quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O que é a morte?

Um assunto aterrorizante! Bom, para muitos, digamos, uma grande maioria, sem dúvida é aterrorizante. Há aqueles que preferem nem comentar sobre o assunto; outrossim, os que sentem "um arrepio na espinha" quando se fala sobre a morte. Enfim, o que é a morte? Qual a definição mais correta sobre morte? O que pensam os estudiosos do assunto? O que diz a Bíblia sobre o assunto? Vamos caminhar na história? 

A morte foi tema da primeira advertência divina dada ao primeiro casal: "E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comereis livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16,17). E a advertência termina com essa frase: "Certamente morrerás". Daqui por diante o conceito sobre a morte ganha considerável expansão em um grande complexo, denominado pensamento humano, mormente quando o assunto é religiões antigas. Cabia ao homem a decisão de, ou permanecer obediente a Deus ou  violar sua ordem, indo naquilo que Deus havia proibido. O texto sagrado mostra que a morte teve como acesso uma porta chamada desobediência. A transgressão do pai da raça humana trouxe a ele e sua posteridade essa terrível e temível realidade, da qual NINGUÉM pode escapar. O conceito da mortalidade passou a ser entronizado na esfera religiosa de cada homem. O mundo de então era constituído de pessoas potencialmente religiosas, pois o espírito teocêntrico permeava tudo. Com a entrada do pecado no mundo (Rm 5.12), com a multiplicação da maldade, tendo como matriz o coração do homem (Gn 6.5), diversificou-se o conceito conceito religioso nos alvores da história. Não apenas a maldade e a violência foram se alastrando, mas, o teor religioso, a crença no Deus Criador e Soberano, Deus de toda a História, foi se ampliando, porém, de forma distorcida. Já não era mais o Deus invisível, muito além da tangibilidade e da transcendentalidade, porém, um deus que poderia ser visto e tocado, formado e idealizado à maneira do intelecto humano. Contudo, o conceito da mortalidade era quase que unânime em sua totalidade na teologia pagã. 

Como as religiões encaravam esse conceito? O que existe na vida além-túmulo? Quais os mistérios que circundam a vida após a morte? No antigo Egito, acreditavam que a morte era o momento em que alma se desprendia do corpo, ou seja, um estágio de mudança para outra dimensão da existência. Bom, não há nada de contraditório nisso. Olhar por esse prisma é acreditar que a morte não é o fim de tudo. Também o pensamento judaico incorpora em sua teologia essa ideia. A mortalidade se aplica ao corpo, mas não à alma, o homem interior, sendo este conceito mais tarde adotado pelo cristianismo. Uma passagem que possa melhor explicar essa ideia supracitada é: "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Ec 12.7). Deste modo, tanto a mortalidade do corpo ("E o pó volte a terra, como era"), como a imortalidade da alma e do espírito ("e o espírito volte a Deus que o deu"), são defendidos primorosamente na concepção judaica. A vida é o esteio sobre a qual se desenrolam acontecimentos que definem a História da humanidade. Ainda percorrendo o terreno movediço das religiões, veremos uma crença veemente na realidade do mundo vindouro cujo destino dependerá da maneira como se vive aqui. Esta ideia é universal. O budismo, que surgiu por volta do século VI a. C., fundado por Siddhartha Gautama (conhecido como Buda), defende a reencarnação. A morte é inegável, o desprendimento da alma do corpo é amplamente defendido no budismo, porém com uma variante: a alma pode entrar em outro corpo, daí a ideia de reencarnação.Muitas outras ocupam pensamento parecido, sem nunca deixar a sua realidade, sendo pouco o espaço para apresentá-las aqui. 

Afinal, o que seria a morte? Ela é um espírito? Um fenômeno? Uma experiência? Várias fontes judaicas apresentarão a morte como um anjo, chamado Samael; na literatura islâmica, ele é chamado Malak Almawt e assim por diante. Acreditava-se  (como muitos acreditam até hoje) na figura de um ser na forma esquelética, encapuzado, tendo em sua mão uma foice, aproximando-se de alguém com o fim de ceifar-lhe. Essa presença causaria espanto nos homens, tão afeiçoado à vida efêmera. 

