 8.5-8). Tanto ao homem é conferido governar como ser governado. A Homossexualidade é pecado de rebeldia contra Deus, pois, não aceita a sua natureza com que foi criado.


5. A imagem de Deus reside no macho e na fêmea e não em um suposto "terceiro sexo". O pastor Esdras Costa Bentho, citando os Teólogos brasileiros Carlos O. Pinto e Luiz A. Sayão, diz:


"... a união sexual entre o ser humano e o animal é pecado porque viola a imagem de Deus, por unir o que é expressão da imagem de Deus com o que não é. A homossexualidade, por violar a imagem de Deus ao unir duas expressões iguais dessa imagem, impedindo o reflexo do pluralidade e criatividade divina evidentes na procriação. A fornicação, por desonrar a imagem de Deus na outra pessoa. O incesto, por violar a imagem de Deus ao se unir duas expressões muito próximas dessa imagem. E o adultério, por violar a imagem de Deus que pertence a outrem" (BENTHO, Esdras Costa. A família no Antigo Testamento. CPAD, 2006. pp 136).


Muitos querem justificar tal pecado dentro da Bíblia afirmando que Deus é amor, porém, esquecem que a mesma Bíblia diz: "O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade" (1 Coríntios 13.6 - Nova Versão Internacional). O pai ama o filho a ponto de corrigi-lo pelos seus erros. O amor acolhe mas também previne e corrige. O amor anda lado a lado com a verdade. Deus ama o homossexual, mas abomina a Homossexualidade.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

7 RAZÕES PORQUE A SERPENTE NO ÉDEN FOI USADA PELO DIABO

Texto de referência: Gênesis 3.1-15


A pós-modernidade é caracterizada, entre muitas coisas, pelo liberalismo teológico que, infelizmente, vem ganhando espaço nas Comunidades de Fé e nas Faculdades Teológicas, outrora conservadoras, agora, com pressupostos aparentemente bíblicos, mas, estranhos ao conteúdo das Sagradas Escrituras. 


Os Teólogos liberais, contaminados por um racionalismo pernicioso e desenfreado, negam a autenticidade das Escrituras e sua inspiração. Distorcem textos, interpretando-os como bem lhe convém. A questão é: a serpente no Éden foi usada pelo diabo? Era o próprio diabo? Ou era apenas a serpente. Bíblicamente falando, trata-se de um animal instrumentalizado pelo diabo. Vamos à análise:


1. Em Gênesis 3.1 o autor sagrado descreve a serpente como a "mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito". A palavra "astuta", no Hebraico, de acordo com James Strong, tem uma conotação tanto positiva quanto negativa. No sentido positivo, significa "prudência"; no sentido negativo, significa "sagacidade". Em sua natureza animalesca, fica comprovada a prudência da serpente e o próprio Senhor Jesus ratificou isso:  "portanto, sede prudentes como as serpentes" (Mateus 10.16). No lado inverso, temos a sagacidade, exatamente a ênfase do contexto de Gênesis 3.1. A serpente era astuta. Neste contexto, "astúcia" significa "habilidade em enganar, em seduzir". A ideia é de induzir ao erro. Portanto, a serpente foi instrumentalizada pelo diabo.


2. Se o diabo usou a serpente no Éden, por que ele não é mencionado? Porque a narrativa é puramente histórica e não proposicional, ou seja, o autor sagrada não se deteve a acrescentar pormenores teológicos na narrativa, tão somente nos mostra como o pecado entrou no mundo. Há reflexos de valor teológico nesta narrativa, porém, não é essa a ênfase do texto sagrado. 


3. A serpente é um animal astuto dentro de sua própria natureza. O diálogo que Eva teve com a serpente mostra que se tratava muito mais do que uma simples serpente no Éden. A ordem dada por Deus era não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.16,17). A serpente levou Eva exatamente naquilo que Deus havia proibido. Será que a serpente em si teria tamanha intenção? Será que um simples animal, em sua natureza ordinária, impeliria Eva a comer do fruto que Deus havia proibido? Logo, concluímos que a serpente foi instrumentalizada pelo diabo.


4. A serpente disse a Eva que, no dia em que comesse do fruto, seria igual a Deus, sabendo o bem e o mal (Gênesis 3.5). Como uma simples serpente saberia disso? Devemos lembrar que este foi o mesmo intento do diabo na eternidade passada: "Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14.14). Era desejo do diabo ser igual a Deus. Como não conseguiu isso, tentou incutir isso na mente de Eva, levando-a a comer do fruto.


5. Na lamentação profética de Ezequiel, no capítulo 28 e nos versículos 13-17 vemos um caso de dupla referência, ou seja, embora a referência em primeiro plano seja dirigida ao rei de Tiro, em segundo plano tem fortes implicações que se relacionam, com rigor a Satanás. Vejamos: "Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro" (Ezequiel 28.13). Embora a declaração seja poética (como é comum na literatura hebraica) tal referência se aplica, com rigor, à Satanás. Primeiro porque o Rei de Tiro NUNCA esteve no Éden. Segundo, este é o Jardim mineral em que continhas as belas e brilhantes pedras preciosas, "afogueadas" (Ezequiel 28.14). Ele se ensoberbeceu contra Deus, estando no Éden, Jardim mineral de Deus, fez o mesmo no Éden registado em Gênesis, um jardim de ricas vegetações. Satanás foi o primeiro pecador da história, pecando no Jardim mineral (Ezequiel 28.12-17); levou o primeiro casal a pecar no jardim vegetal (Gênesis 3.1-6).


6. No diálogo em Gênesis 3, ora Deus fala com a serpente, o animal, no sentido ordinário da questão (Gênesis 3.14); ora Deus fala com a "outra serpente". Isso pode ser comprovado na declaração de Gênesis 3.15, onde a "semente da mulher" feriria a cabeça da serpente. Aqui temos um prenúncio profético anunciando a obra da redenção. O Messias triunfaria ("esta te ferirá a cabeça"), porém, sofreria de forma dolorosa ("e tu lhe ferirás o calcanhar"). Ferir o calcanhar traz a ideia de astúcia, e esta é a verdadeira roupagem do diabo (veja Efésios 6.11).


7. Em Apocalipse 12.9 o diabo é chamado "a antiga serpente". Como bem sabemos, a Bíblia interpreta a Bíblia. A serpente é descrita como aquele animal que fica à espreita, de modo astuto, procurando ferir a sua vítima (confere Gênesis 49.17). Tal qual é o diabo. Se ele se transforma num "anjo de luz" (2 Coríntios 11.14), usar uma serpente para seus propósitos destrutivos era fichinha. O bicho é sem vergonha mesmo! Tem jeito não!


