terça-feira, 22 de junho de 2021

7 RAZÕES PORQUE A SERPENTE NO ÉDEN FOI USADA PELO DIABO

Texto de referência: Gênesis 3.1-15


A pós-modernidade é caracterizada, entre muitas coisas, pelo liberalismo teológico que, infelizmente, vem ganhando espaço nas Comunidades de Fé e nas Faculdades Teológicas, outrora conservadoras, agora, com pressupostos aparentemente bíblicos, mas, estranhos ao conteúdo das Sagradas Escrituras. 


Os Teólogos liberais, contaminados por um racionalismo pernicioso e desenfreado, negam a autenticidade das Escrituras e sua inspiração. Distorcem textos, interpretando-os como bem lhe convém. A questão é: a serpente no Éden foi usada pelo diabo? Era o próprio diabo? Ou era apenas a serpente. Bíblicamente falando, trata-se de um animal instrumentalizado pelo diabo. Vamos à análise:


1. Em Gênesis 3.1 o autor sagrado descreve a serpente como a "mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito". A palavra "astuta", no Hebraico, de acordo com James Strong, tem uma conotação tanto positiva quanto negativa. No sentido positivo, significa "prudência"; no sentido negativo, significa "sagacidade". Em sua natureza animalesca, fica comprovada a prudência da serpente e o próprio Senhor Jesus ratificou isso:  "portanto, sede prudentes como as serpentes" (Mateus 10.16). No lado inverso, temos a sagacidade, exatamente a ênfase do contexto de Gênesis 3.1. A serpente era astuta. Neste contexto, "astúcia" significa "habilidade em enganar, em seduzir". A ideia é de induzir ao erro. Portanto, a serpente foi instrumentalizada pelo diabo.


2. Se o diabo usou a serpente no Éden, por que ele não é mencionado? Porque a narrativa é puramente histórica e não proposicional, ou seja, o autor sagrada não se deteve a acrescentar pormenores teológicos na narrativa, tão somente nos mostra como o pecado entrou no mundo. Há reflexos de valor teológico nesta narrativa, porém, não é essa a ênfase do texto sagrado. 


3. A serpente é um animal astuto dentro de sua própria natureza. O diálogo que Eva teve com a serpente mostra que se tratava muito mais do que uma simples serpente no Éden. A ordem dada por Deus era não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.16,17). A serpente levou Eva exatamente naquilo que Deus havia proibido. Será que a serpente em si teria tamanha intenção? Será que um simples animal, em sua natureza ordinária, impeliria Eva a comer do fruto que Deus havia proibido? Logo, concluímos que a serpente foi instrumentalizada pelo diabo.


4. A serpente disse a Eva que, no dia em que comesse do fruto, seria igual a Deus, sabendo o bem e o mal (Gênesis 3.5). Como uma simples serpente saberia disso? Devemos lembrar que este foi o mesmo intento do diabo na eternidade passada: "Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14.14). Era desejo do diabo ser igual a Deus. Como não conseguiu isso, tentou incutir isso na mente de Eva, levando-a a comer do fruto.


5. Na lamentação profética de Ezequiel, no capítulo 28 e nos versículos 13-17 vemos um caso de dupla referência, ou seja, embora a referência em primeiro plano seja dirigida ao rei de Tiro, em segundo plano tem fortes implicações que se relacionam, com rigor a Satanás. Vejamos: "Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro" (Ezequiel 28.13). Embora a declaração seja poética (como é comum na literatura hebraica) tal referência se aplica, com rigor, à Satanás. Primeiro porque o Rei de Tiro NUNCA esteve no Éden. Segundo, este é o Jardim mineral em que continhas as belas e brilhantes pedras preciosas, "afogueadas" (Ezequiel 28.14). Ele se ensoberbeceu contra Deus, estando no Éden, Jardim mineral de Deus, fez o mesmo no Éden registado em Gênesis, um jardim de ricas vegetações. Satanás foi o primeiro pecador da história, pecando no Jardim mineral (Ezequiel 28.12-17); levou o primeiro casal a pecar no jardim vegetal (Gênesis 3.1-6).


6. No diálogo em Gênesis 3, ora Deus fala com a serpente, o animal, no sentido ordinário da questão (Gênesis 3.14); ora Deus fala com a "outra serpente". Isso pode ser comprovado na declaração de Gênesis 3.15, onde a "semente da mulher" feriria a cabeça da serpente. Aqui temos um prenúncio profético anunciando a obra da redenção. O Messias triunfaria ("esta te ferirá a cabeça"), porém, sofreria de forma dolorosa ("e tu lhe ferirás o calcanhar"). Ferir o calcanhar traz a ideia de astúcia, e esta é a verdadeira roupagem do diabo (veja Efésios 6.11).


7. Em Apocalipse 12.9 o diabo é chamado "a antiga serpente". Como bem sabemos, a Bíblia interpreta a Bíblia. A serpente é descrita como aquele animal que fica à espreita, de modo astuto, procurando ferir a sua vítima (confere Gênesis 49.17). Tal qual é o diabo. Se ele se transforma num "anjo de luz" (2 Coríntios 11.14), usar uma serpente para seus propósitos destrutivos era fichinha. O bicho é sem vergonha mesmo! Tem jeito não!


Não precisamos ir além da Bíblia. Ela é a nossa regra de fé e prática. Nossa fonte confiável. O que tá na Bíblia é o que tá valendo.


À serviço do Reino,

Ev Clenio Daniel

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