E a Bíblia? O que diz? Não há nenhuma passagem bíblica que mostre a pessoa como sendo um espírito, um "anjo" ou  coisa parecida. Embora haja passagens que mostre a morte realizando alguma ação, como nesta passagem: "A perdição e a morte dizem: ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama" (Jó  28.22), percebemos no uso das palavras e à luz do contexto do próprio capítulo que se trata de uma simbologia, aonde a morte é ali personificada. Do mesmo modo, vemos em Oséias 13.14: "Onde estão, ó morte, as tuas pragas?" (ver 1 Co 15.54,55). Alguém se dirige à morte proferindo-lhe uma indagação, envergonhando-a. Tais passagens se revestem de um puro simbolismo, complementado pelo contexto das passagens. 

A biologia vai definir a morte como a "cessação de todas as atividades orgânicas". A Bíblia define morte como "separação", e um exemplo disto nos é dado nas Páginas Sagradas: "E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)..." (Gn 35.18). Saindo a alma.  A descrição desta realidade bem como em outras passagens similares nos fazem crer que a morte é, na verdade, UMA EXPERIÊNCIA e não um espírito como se tem pensado. Outra vez veremos a Escritura dizer: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte..." (Sl 23.4). Aqui, o salmista usa uma expressão que denota o estágio "final" da vida, para onde as adversidades levaram. A ideia aqui é experimental. Uma situação adversa da qual não se conhece possibilidade de escape. Ainda discorrendo sobre o assunto, a Escritura diz: "E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão..." (Lc 16.22). Se a morte fosse um espírito, essa seria a ocasião perfeita para Jesus mencioná-la com propriedade perante às turbas que O ouvia. Dois eventos são mencionados: o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. Quem foi levado pelos anjos? O espírito de Lázaro já que o corpo fica confinado na sepultura. Com isso, temos reforçada a ideia de separação como o significado da palavra em estudo. Logo, o conceito de morte como aniquilação, pregado por muitas seitas, se reduz às cinzas. Além disso, verbos como "morrer", "matar", "morrerem", "morrido", e termos correlatos que ampliam a realidade da morte como uma experiência. Quem passa por ela? Todos! Morre o justo, e o ímpio! O rico e o pobre! O velho e o novo! Todos irão passar por ela, ainda que não queiram. A morte é uma porta aberta na qual todos irão passar. O homem vence tudo e todos, mas não vence a morte; dribla qualquer pessoa e circunstância, menos a morte. Cedo ou tarde, irá passar por ela. 

Cristo venceu a morte na sua própria morte! Aleluia! Na desobediência de Adão, o pecado entrou  no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Em Cristo, a vida novamente é restaurada e recebemos o direito da vida eterna (1 Jo 5.12). Louvado seja o Seu Nome!

sábado, 25 de agosto de 2018

Igreja no Brasil em crise!

Evangelho prostituído, uma mistura do santo com o profano, fé mesclada com valores secularistas que ultrajam os santos padrões bíblicos! Luzes de emergência clareando por todos os lados! A sirene toca incessantemente com um claro aviso de que a crise na Igreja em nosso País está ganhando corpo e tomando dimensões gigantescas. Quem atenta para isso? Não há quem pergunte pelas veredas antigas (Jr 6.16), não há quem mantenha os marcos antigos que nossos pais fizeram (Pv 22.28). A crise a que nos referimos emite uma forte realidade de que a Igreja está cada vez mais distante da Cruz! Isso é um perigo! Não estamos atentando mais para "uma tão grande salvação" (Hb 2.3), e quando isso ocorre, é lamentável! 

A Igreja no Brasil está em crise! De quem é a culpa? Dos pastores? Dos membros? Da mídia? É um grave erro especificar a culpa em uma classe só, em detrimento de outros, pois todos possuem uma parcela de participação no que está ocorrendo nas comunidades de fé. Muitos líderes afrouxaram o uso do cajado no compromisso de conduzir o rebanho dentro do que ensina a Sã Doutrina. A verdadeira apologia cristã, digamos, estar perdendo espaço no cenário "gospel". Não há problema nenhum acompanhar a modernidade, mas há quem confunda MODERNIZAÇÃO com MUNDANIZAÇÃO. Milhares e milhares sendo atropelados por uma onda inovadora de ideias, conceitos e filosofias que ferem grosseiramente as Escrituras Sagradas, nossa regra infalível de fé e conduta. Acompanhar as novidades que a modernidade nos apresenta não é erro nenhum, porém, acompanhar não é deixar ser influenciado. Nossos valores são suficientes o bastante para serem praticados, e não a ponto de serem suplantados pela onda devastadora do secularismo que, infelizmente tem atrofiado a fé de muitas pessoas que já não revelam a piedade de outrora. Alguém já disse que pior do que pregar declaradamente contra as Escrituras é pregar algo que parece uma verdade bíblica e, em sua essência, não é! 