Não precisamos ir além da Bíblia. Ela é a nossa regra de fé e prática. Nossa fonte confiável. O que tá na Bíblia é o que tá valendo.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

6. RAZÕES PORQUE O SUICÍDIO É PECADO

Embora seja uma questão um pouco delicada, pois, traz verdades que muitos não aceitam, a Bíblia mostra que a vida pertence a Deus sendo Ele o doador da mesma. Vamos à análise:


1. Deus é a Causa Anterior da Vida. Tudo tem origem nEle (Gênesis 1.1). O Criador precede a criação. Nunca vai haver arte se, primeiro, não houver o artista que a fez. Do mesmo modo, a criação não faria sentido sem o Criador. A teoria de que tudo veio do acaso, aqui, perde todo o seu significado. Está escrito: "Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível" (1 Timóteo 6.16). Veja bem: "Aquele que tem, ele só". Somente Deus possui a imortalidade. É a fonte dela. Concluímos, com isso, que Deus é a fonte emanadora da vida.


2. Deus é a Causa Interior da Vida. Está escrito: "... o Pai tem a vida em si mesmo..." (João 5.26). Ele pode dá a vida porque Ele a tem. Do mesmo modo, Ele pode tirar (1 Samuel 2.6). O Apóstolo João, inspirado pelo Espírito Santo, disse o mesmo acerca do Filho, ratificando Sua Divindade: "Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens" (João 1.4). Deus não somente TEM a vida como também É a vida.


3. Deus é a Causa Superior da Vida. Diz o texto sagrado: "Porque dele (Causa Anterior), e por ele (Causa Interior), e para ele (Causa Superior) são todas as coisas" (Romanos 11.36). Estes três critérios mostram a soberania de Deus sobre o dom da vida. É algo inviolável. Deus é o Autor; o homem, é o portador. 


4. A Escritura ainda diz: "Não matarás" (Êxodo 20.13; Gênesis 9.6; Romanos 13.9; Tiago 2.11). É bem verdade que aqui se aplica ao homicídio. O fato é que o suicídio se enquadra neste versículo pelo fato do homem cometer a violação do direito da vida que ele não deu, apenas recebeu do Criador. Praticar o homicídio é destruir a imagem de Deus no seu semelhante; praticar o suicídio e destruir a imagem de Deus residente nele mesmo. É pecado e leva para o inferno!


5. Por que suicídio é pecado? Porque Deus é o AUTOR da Vida, e o homem apenas o PORTADOR. O portador apenas recebe das mãos do Criador a dádiva preciosa, a vida. Isso fica comprovado quando lemos em Gênesis capítulo 2 que Deus proíbe o primeiro casal de comer apenas da árvore do conhecimento do bem e do mal. Semelhante proibição não recai sobre a árvore da vida. Porquê? Porque vida é DÁDIVA! E Deus a confere livre e graciosamente a todos os homens! Tirar a própria vida é transgredir contra o Primeiro e Maior Doador que existe, que é Deus. Você faria desfeita com algo que recebeu de maneira amorosa e graciosa da parte de alguém? O que dizer da vida, recebida graciosamente do Criador?!


6. A vida já curta, praticar o suicídio vale a pena? É bem verdade que a situação de uma pessoa com fortes tendências para praticar o suicídio é bem delicada (embora muitos tenham isso como frescura e não é!). Não devemos ser radicais com esta situação. Por outro lado, isso não apaga a realidade do triste ato como danoso ao ser humano e desagradável a Deus. O suicídio é uma covardia moral. Quando poderia mostrar resiliência no momento da adversidade, se rendeu a ela, tirando a vida, quando queria apenas tirar o problema. Oremos pelas muitas famílias que enfrentaram casos assim no seu seio familiar.


Com já disse, o assunto é polêmico, ao mesmo tempo, delicado. É difícil para muita gente aceitar isso e eu, respeitosamente, nada posso fazer. Fico com a Bíblia. Há quem enquadre neste tema o caso de Sansão em sua última luta contra os filisteus. Mas, isso é assunto para uma próxima postagem.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

SE O SUICÍDIO É PECADO, ENTÃO POR QUE SANSÃO SE SUICIDOU? SANSÃO FOI SALVO?

Esta é uma pergunta feita por alguns em determinados círculos evangélicos. Outrossim, alguns pregam por aí que Sansão tenha cometido o tal do "suicídio heróico" (suicídio heróico?) e por esta razão morreu salvo. Como avaliar a morte de Sansão? Foi mesmo um suicídio?


Sansão foi juíz em Israel, julgando este povo por vinte anos (Juízes 16.31). Ele era filho de Manoá, da tribo de Dã (Juízes 13.2), uma das tribos de Israel. Seu nascimento foi uma promessa de Deus à esposa de Manoá. Ele seria nazireu desde o seu nascimento (sobre a lei do nazireado, leia Números capítulo 6). Ele havia sido designado por Deus para livrar a Israel do domínio dos filisteus (Juízes 13.4). Passado o tempo da gravidez, "teve esta mulher um filho e chamou o seu nome Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. E o Espírito do SENHOR o começou a impelir de quando em quando para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol" (Juízes 13.24,25). O nome "Sansão" significa "pequeno sol". Pequeno mesmo! O maior, na verdade, é o Sol da Justiça, Jesus Cristo! É com razão que Ele é chamado de "Deus Forte" (Isaías 9.6)!


O episódio mais marcante na vida de Sansão foi o seu encontro com Dalila em que esta lhe pede para declarar em que consistia a sua força. Tendo ele, finalmente, revelado o segredo, mediante a persistência da astuta Dalila (Juízes 16.13-20), Sansão fracassou, sendo pego pelos filisteus e tendo os seus olhos arrancados (Juízes 16.21). Ficou como escravo do povo inimigo, moendo no cárcere, ou seja, uma regressão moral, espiritual que o deixou em situação vergonhosa. Sansão foi levado ao templo de Dagon, principal divindade do povo filisteu e, pedindo ao moço, foi conduzido até às colunas de sustentação da casa (Juízes 16.27). 


A questão é: Sansão se suicidou ou não? Vamos analisar a oração feita por ele:


"Senhor Jeová, peço-te que te lembres de mim e esforça-me agora, só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos" (Juízes 16.28).


Em primeiro lugar, uma pessoa com o emocional puramente abalado, arrasado, com o coração despedaçado, vai lembrar de orar? Estas descrições não são vistas em Sansão. O texto não mostra Sansão com estas e outras características que o denunciam como alguém tencionando suicidar-se.


Em segundo lugar, Sansão clamou ao Senhor. Uma pessoa com fortes tendências de suicídio vai fazer uma oração a Deus na forma como Sansão fez?


Em terceiro lugar, Sansão estava em sã consciência e estava bem psicologicamente. A propósito, ele pede ao moço que o conduza às colunas que eram a sustentação da casa (Juízes 16.26). Ele tinha por certo que, destruindo as colunas, todo o povo filisteu ali pereceria. A pessoa com intenções de suicídio tem a mente conturbada. Sansão focou numa solução. O suicida foca tão somente no problema.


Em quarto lugar, ele pede a Deus: "... esforça-me agora só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus..." (Juízes 16.28). Veja a conjunção: "para que"; tal conjunção denota finalidade, objetivo, propósito, desígnio. Sansão estava resolvido a se vingar dos filisteus. Não era tirar a própria vida, e sim destruir o povo inimigo.


