sexta-feira, 18 de junho de 2021

O FALAR EM LÍNGUAS

Reitero aqui a minha posição como assembleiano conservador e defensor do movimento pentecostal continuísta, ou seja, prego veementemente o exercício dos dons espirituais na atualidade. Consequentemente, também creio no falar em línguas, tanto pelas evidências bíblicas como pela experiência Universal da Igreja ao longo da história.


Alguns críticos, bem como algumas seitas negam o falar em línguas como um dos fenômenos resultantes do pentecostes. Usam de uma interpretação equivocada dentro da Bíblia para defender suas hipóteses. Começando pela passagem Bíblica do Evangelho de Marcos 16.17 que fala das "novas línguas" ("glossais kainais", em grego, segundo Strong). Alguns confundem as "línguas estranhas" com as "línguas estrangeiras" e a Escritura estabelece uma diferença considerável nisso. 


Jesus disse: "Em meu nome... falarão novas línguas" (Marcos 16.17). Não estaria errado se eu acreditasse na possibilidade de falar na línguas das nações, mas estarei errando se limitar o significado do pensamento de determinado versículo bíblico em todo o seu contexto. Cremos que não só as línguas das nações, como também "a língua dos anjos" fazem parte do "fenômeno pentecostal". 


O FALAR EM LÍNGUAS está registrado na Bíblia? Sim! 

Provas: 


Atos 10.44-46: "E dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus". Se alegarmos que tal passagem não fale das línguas estranhas, como nós cremos, cometeremos um equívoco. Esse relato ocorreu em casa de Cornélio. Que sentido teria falar nas linguas das nações, se foi em casa de um centurião e não num cenáculo como em Atos 2? Foi algo reservado. Não aconteceu no meio de uma cidade, e sim em uma casa de gentios, os primeiros aos quais foi concedido o dom do Espírito Santo. Sendo assim, cremos que se trata aqui do dom de línguas estranhas.


Atos 19.6: "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam". A experiência do Pentecostes não foi um ato isolado. Ela repercute no livro de Atos como algo essencial na história da Igreja. Por isso, os tais varões aqui citados nesta referência recebem a mesma experiência. Eles falaram em línguas. É o que nos mostra a passagem biblica.


1 Coríntios 14.2: "Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus. Porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios". A Bíblia não menciona o falar em línguas? E esta referência? Está dizendo o quê? Vamos por etapa: 


1. Aqui, o Apóstolo Paulo não está falando da XENOLALIA (Línguas das nações) e sim da GLOSSOLALIA (O falar em línguas estranhas). Veja: quem fala em línguas NÃO FALA A HOMENS. O sentido aqui é absoluto. Não fala a homem algum. Falando nas linguas estrangeiras, poderei sem entendido por alguém. O caso é que, aqui se trata de uma língua que só Deus entende porque "em espírito fala de mistérios".


2. Neste mesmo capítulo, o Apóstolo associa as línguas estranhas à interpretação das mesmas. Vejamos: "E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas, a não ser que também interprete, para que a Igreja receba edificação" (1 Coríntios 14.5). Veja a ressalva: A NÃO SER QUE TAMBÉM INTERPRETE. Certamente Paulo está aludindo às línguas estranhas. Sem sombra de dúvida. Para as línguas dos homens, a tradução; para as línguas estranhas, a interpretação, o que é bem diferente. Interpretar nem sempre implica em traduzir. 


3. No Pentecostes citado em Atos 2 algo merece a nossa atenção. Os primeiros cristãos falavam em línguas e foram compreendidos pelos que estavam presenciando aquele acontecimento, SEM PRECISAR DE UM INTÉRPRETE que mediasse aquele evento. Eles compreendiam os que os primeiros discípulos estavam falando (Atos 2.7-11). Pode um crente, cheio do Espírito Santo falar nas linguas estrangeiras, sem nunca ter estudado? Sim, é possível! Mas também cremos pelas Escrituras nas linguas estranhas, duas experiências distintas, porém, ambas, respaldadas na Bíblia Sagrada.


A experiência pentecostal é bíblica e genuinamente saudável. Quem a vive à luz das Escrituras desfruta de grandes coisas da parte de Deus.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

Nenhum comentário:

Postar um comentário