Esse caso aparece ilustrado em Lucas no capítulo 10 e no versículo 30, aonde o Senhor Jesus começa a narrar a Parábola do Bom Samaritano. A descrição da história do viajante simboliza perfeitamente a triste realidade que vemos na Igreja no Brasil. Vejamos passo-a-passo: 

1. Descia um homem. O verbo "descia", no original, aparece no tempo imperfeito e indica, portanto, uma ação contínua no passado. Literalmente, podemos ler: "Estava descendo...". A degradação espiritual na vida de um crente ou  de uma Comunidade de Fé não ocorre de maneira repentina. Ela é processual. É gradativa. Ele estava descendo. A Igreja no Brasil está descendo, regredindo, os valores bíblicos aos poucos vão perdendo prioridade no seio da cristandade brasileira. A importância da oração fervorosa, vida santificada, desejo ardente na evangelização do mundo, o discipulado genuíno que dá garantia a Igreja do amanhã, na formação de crentes sadios na fé e de obreiros valorosos, de grande envergadura bíblica, moral e espiritual já não são mais o foco da Igreja nesta era hodierna. Há uma degradação moral e espiritual em nossas denominações, antes, zelosas do ensino genuíno da Palavra de Deus, mas hoje desnorteadas pelo desejo presunçoso de ter casa cheia sem a mínima preocupação com a condição espiritual dos que nela congregam. 

2. De Jerusalém para Jericó. Jerusalém constitui-se um ícone, uma referência religiosa para a nação Israelita, tão amada e reverenciada (Sl 137.5,6). Cidade escolhida por Deus (Dt 12.5; 1 Rs 11.32). De qual lugar o viajante saiu? De Jerusalém! A saída de Jerusalém para Jericó revela a troca da verdadeira pureza e devoção religiosa pelos atrativos que o deus deste século apresenta aos filhos de Deus no afã de escravizá-los, não para levá-los de volta ao mundo, mas bem pior, dentro da igreja mesmo. Congregar frequentemente não significa garantia de salvação, conquanto que os salvos congregam. A ênfase aqui recai sobre aqueles que acham que tudo o que fazem já é o bastante e, portanto, não precisam fazer mais nada. Outrossim, a troca da pureza da fé por coisas que jamais poderão substituí-la. O "comércio da fé" estar predominando: rosa ungida, vassoura ungida, caneta ungida, tijolo ungido, prego ungido, martelo ungido, água ungida e outras coisas mais. Isso faz parte do que podemos chamar de superstição cristã, pois, emprega-se técnicas supérfluas para "levar" o homem, num é nem a Deus mas sim à benção! Como podemos comercializar a fé? Como podemos comercializar uma coisa da qual Jesus é o Autor e Consumador (Hb 12.2)? Por que tanto valor a uma água "ungida", se já temos a Fonte de Água Viva, o Senhor Jesus (Jo 7.37-39)? Por que tanto apego ao tijolo "ungido" se Cristo é a nossa Rocha! Tijolo "ungido" é para os fracos, o crente fiel está firmado na Rocha Eterna: Jesus Cristo, a Pedra Angular (Dt 32.31; Sl 18.31; 118.22; Mt 16.18; Ef 2.20; 1Pe 2.4)! 