Em quinto lugar, ele disse: "morra eu com os filisteus" (Juízes 16.30). Aqui, temos uma paráfrase. Tal declaração pode ser traduzida assim: "me vingarei dos filisteus nem que isso custe a minha vida também". É a ação de alguém que resolve matar o inimigo não importando se ele seria morto. O que ele queria era vingança contra o adversário. Isso não se configura como suicídio, nem tampouco como o "suicídio heróico" defendido por alguns pregadores.


Em sexto lugar, mesmo de maneira repentina, Sansão aparece na galeria dos heróis da Fé, na Carta aos Hebreus (Hebreus 11.32). Aí vem a pergunta: herói ou suicida? Onde que um suicida é exemplo de heroísmo? Onde que um suicida é exemplo de fé? Sansão morreu, mas o objetivo era se vingar dos filisteus, e a declaração é enfática: "e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que mataram em sua vida" (Juízes 16.30). Com isso, fica comprovado de que Sansão NÃO cometeu suicídio. E, morreu salvo!


À serviço do Reino, 

Ev Clenio Daniel

sábado, 19 de junho de 2021

A LETRA MATA - O QUE SIGNIFICA?

A passagem bíblica que nos diz isso é 2 Coríntios 3.6 e sempre é usada como base para dizer que os estudos deixam a pessoa soberba, fria e incrédula. Dizem que o muito conhecimento mata a pessoa. Será verdade? O versículo em apreço oferece base para isso? Vamos à análise.


Em 2 Coríntios capítulo 3, nos primeiros versículos (2 Coríntios 3.1-5), Paulo faz uma defesa do seu apostolado, do seu trabalho no Senhor ao falar que os irmãos coríntios era a carta do apóstolo, ou seja, o selo do seu apostolado, do quanto ele havia trabalhado com afinco pela causa do Evangelho e os frutos estavam ali: a conversão e dedicação dos irmãos de Corinto servindo a Cristo. Se Paulo tinha uma carta de recomendação, essa carta era os irmãos da igreja na cidade de Corinto.


A partir do versículo 6, o Apóstolo Paulo estabelece um contraste entre o Novo Testamento e o Antigo. Essa dualidade merece especial atenção dentro da estrutura do próprio texto. Vejamos:


1. Ministério da Morte X Ministério do Espírito (2 Coríntios 3.6-8);


2. Letras escritas em pedras X leis gravada nas tábuas de carne do coração (2 Coríntios 3.3,7);


3. Ministério da condenação X Ministério da justiça (2 Coríntios 3.9);


4. Glória transitória X glória permanente (2 Coríntios 3.11);


5. O Véu estampado "sobre o coração deles" X a "cara descoberta" (2 Coríntios 3.14,18).


Esses contrastes não se referem a outra coisa senão ao Antigo e Novo Testamento, respectivamente. Aqui, o Apóstolo Paulo faz uma distinção destes dois concertos aos seus leitores. Atentando ao contexto destes versículos, a "letra", em 2 Coríntios 3.6 se refere à letra da Lei. A Lei era substancialmente condenatória, pois apontava para as transgressões, exigindo um alto de rigor de justiça e retidão, o qual somente Cristo podia cumprir (Mateus 5.17). Que isso é verdade pode ser comprovado no fato do Antigo Testamento ser chamado de "ministério da morte" (2 Coríntios 3.7) e "ministério da condenação" (2 Coríntios 3.9), nas palavras do Apóstolo Paulo.


O texto nada tem a ver com a letra da intelectualidade, visto que o contexto não permite este tipo de aplicação. Logo, é tolice uma pessoa dizer que não se deve estudar muito porque "a letra mata". Tal aplicação não faz o menor sentido. Se uma pessoa não quer estudar para se aprimorar já é sem vergonhice dela, pois, a Bíblia não apresenta nada de proibição com respeito a isso. Pelo contrário, ela nos incentiva ao aprendizado (2 Pedro 3.18).


Um exemplo disso é Daniel e seus amigos na Babilônia. Em Daniel 1.18-20 vemos que não foram achados outros tais como Daniel e seus companheiros em termos de sabedoria e inteligência. Eles se sobrepujaram aos demais jovens que com eles foram deportados para a Babilônia. Veja um outro detalhe: "Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria" (Daniel 1.17). Veja bem: Deus deu! E, no desenrolar da narrativa do livro, eles mantiveram sua vida de piedade, sendo honrados por Deus na terra do exílio (Daniel 3.16-26; 6.16). Se a letra mata, porque esses jovens, mesmo dotados de sabedoria e inteligência, mantiveram-se firmes em Deus, dando testemunho de sua fé? Continuaram crentes em Deus, mesmo com tanto entendimento intelectual.


É perfeitamente possível somar o conhecimento à espiritualidade. A Escritura nos exorta a crescer na graça e no conhecimento (2 Pedro 3.18). Veja que as duas coisas aparecem em conjunto: graça e conhecimento. Quem cresce na graça de Deus deseja conhecer o Deus da graça. Não há como fugir disso. Conhecimento não mata ninguém. O grande problema nisso tudo é que há pessoas que não tem maturidade para lidar com essas questões e acha que com isso pode humilhar os que, pensa ele, não sabem de nada. Nunca se esqueça: o mal do "inteligente" é achar que todo mundo é burro"! É necessário humildade, moderação, prudência e espírito manso. 


A Teologia estudada à parte da comunhão do Espírito Santo gera teológos frios, racionalistas que negam o sobrenatural e a ação divina na história, reduzindo a Bíblia a um livro qualquer. Mas, o estudo da Teologia na comunhão e dependência do Espírito Santo nos leva à patamares indizíveis, visto que a Bíblia sempre será a sua base, o seu alicerce, a sua fonte primária.


Ser intelectual não estraga ninguém. Ser uma pessoa estudada não estraga ninguém. O que estraga é a falta de educação e de humildade para com as pessoas. Afinal, a pior coisa é uma pessoa metida só porque pensa que sabe alguma coisa e os outros, nada sabem.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

sexta-feira, 18 de junho de 2021

O FALAR EM LÍNGUAS

Reitero aqui a minha posição como assembleiano conservador e defensor do movimento pentecostal continuísta, ou seja, prego veementemente o exercício dos dons espirituais na atualidade. Consequentemente, também creio no falar em línguas, tanto pelas evidências bíblicas como pela experiência Universal da Igreja ao longo da história.


Alguns críticos, bem como algumas seitas negam o falar em línguas como um dos fenômenos resultantes do pentecostes. Usam de uma interpretação equivocada dentro da Bíblia para defender suas hipóteses. Começando pela passagem Bíblica do Evangelho de Marcos 16.17 que fala das "novas línguas" ("glossais kainais", em grego, segundo Strong). Alguns confundem as "línguas estranhas" com as "línguas estrangeiras" e a Escritura estabelece uma diferença considerável nisso. 


