sexta-feira, 2 de outubro de 2020

RADICALISMO, CONSERVADORISMO E LIBERALISMO

 Com relação à humanidade, somos todos iguais; do ponto de vista da individualidade, somos todos diferentes. A humanidade reside na individualidade e esta, por sua vez, esta presente na humanidade. A pluralidade de idéias, de opiniões, de comportamento é fator característico dos seres humanos. Há os pontos de convergência, mas há os de divergência. Isso é comum, desde de que saibamos lidar com isso. Mas dessa realidade não podemos fugir.


Uma pessoa come carne mas não come legumes, já outra come legumes mas não come carne. Ambos tem seus gostos, ambos sentem fome e, consequentemente, a necessidade de comer, porém, os gostos e aptidões aqui se diferenciam. Dá de entender isso? Ambos sentem fome, mas os gostos se diferenciam. Existe o comportamento padronizado, inerente a todos os seres humanos. Mas existe aquele comportamento inerente ao ser humano como indivíduo. O fulano mostra esse comportamento, mas o beutrano já não age de igual modo. Aí entram as diferenças. Capitou a mensagem?


No âmbito religioso, a questão é ainda mais evidente. Temos: um único Deus, uma única Revelação, um único Evangelho, uma só Fé, uma mesma Bíblia. Mas, por quê tantas denominações? Se observarmos, cada uma delas apresentam suas particularidades em relação a Bíblia. De um lado, umas Igrejas Ultraconservadoras que radicalizam o uso das vestimentas masculinas e femininas, com base em Deuteronômio 22.5: "Não haverá trajo de homem na mulher, e não vestirá o homem veste de mulher; porque qualquer que faz isto abominação é ao Senhor, teu Deus". Algumas outras, extremamente liberais, ignoram este versículo levando em conta o tempo em que foi escrito. O ultraconservador usa a Bíblia para defender sua crença, mas o liberal também usa a Bíblia. Como se situar dentro dessa realidade?


Três linhas de pensamento predominam nas Comunidades de Fé.


RADICALISMO - Igrejas que defendem o extremo conservadorismo. No começo, as Assembleias de Deus pertenciam a esta ala radical. Nas suas primeiras décadas, eram terminantemente proibidos o uso do rádio, da televisão, eram avessas ao curso formal de Teologia, não realizavam Congressos, como bem aponta a história, sem entrar no mérito de vestimentas porque a sociedade brasileira da época era conservadora. Então, os conhecidos Usos e Costumes não entram nesse mérito (vieram a ser ferrenhamente debatidos a partir da década de 60, por ocasião da "revolução sexual" que marcou esta época). Ainda encontramos Igrejas Ultraconservadoras, ou radicais em nossos dias. Possuem regras demasiadamente rigorosas no campo de Usos e Costumes, proíbem a participação na política, condenam práticas esportivas, abolem a prática do batismo em tanques, sendo aceito apenas em águas correntes e por aí vai. Em outras palavras, Igrejas que proíbem quase de tudo, sem se falar que o termo Santificação é tomado quase como a ideia de "isolamento", sendo que, à luz da Bíblia, não é bem assim que se define santificação (ver 1 Coríntios 5.9,10).


CONSERVADORISMO - Está situada no meio termo. Uma Igreja Conservadora terá a Bíblia como sua principal fonte doutrinária, reguladora da conduta humana. Ela sabe diferenciar Doutrina do costume, sabe que a doutrina não sofre mudança no tempo porque é divina, é eterna, mas os costumes vão variando. Por que os costumes variam entre si? Porque a sociedade está em constante processo de evolução, e com isso os costumes vão variando. Deus é imutável (Malaquias 3.6; Hebreus 13.8), o homem é mutável. Uns costumes permanecem, outros se tornam obsoletos, ou seja, caem em desuso. A Igreja Conservadora saberá se situar no tempo, sempre se orientando pela Bíblia e nunca por regras secundárias que não substituem a Palavra de Deus. Saberá valorizar uma boa tradição sem nunca colocá-la acima das Escrituras Sagradas. Alguém já disse: "Tradição é a fé viva dos que estão mortos. Tradicionalismo é a fé morta dos que estão vivos". Aceita-se a tradição, mas rejeita-se o tradicionalismo.


LIBERALISMO - Se no RADICALISMO tudo é proíbido, no LIBERALISMO tudo é permitido, ou quase tudo, ou boa parte do que é proibido em muitos lugares. O liberalismo apresenta uma visão mais flexível do Evangelho. Uma de suas marcas são as incontáveis estratégias que usam para atrair, especialmente, os mais jovens (o que acaba dando certo). Não possuem regras de proibição quanto às vestimentas, maquiagens e penteados, sendo isso lícito para eles, totalmente aceitável. O grande problema do LIBERALISMO é o apego demasiado à inúmeros métodos, querendo facilitar o que o Evangelho não facilita, querendo alargar a porta que Jesus disse que é estreita. Usam-se muitos métodos, menos a Bíblia. Ainda mais em nossos dias em que a verdadeira prática da evangelização encontra-se obsoleta. Tudo é moderno! É outra fase! É outra visão! Uma nova visão! Uma nova revelação e isso vai totalmente contra as Escrituras Sagradas, a Revelação final e suficiente da parte de Deus ao homem.


Como disse Eduards M. Bounds: "O homem é o método de Deus". A Igreja pode modernizar sem se mundanizar. Pode aceitar as inovações? Pode! Desde que estas inovações não vão de conflito com a Bíblia, está tudo bem! Nosso foco é a Bíblia, a Palavra de Deus. Agora, uma coisa é certa: a verdadeira Igreja de Cristo é DIFERENTE, nunca é igual ao mundo. Basta ir a um casamento! Haverá muitas mulheres lindíssimas, todas bem vestidas, MAS SÓ UMA É A NOIVA! APENAS UMA! A Igreja de Cristo é uma só e ao longo da história sempre se manteve diferente, conservadora dos princípios bíblicos e nunca se deixando levar por este sistema ímpio que aborrece a Deus e agrada aos homens.