3. E caiu nas mãos dos salteadores. A saída de Jerusalém (lugar de onde não deveria ter saído) teve uma triste consequência. Não bastou concluir seu percurso até chegar em Jericó, o caminho pelo qual passou foi propício para o ataque dos salteadores, o que assim aconteceu. A Igreja no Brasil vive essa realidade: anda por caminhos propícios ao ataque do inimigo, agindo de forma despretensiosa, procedendo desavisadamente sem discernimento de terríveis consequências que aguardam pela frente se não nos humilharmos perante a mão de Deus. Ao invés de uma igreja impoluta, vemos uma igreja opulenta, centralizada no terrível laço do capitalismo, desdenhando a fé bíblica. Este é o caminho para Jericó! Nele, o inimigo faz o que bem quer com aqueles que perdem o amor por Cristo e a vida fervorosa no espírito. Diz o texto: "Caiu nas mãos dos salteadores", ficou sob o domínio dos salteadores. Há crentes que dizem servir a Deus, mas estão sob domínio do diabo. Há ministros que afirmam ser homens de Deus, mas estão sob domínio do diabo, há comunidades de fé que apregoam ter compromisso com Deus, mas caiu nas mãos do inimigo. Acorda, Igreja! Acorda, Brasil! A situação está cada vez mais caótica e um alarme falso se escuta por aí, tentando acalmar os ânimos, dizendo que tudo está bem! Não está nada bem! As coisas estão fora do seu lugar já faz muito tempo! A Palavra de Deus perdeu a primazia! O verdadeiro culto caiu no desdém de muitos! Andam em busca do Evangelho da Prosperidade e desprezam a prosperidade do Evangelho: vida santificada, paz com Deus, fidelidade à Sua Palavra e a verdadeira expectativa espiritual enraizada no coração daqueles que aguardam "a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" (Tt 2.13). 

4. Os quais o despojaram. Tudo o que o diabo quer arrancar da Igreja: poder, autoridade, unção espiritualidade, o amor a Deus e ao próximo. Lamentavelmente, isso está bem patente aos nossos olhos. Cadê a Igreja da oração? Do clamor? Da intercessão? Das vigílias marcadas pela unção do Alto? Não quero, com isso, radicalizar nem tampouco denegrir a Igreja de Cristo, generalizando as coisas. Certo estou de que existem muitos que se mantém fieis ao Senhor Jesus, amando a Sua Palavra. Me refiro aqui ao outro lado da realidade que põe a Igreja em descrédito na sociedade sem Deus. A Igreja no Brasil está despojada! Mas o nosso Deus é poderoso para restituir, não somente as bençãos, mas a Igreja de volta ao seu lugar. Há muitos preocupados com a restituição das coisas, enquanto que Deus está preocupado em restituir pessoas! Restituí-las de volta ao lugar da benção, da obediência e da fidelidade. Quando estamos no lugar, no centro da vontade de Deus, não há inimigo que venha nos despojar daquilo que o Senhor nos confiou! 

5. Espancando-o. É desejo do diabo mutilar a Igreja, dando cabo a sua existência. Mas descansamos, pois sabemos que ela é projeto de Deus (Mt 16.18), cujo fundamento é insubstituível (1 Co 3.11). Há cristãos com sua identidade cristã esmurrada pelo diabo. É um desejo da carne aflorado na alma, que vai crescendo e tomando proporção enorme até sufocar a vontade do espírito, que é comunhão com Deus. Precisamos acordar, e ver que esta realidade deixará muitos crentes para trás, desligados e distantes da realidade das coisas eternas (ver Cl 3.1,2). 

6. Deixando-o meio morto. Não morto, mas MEIO MORTO. Ainda a respirar! Não pode mais levantar! Tá meio morto! Não dá conta de se erguer do chão! A razão? Estar MEIO MORTO! Não é este o quadro apresentado em diversas comunidades de fé em nosso abençoado País? Nocauteadas pelos prazeres carnais, pelo relativismo maldito, por um evangelho híbrido, aonde procuram misturar santidade com pecado, o que não dá certo (é a mesma coisa que tentar misturar água com óleo), A Igreja está MEIA MORTA! Ainda tem gente respirando! Respirando na oração, nos gemidos inexpremíveis! Aleluia! Pedindo a Deus pela Sua Igreja, comprada com o sangue glorioso do Senhor Jesus Cristo. 

Que Deus tenha misericórdia da Igreja brasileira! Converta muitos de nossos líderes que perderam a sensatez e a vergonha na cara  de se importarem em apenas apascentarem a si mesmos, e deixando as ovelhas jogada às traças. Oremos pela nossa Nação! Oremos pela Igreja! Deus é poderoso para restaurá-la!