Jesus disse: "Em meu nome... falarão novas línguas" (Marcos 16.17). Não estaria errado se eu acreditasse na possibilidade de falar na línguas das nações, mas estarei errando se limitar o significado do pensamento de determinado versículo bíblico em todo o seu contexto. Cremos que não só as línguas das nações, como também "a língua dos anjos" fazem parte do "fenômeno pentecostal". 


O FALAR EM LÍNGUAS está registrado na Bíblia? Sim! 

Provas: 


Atos 10.44-46: "E dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus". Se alegarmos que tal passagem não fale das línguas estranhas, como nós cremos, cometeremos um equívoco. Esse relato ocorreu em casa de Cornélio. Que sentido teria falar nas linguas das nações, se foi em casa de um centurião e não num cenáculo como em Atos 2? Foi algo reservado. Não aconteceu no meio de uma cidade, e sim em uma casa de gentios, os primeiros aos quais foi concedido o dom do Espírito Santo. Sendo assim, cremos que se trata aqui do dom de línguas estranhas.


Atos 19.6: "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam". A experiência do Pentecostes não foi um ato isolado. Ela repercute no livro de Atos como algo essencial na história da Igreja. Por isso, os tais varões aqui citados nesta referência recebem a mesma experiência. Eles falaram em línguas. É o que nos mostra a passagem biblica.


1 Coríntios 14.2: "Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus. Porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios". A Bíblia não menciona o falar em línguas? E esta referência? Está dizendo o quê? Vamos por etapa: 


1. Aqui, o Apóstolo Paulo não está falando da XENOLALIA (Línguas das nações) e sim da GLOSSOLALIA (O falar em línguas estranhas). Veja: quem fala em línguas NÃO FALA A HOMENS. O sentido aqui é absoluto. Não fala a homem algum. Falando nas linguas estrangeiras, poderei sem entendido por alguém. O caso é que, aqui se trata de uma língua que só Deus entende porque "em espírito fala de mistérios".


2. Neste mesmo capítulo, o Apóstolo associa as línguas estranhas à interpretação das mesmas. Vejamos: "E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas, a não ser que também interprete, para que a Igreja receba edificação" (1 Coríntios 14.5). Veja a ressalva: A NÃO SER QUE TAMBÉM INTERPRETE. Certamente Paulo está aludindo às línguas estranhas. Sem sombra de dúvida. Para as línguas dos homens, a tradução; para as línguas estranhas, a interpretação, o que é bem diferente. Interpretar nem sempre implica em traduzir. 


3. No Pentecostes citado em Atos 2 algo merece a nossa atenção. Os primeiros cristãos falavam em línguas e foram compreendidos pelos que estavam presenciando aquele acontecimento, SEM PRECISAR DE UM INTÉRPRETE que mediasse aquele evento. Eles compreendiam os que os primeiros discípulos estavam falando (Atos 2.7-11). Pode um crente, cheio do Espírito Santo falar nas linguas estrangeiras, sem nunca ter estudado? Sim, é possível! Mas também cremos pelas Escrituras nas linguas estranhas, duas experiências distintas, porém, ambas, respaldadas na Bíblia Sagrada.


A experiência pentecostal é bíblica e genuinamente saudável. Quem a vive à luz das Escrituras desfruta de grandes coisas da parte de Deus.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

quinta-feira, 17 de junho de 2021

POESIA À ASSEMBLEIA DE DEUS

No Norte, a Igreja avançou,

Rondônia, Amazonas e Pará,

No Acre também não tardou 

A chama viva impactou

Com pioneiros a desbravar,

E o Evangelho de amor, 

Chegou no Amapá;

O rio da graça inundou o Tocantins,

Em vários lugares e vilas afins;

Sendo Deus perfeito no que faz,

Roraima, não deixou para trás!



Daniel Berg e Gunnar Vingren,

Pioneiros desta missão, 

Enviados pelo Deus vivo, 

Com a chama acesa no coração,

Estavam eles convencidos, 

Desta gloriosa missão!


O Nordeste foi alcançado,

Pelo fogo Pentecostal;

Alagoas, Ceará e Maranhão,

Nadando no rio de unção;

Assembleia de Deus avança,

Até no caloroso sertão;

Pernambuco e Paraíba,

Testificam da salvação;

Sergipe e Bahia,

Fez do Evangelho o seu pavilhão!


Centro-Oeste está em chamas!

Mato Grosso a todo o vapor!

O Evangelho prevaleceu,

Nos corações empedernidos,

Levando almas ao Senhor.

Em Goiás, não foi diferente,

Os pioneiros foram avante,

Levando a boa semente, 

Nos valados e vila adiante,

Resultando em grandes frutos,

E qual aurora cintilante!


Deus olhou para o Sudeste,

Com ternura e bondade,

Na Antiga Guanabara,

A palavra foi pregada

Com poder e autoridade.

Em território capixaba,

A semente, então brotou;

Nas Minas, bateu valeu,

O trabalho prosperou!


O Sul não foi esquecido, 

Tava no plano do Onipotente!

E o diabo, enfurecido,

Conspirou de forma ardente!

Mas essa obra é de Deus!

Não podemos contrariar!

Os inimigos do Evangelho,

Tiveram que recuar!


Em terra catarinense,

O Evangelho expandiu;

O povo paranaense,

Neste meio se inseriu,

O Espírito foi derramado,

O poder desceu do Alto,

Como nunca ninguém viu!

A gauchada se alegra,

O Eterno os visitou,

O Evangelho completo

Com poder se apoderou,

Ali estão os muitos, salvos,

Que exaltam ao Senhor!


De norte a sul deste País,

O fogo santo se alastrou!

Os pioneiros, destemidos,

Confiantes no Senhor, 

Avançaram em todo o tempo,

Com ousadia e amor.


Gratidão é a palavra!

Por tudo o que Deus nos fez!

Até aqui temos chegado,

Com ombridade e honradez!

Toque a flauta e o pandeiro,

Tenha em mãos o tamboril,

Pelos 110 anos

Das Assembleias de Deus no Brasil!


Autor: Clenio Daniel


18 de Junho de 1911, fundação das Assembleias de Deus no Brasil.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

A CEIA UMA VEZ POR ANO E O USO DO PÃO ASMO

Este é outro ponto em que muitos pastores radicais usam para se sobrepor às outras denominações pelo fato de estas não possuírem semelhante prática. Sem querer delongar e de forma respeitosa vamos elucidar à luz da Bíblia este ponto.


Não há nas Escrituras, especificamente no Novo Testamento, uma clara ordenança de quanto em quanto tempo a Ceia deve ser realizada. A única passagem que nos dá um norte sobre isso é 1 Coríntios 11.26: "Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha". Veja bem: "todas as vezes". Esta é a única menção direta sobre a periodicidade da realização da Ceia do Senhor. Algumas denominações realizam uma vez no ano e condenam as demais que realizam a Ceia mensalmente. Sendo assim, podemos condenar a Igreja Primitiva que realizava a Ceia todo o domingo, o domingo da ressurreição, o dia do Senhor. A Ceia era semanal! 


É importante ter em mente que quando o Novo Testamento não detalha nada acerca de um determinado assunto, não há OBRIGATORIEDADE de cumprir determinado pressuposto. Vou dá um exemplo. A oração é mandamento bíblico? Tem relevância para a Igreja da atualidade ou era só para a Igreja primitiva? Jesus nos falou sobre a importância da oração (Lucas 11.9-13; 18.1-8); neste mesmo encalço, os Apóstolos (Efésios 6.18; 1 Tessalonicenses 5.17; Judas 20). À luz destas referências e dos exemplos bíblicos de homens e mulheres que oraram, tanto do Antigo como do Novo Testamento, concluímos que a oração tem relevância para a Igreja do Senhor Jesus em todas as épocas. Voltando ao nosso caso, nada há detalhado pelos Apóstolos de quando em quando a Ceia deve ser realizada. Se não há pormenores bíblicos sobre o assunto, logo, é desnecessário criar questões sobre o caso. Também, é desnecessário colocar doutrina onde não existe.


Ceia somente com pão asmo? Com outro tipo de pão é pecado? Não pode? Também o Novo Testamento não respalda com detalhes esse assunto. Não há nada no Novo Testamento ordenando que a Santa Ceia seja somente com pão asmo. Alegam a exclusividade do pão asmo porque, dizem eles, que o pão com fermento é pão imundo porque o fermento simboliza impureza. Veja bem: SIMBOLIZA, apenas simboliza e nada mais que isso. Devemos ter cuidado com o uso dos símbolos na Bíblia. Havia em Israel a Festa Dos Pães Asmos (ou Festa dos Pães Sem Fermento) realizada anualmente, observando o calendário judaico (Levítico 23.6-8). Não se podia comer o pão sem fermento. O teor desta festa era comemorar a libertação dos Filhos de Israel do Egito pela ação divina. É importante salientar que, enquanto na festa dos Pães Asmos não se podia comer pão com fermento, na Festa de Pentecostes podia utilizar o fermento: "levedados se cozerão" (Levítico 23.17). Símbolos não são doutrinas, elas podem trazer um reflexo doutrinário, todavia, não se constitui um fim em si mesmo.


É errado realizar a Ceia com pão asmo? Não! Tem algum pecado realizar a Ceia com pão comum, com fermento? Também não! Errado é se sobrepor às demais denominações por estas não realizarem semelhante prática, pois, questões como estas não comprometem na salvação de ninguém. Não salva e nem condena ninguém ao inferno.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

quinta-feira, 10 de junho de 2021

6 RAZÕES PORQUE A BÍBLIA CONDENA O ABORTO

1. A Bíblia apresenta Deus como aquEle que tem o domínio sobre tudo e sobre todos. Portanto, sendo Senhor de tudo, também é Senhor da vida. Exemplo disso pode ser visto em Números 16.22 na oração de Moisés que diz: "Ó Deus, Deus dos espíritos de toda a carne" (Revista e Corrigida). A Revista e Atualizada traz: "Ó Deus, Autor e Conservador de toda a vida"; a NVI (Nova Versão Internacional) traduziu da seguinte forma: "Ó Deus, Deus que a todos dá a vida". Vemos que a vida é dádiva dada por Deus, ou seja, Deus é a Causa Primeira de toda a criação como também da vida;


2. Fica claro em Gênesis 1.27 e 2.7 que o homem foi criado por Deus. Ele foi formado de um modo terrível e maravilhoso (Salmos 139.14). O homem não pediu para nascer (na verdade ninguém pede para nascer) porque a vida partiu inteiramente de Deus sendo Ele o Autor dela. Alguém aí pediu pra nascer? Alguém aí pediu para vir ao mundo? Somos criação de Deus e ao colocar as coisas no seu devido lugar, a criação sempre está abaixo do Criador. Primeiro, vem o Criador, o Eterno, e em seguida as coisas criadas por Ele. Não detemos o domínio sobre nada, apenas administramos o que é criado por Deus, inclusive a a própria vida. Logo, o aborto é uma prática condenável que fere o direito da vida, da qual, Deus é o Autor;


3. Ainda segundo a Bíblia, que é a nossa regra de fé e prática, infalível Palavra de Deus, portanto, digna de confiabilidade, Deus é quem tem poder para matar e dá a vida (Deuteronômio 32.39; 1 Samuel 2.6). Isso reflete a soberania Divina, pois, se Ele deu a vida, somente Ele pode tirar. A partir daqui entendemos que homicídio e suicídio são graves pecados contra Deus, pois viola-se o direito da vida, seu e de outrem, que ele não deu. O homem pode dá a vida a outro? Não! Somente a Deus é atribuída esta tarefa. Se o homem não pode dá, quem é Ele para tirar? Ninguém! Logo, o aborto é pecado condenado pelas Escrituras; 


4. "Não Matarás" (Êxodo 20.13). Uma vida gerada no ventre materno, embora informe, não deixa de ser uma vida! Está se formando, mas é uma vida. A manipulação malévola para a extinção deste ser que não teve a culpa de escolher pais irresponsáveis é grave pecado! É uma vida! Já é grave pecado matar o homem mau fazendo justiça com a mãos sujas, o que dirá um inocente?! Fica o imperativo divino: "não Matarás"!


5. Em Eclesiastes 3 o sábio pregador fala do "tempo determinado", incluindo neste cronograma "o tempo de nascer e tempo de morrer" (Eclesiastes 3.2). Veja: "tempo determinado". Algo estabelecido. O homem não pode mudar o curso do tempo, mas vive nele adquirindo maturidade. A extinção do ser no ventre materno, seja pela "mãe" ou por outro que consinta na morte do infante não agrada a Deus, que deu a vida ao homem e estabeleceu limites para que não fosse ultrapassado (ver Hebreus 9.27);


6. "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu" (Eclesiastes 12.7). A morte é uma realidade inevitável, inegável e inescapável (Hebreus 9.27). Cedo ou tarde, todos hão de se encontrar com ela. A morte prematura do infante, no ventre materno constitui-se falta grave com o Autor da Vida, o Senhor Deus;


A exceção para a aceitação é o ABORTO NATURAL. Por que motivo? O nome já está dizendo: natural! Não manipulado, não articulado pelo ser humano, ocorreu naturalmente, sem a intervenção do homem na extinção da vida do inocente. Toda participação humana na morte do inocente é condenada pela Bíblia. Os tais hão de se ver com Deus!


São muitos os motivos para condenação da tal prática, mas a falta de espaço não nos permite ser exaustivo no assunto.


Em Cristo, 

Ev Clenio Daniel Parente Mendes

BATISMO EM TANQUES É ERRADO? DEUS NÃO ACEITA?

Algumas Igrejas ultraconservadoras não aceitam a hipótese de que seja realizado batismo em tanques, pois, segundo eles, em águas paradas o batismo não cumpre o seu significado. Muitos de seus membros chegam a dizer que, em águas paradas não pode "porque os pecados do irmão ficam lá e o próximo que se batizar pega os pecados do que se batizou antes". Falo isso porque já ouvi da boca de muito de seus adeptos essa afirmação. Diante disso fica a pergunta: até que ponto chega a ignorância de alguns irmãos com relação a certos pontos da Bíblia?


Batismo em tanques é errado? O único batismo aceito é em rios? O que a Bíblia diz sobre isso?


A base que os ultraconservadores usam para defender a validade exclusiva do batismo em rio é o batismo de Jesus no Rio Jordão (Mateus 3.13-17). A presente referência bíblica apenas narra o episódio do batismo do Senhor Jesus. O cumprimento da justiça, em Mateus 3.15, NADA TEM A VER com o fato de Jesus ter sido batizado em rio. O cumprimento da justiça consiste na submissão de Cristo com a causa justa de Deus, cumprindo as predições proféticas, em prol de seu povo e, por extensão, de toda a humanidade. O plano redentor estava em andamento, sendo concretizado na morte de Cruz do inocente Cordeiro de Deus.


4. RAZÕES PORQUE O BATISMO EM RIO NÃO SE SUSTENTA, SEGUNDO AS ESCRITURAS:


1. Mateus 3.13-17 apresenta uma narrativa bíblica onde mostra o batismo de Jesus por João, o Batista. Narrativa bíblica não é o mesmo que doutrina bíblica. O Evangelista Mateus tem somente a intenção de mostrar aos seus leitores como se deu o batismo de Jesus. 


2. Nenhum dos Apóstolos referendou o batismo em rio como sendo superior a qualquer outro ato batismal. A rigor, não consta em nenhuma das Epístolas do Novo Testamento alguma ênfase de que o batismo em rios seja obrigatório para as Igrejas. 


3. É preciso distinguir o elemento CULTURAL do SUPRACULTURAL. Qual a diferença entre um e outro? Elementos culturais são restritos a um determinado povo, não cabendo a outro a OBRIGATORIEDADE de cumpri-los também. O que é da cultura, é da cultura. O elemento supracultural VAI ALÉM da cultura, apresentando um teor doutrinário para o povo de Deus EM TODAS AS ÉPOCAS porque está ACIMA do padrão cultural. Exemplo: a ordenança bíblica do Batismo é SUPRACULTURAL. Enquanto o elemento CULTURAL tem sua relevância NO PASSADO, o SUPRACULTURAL tem sua relevância em TODAS AS ÉPOCAS.


4. Se o batismo em rio é exclusivo e o batismo em tanques não tem validade nenhuma, o que dizer das regiões áridas, predominantemente secas, onde não há rios? Na história da igreja moderna temos muitos relatos de cristãos sendo batizados em banheiras d'água, devido a perseguição comunista e a falta de acesso a rios, seja por força da perseguição ou mesmo impedimentos geográficos. Aí eu pergunto: esse povo vai tudo pro inferno simplesmente porque não foram batizados em rio? Sejamos conservadores, mas, idiotas, não!


Além desta observação extremamente rígida, ainda há quem defenda a realização da Ceia uma vez por ano, apenas com pão asmo. Assunto para uma próxima postagem.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

sexta-feira, 4 de junho de 2021

DISCIPULADO: MISSÃO EFERVESCENTE DA IGREJA

A Igreja foi chamada para atender ao propósito Divino. Este propósito de estende de forma tríplice:


1) Vertical - Adorar a Deus;

2) Horizontal - Propagar o Evangelho de Cristo;

3) Centro - Discipular.


A Igreja almeja as coisas do Céu, por isso, adora a Deus. Mas, ainda está na terra e por isso tem o dever de proclamar o Evangelho de Cristo, e como organização ela consolida a fé dos novos convertidos em Cristo, ensinando-lhes os fundamentos da Fé Cristã.


O grande problema desta geração é que, ao invés de discípulos, estão formando simpatizantes. Gostam do Evangelho, criam uma simpatia pelo Evangelho, mas não se entregam porque ainda amam a sua vida de deleites. Quando a Igreja entender que a sua missão é formar discípulos e não simpatizantes, caminhará com bom êxito, atendendo ao chamado do Mestre.


O processo de consolidação está inserido entre duas palavras ditas pelo Senhor Jesus: "Vinde" (Mateus 11.28) e "ide" (Marcos 16.15). No primeiro caso, temos um convite, para ir a Cristo; no segundo caso, temos uma ordenança, para ir ao mundo pregar o Evangelho. Entenda: é necessário, primeiramente, ir Cristo para, depois, ir por todo o mundo. Antes do IDE Jesus disse VINDE. São muitos que querem cumprir o IDE de forma errônea, sem ter atendido o VINDE do Senhor Jesus.


O que é um discípulo? É alguém que aprende de um Mestre e segue. O bom discípulo coloca em prática os ensinamentos proferidos pelo seu Mestre. O termo grego é _matetes_ de onde vem o termo "Matemática" que significa literalmente disposto a aprender. O elemento que caracteriza o verdadeiro discípulo de Cristo é a sua disposição para o aprendizado. Isso se constitui um grande desafio pois tudo o que vemos são muitos querendo ensinar e quase ninguém querendo aprender. O processo é rigoroso, portanto, diferente do que muitos pensam:


1. "Vinde a mim" (Mateus 11.28);

2. "Vinde após mim" (Mateus 4.18,19);

3. "Ficai na cidade" (Lucas 24.49);

4. "Sereis minhas testemunhas" (Atos 1.8);

5. "Ide por todo o mundo" (Marcos 16.15).


ESTÁGIO INICIAL DO DISCIPULADO

("Vinde a mim").


Este é o chamado, ou o convite, para ir a Cristo. Ir ao Salvador e receber a sua salvação. O chamado para nascer de novo. "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados". A vida de pecado cansa, sobrecarrega, deixando sobre os ombros uma carga enorme de aflições. Somente Cristo para dar o alívio necessário e o lenitivo para as nossas feridas, impostas pelas aflições da vida sem Deus. Se a vida de pecados cansa excessivamente, nascer de novo é a única alternativa (João 3.3-5).


Este é o chamado para viver a vida de Cristo de modo que o mundo veja Cristo em nós. É a vida de Cristo e não a nossa, pois esta foi mortificada (Gálatas 2.20). Nascido de novo, transparecemos ao mundo Cristo e não nós mesmos. Quando o mundo ver esta diferença, se sentirá convencido de viver esta vida também. O salvo em Cristo Jesus é a Bíblia que o mundo lê e testifica com palavras de louvor.


2° ESTÁGIO DO DISCIPULADO

("Vinde após mim")


Quando lemos Mateus 4.18,19 percebemos que o chamado ali é ao serviço. Enquanto o "Vinde a mim" é o chamado à salvação e à comunhão, o "vinde após mim" é o chamado ao serviço. Aqui é revelado o que Cristo tem quer de nós, o que Ele espera de nós, enfim, o que Ele quer que façamos para Ele. O chamado ao serviço divino é algo glorioso, embora implica em grandes responsabilidades. Mas é na dureza da responsabilidade que a glória do chamado resplandece. O verdadeiro discípulo honra a o seu testemunho e valoriza a vocação que recebeu de Deus (Efésios 4.1). Há pessoas que não são dignas da vocação com que foram chamados, por causa da vida reprovável que levam diante de Deus e dos homens. É importante salientar o que Paulo disse em Efésios 4.1 que a conduta vem antes da vocação: "Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados". Primeiro, "andeis", depois, vem o termo "vocação". Deus não inverte as ordens, mas nós infelizmente fazemos. Primeiro, Deus chama para a Salvação; depois, ao serviço. Há muitos que tem vocação mas não tem conduta. A boa conduta dá brilho à vocação, dignifica o chamado que recebemos de Deus.


3° ESTÁGIO DO DISCIPULADO

("Ficai na cidade")


O processo para o discipulado é a prova cabal de que Deus nem sempre tem pressa com os Seus escolhidos. Deus se apressa com o desobediente que sabe do que tem a fazer e se omite. Mas, quanto ao aprendizado, Deus é o primeiro a esperar pois é Ele quem nos insere neste processo de aprendizado e de fortalecimento. Os discípulos do Senhor Jesus ficaram na cidade para buscar a promessa do Espírito Santo, mas pelo que podemos depreender de Atos 1.2-5, Jesus passou com os Apóstolos cerca de quarenta dias falando das coisas concernentes ao Reino de Deus. Teve a busca do poder do Alto, mas, antes Jesus falou-lhes do Reino de Deus. Jesus era o Mestre incansável, e sempre estava pronto a ensinar os Seus discípulos ainda antes da Sua ascensão. Ele ensinou até ao último instante em que estivera com eles!


4° ESTAGIO DO DISCIPULADO

("sereis minhas testemunhas")


Existem três palavras que merecem destaque:


1. Discípulo: aquele que aprende de um mestre e segue;

2. Cristão (Atos 11.26; 26.28; 1 Pedro 4.16): aquele que segue os ensinamentos de Cristo, identificando-se com Ele.

3. Testemunha (Atos 1.8). Esta palavra ocorre muito em Atos. Ela vem de um vocábulo grego que significa mártir, alguém que é capaz de morrer pela sua fé selando seu testemunho com sangue. Não era somente viver por Cristo, mas morrer por Ele se preciso fosse!


5° ESTÁGIO DO DISCIPULADO

("Ide por todo o mundo").


Contemplando o cenário histórico em que esses acontecimentos se desenrolaram, há três anos Jesus dizia: "Vinde a mim". Três anos após, Jesus ordena: IDE! O chamado é um chamado de amor, pregando um Evangelho de amor, pregando o Deus de amor e o amor de Deus à humanidade caída em seus pecados. Depois de ter ido a Cristo e provado Seu amor e graça divinal, agora ele leva ao mundo o que ele experimentou ao pés de Jesus. A experiência da salvação nos estimula a pregar o Evangelho com mais fervor e ênfase, de modo que os pecadores se sintam convencidos e se rendam a Cristo.

ESPIRITUALIDADE E ESPIRITUALISMO: QUAL A DIFERENÇA?

Ouvimos frequentemente alguém dizer que o irmão fulano é "muito espiritual", ou mesmo que ele é "espiritual até demais". O que significam estes dizeres? O que a Bíblia diz sobre isso?


Estes termos vem da palavra "espírito". Dicionaristas definem esta palavra como "a parte eterna do ser humano". Nesta acepção, discordo da palavra "eterna", subistuindo pela palavra "imortal", visto que Deus é quem cria o espírito que há no homem (Gênesis 2.7; Números 16.22; Zacarias 12.1), ao passo que o termo "eternidade" é definido como aquilo que não tem começo e nem fim. Se o espírito do homem é criado, não pode ser eterno. 


Biblicamente falando, o homem é tricotômico, isto é, possui espírito, alma e corpo (1 Tessalonicenses 5.23). Uma triunidade perfeita no ser humano que nos convence que realmente o homem foi formado de um modo terrível e maravilhoso (Salmos 139.14). A morte consiste na "separação" do homem interior (alma e espírito) do homem exterior (o corpo). O homem é, por natureza, um ser espiritual, ou seja, dotado de espírito, a parte imaterial que abriga a consciência, o senso de moralidade em relação ao certo e o errado e a noção de um Ser Superior. 


O que é ser espiritual? Diferente do que pensam, é ter a mente de Cristo (1 Coríntios 2.15,16), é viver a vida de Cristo (leia Gálatas 2.20; Efésios 3.17). A espiritualidade começa quando morremos para o pecado (Romanos 6.1,2), para viver para Deus. Ora, se o velho homem tem prazer nas coisas carnais, o novo homem tem prazer nas coisas espirituais. O verdadeiro crente espiritual é aquele que ressuscitou com Cristo, tendo ardente desejo pelas coisas que são de cima (Colossenses 3.1). É importante ressaltar que não implica em viver uma vida alienada subestimando a fé de outros, pelo contrário, é viver a dimensão do Espírito na terra. Ainda não subimos ao Céu, mas podemos demonstrar por meio de uma vida piedosa e transformada as riquezas que vem de lá, a fim de que os que estão em trevas se sintam atraídos a Cristo e conhecer estas imprescindíveis riquezas.


Uma pessoa que diz ser espiritual e não estende a mão ao próximo, não se importa com a causa dos necessitados, vê demônio em tudo não pode ser espiritual. Isso é idiotice! O crente espiritual contempla a realidade à sua volta sob o ponto de vista da misericórdia divina. Se ele não merecia e foi alcançado pela misericórdia de Deus, nesse mesmo olhar ele se dirige a outros, anelando que eles também sejam alcançados.


De acordo com 1 Coríntios 2.15 uma coisa que o crente espiritual tem é DISCERNIMENTO. Ele não confunde as coisas. Ele sabe colocar as coisas em seu devido lugar. Ele vai morar no Céu, mas ainda está na terra. Tem um espírito, mas também tem um corpo. É necessitado de Deus, mas também está cercado das necessidades materiais. Aguarda o Arrebatamento, mas não se desliga das ocupações diárias, cumprindo-as como convém.


O que é o ESPIRITUALISMO? É o "excesso" da espiritualidade. Se o espiritual sabe DISCERNIR, a especialidade do espiritualista é MISTURAR! Ele materializa o espiritual e espiritualiza o material, confundindo ambas as partes. Ele é "tão espiritual" que ele vê demônio em tudo! Ele é "tão espiritual" que nem precisa congregar mais, pois, para ele, está tudo errado na Igreja, inclusive no Altar! Sinistro, não?!


A verdadeira espiritualidade leva a uma vida de sabedoria e de prudência; o espiritualismo é pura demonstração de tolice e de ignorância! Para o espiritual, todo pecador precisa ser salvo; para o espiritualista, vão tudo pro inferno (menos ele!). O crente espiritual é aquele que experimentou a verdadeira obra de salvação, fazendo ele ser grato pelo que Cristo fez na Cruz, desejando que todos os perdidos tenham a mesma experiência. O espiritualista desconhece isso. Tudo está focado na sua terrível ignorância. Em vez de mergulhar em águas profundas, vive se afogando num pote d'água.


Devemos pedir a Deus graça e misericórdia para não cairmos no perigo do espiritualismo, nocivo e doentio.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

SANTIDADE E SANTARRICE: QUAL A DIFERENÇA?

Quando se fala nos termos "santidade", "santificação", "santificar", em alguns círculos evangélicos, a discussão é um tanto acalorada, desde os mais liberais aos ultraconservadores. Em alguns casos, a briga é feia! Vamos definir o termo à luz da Bíblia, nossa regra de fé e prática.


"Santificar" é "tornar santo" que, por sua vez, trás a ideia de "separação". A ideia é separar alguma coisa para uso exclusivo de outra. Relacionado a pessoa, o significado é ainda mais complexo. Aqui, cabe entender os significados "separado de" e "separado para". Assim, o entendimento fica mais claro. No Antigo Testamento, santificar coisas era separá-las DO uso comum PARA  o religioso. Isso pode ser comprovado em Êxodo 40.9-16, referente ao Tabernáculo e seus utensílios. É importante destacar que a palavra que aparece aqui é "ungir". Mas, também vale salientar que a mesma referência deixa claro que, após o ato cerimonial da unção, era santificado, comprovado pelas expressões: "será santo" (Exodo 40.9), "santificarás", "será uma coisa santíssima" (Êxodo 40.10,13). Quando lemos o capítulo 8 de Levítico vemos a consagração de Arão e seus filhos para o sacerdócio. Eles foram separados DA vida comum PARA o serviço de Deus. Aqui aprendemos que a vida de santificação reflete o propósito de Deus para conosco.


Ser santo é ser separado DO mundo PARA Deus, para o Seu serviço, para os Seus propósitos. Quando falamos em "mundo", nos referimos ao sistema mundano, contrário a Deus e à sua santidade. Mas, é uma pena que este conceito não seja entendido por muitos. Sendo assim, é importante salientar O QUE NÃO É SANTIFICAR-SE.


1. Não é se isolar. Muitos confundem santificação com isolamento. Não falar com ninguém, não sair de casa e não ter contato com nada. Pura tolice tal pressuposto;


2. Não é viver alienado. Tem pessoas que, para elas, até cuspir é pecado. Sorrir, brincar, se divertir é coisa do diabo. "Não pode". Outra prova ridícula de ignorância;


3. Não são usos e costumes. Estes, quando bons, dão prova da santificação na vida do crente, mas não se constitui a base da santificação.


A partir disto começamos a entender o que é SANTARRICE. A vida de SANTIDADE é vivida com base na Palavra de Deus. Já o SANTARRÃO cria suas regras de santidade e vive em torno delas. E a partir destas regras, ele passa a julgar os outros, chegando afirmar que os demais vão para o inferno. Se alguém pensa que somente a prostituta, o drogado, o adúltero, e o ladrão estão na porta do inferno, estão esquecendo de mais alguém: O SANTARRÃO! Pensa ele estar agradando a Deus com suas regras loucas e absurdas de santidade, mas está longe de Deus.


Ser santo implica em viver os propósitos de Deus, quando nos entregamos a Ele (2 Coríntios 7.1; 1 Pedro 1.15,16). Já o SANTARRÃO vive dentro do famoso PODE e NÃO PODE, nada na superfície a vida inteira, enquanto o verdadeiramente santo mergulha nas profundezas do Espírito. 


Sejamos verdadeiramente santos! Os santarrões sempre serão mais um na história, lembrados apenas por suas tolices.


À serviço do Reino, 

Ev Clenio Daniel

terça-feira, 1 de junho de 2021

É CORRETO EXCLUIR ALGUÉM DA IGREJA?

Muitas pessoas dentro da Igreja não aceitam essa ideia de excluir alguém da comunhão da membresia da igreja. Consideram tal prática radical até ao extremo e com isso afirmam que isto é desnecessário. Há muito o que falar disso. Como as Igrejas e pastores encaram isso?


Algumas Igrejas adotam isso como REGRA, ou seja, cometeu um pecado grave como, por exemplo, o adultério, já tá excluído e, com isso, nem salvação a pessoa tem mais! Pesado, não?! E quando a pessoa se arrepende e deseja mudança? Mesmo assim não tem salvação? Fica a pergunta!


Uma boa parte das Igrejas adotam a exclusão como a EXCEÇÃO DA REGRA, ou seja, ela é aplicada mas não de imediato. Quando se aplica a exclusão? Quando todas as medidas aplicadas para o disciplinado voltar à comunhão forem esgotadas e o mesmo não mostrar atitude de arrependimento. Não houve mudança? O comportamento é o mesmo, principalmente depois de a Igreja ter efetuado TODOS os procedimentos para tentar restaurar o disciplinado à comunhão da Igreja? O que resta é, então, a exclusão!


Isso não exclui a misericórdia, o amor e a compaixão, pois, houve uma insistência por parte da Igreja, um apelo para que a pessoa se regenerasse e ainda assim o tal não mudou. Convenhamos, é mais fácil reparar o lado negativo da questão, a pessoa ser excluída, mas quase ninguém observa o quanto que a Igreja fez pela reconciliação da pessoa. Verdade é que há Igrejas que descumprem esse papel, mas não vamos generalizar, há outras que cumprem à risca os ensinamentos de Cristo, lutando com pessoas que andaram na senda do erro, almejando ele se volte para Deus. 


A Escritura nos traz ricos exemplos disso. Eis um exemplo: 


"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se ainda não escutar, dize-o à Igreja; e se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano" (Mateus 18.15-17). Veja que, neste ensinamento dado pelo Senhor Jesus, por três vezes vemos a expressão "se não te ouvir", "e se não as escutar" e finalmente "e se também não escutar a igreja" (Mateus 18.16,17). Tais expressões apontam para a possibilidade de que há pessoas que se mostram irreconciliáveis. Existem pessoas assim? Infelizmente, aos milhares! Bom seria se não houvesse!


Há um caso que merece atenção. Consta na primeira carta de Paulo ao jovem pastor Timóteo, onde ele diz: 


"Conservando a fé e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram náufragio na fé, e entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar" (1 Timóteo 1.19,20). Pelo que se pode depreender das palavras do Apóstolo, os tais homens caíram deliberadamente no mais severo grau de apostasia, vejam: "naufragaram na fé", ou seja, desviaram-se da verdade, caindo no pecado da blasfêmia ("para que aprendam a não blasfemar"). Os estudiosos afirmam que a expressão "entreguei a Satanás" indica que foram privados da comunhão da Igreja, o que, em nosso caso, entendemos como exclusão.


A prática da exclusão, quando aplicada de forma legítima, não exclui o amor de Deus, ao contrário, só mostra a conduta obstinada da pessoa que, em momento algum, se rendeu ao Evangelho, antes, "pisou o Filho de Deus, fazendo agravo ao Espírito da Graça" (Hebreus 10.29). Não é Deus que não quer perdoar, é a pessoa que não quer se arrepender, chegando ao estágio de endurecimento sem precedentes.


À serviço do Reino, 

Ev Clenio Daniel