Um assunto aterrorizante! Bom, para muitos, digamos, uma grande maioria, sem dúvida é aterrorizante. Há aqueles que preferem nem comentar sobre o assunto; outrossim, os que sentem "um arrepio na espinha" quando se fala sobre a morte. Enfim, o que é a morte? Qual a definição mais correta sobre morte? O que pensam os estudiosos do assunto? O que diz a Bíblia sobre o assunto? Vamos caminhar na história?
A morte foi tema da primeira advertência divina dada ao primeiro casal: "E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comereis livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16,17). E a advertência termina com essa frase: "Certamente morrerás". Daqui por diante o conceito sobre a morte ganha considerável expansão em um grande complexo, denominado pensamento humano, mormente quando o assunto é religiões antigas. Cabia ao homem a decisão de, ou permanecer obediente a Deus ou violar sua ordem, indo naquilo que Deus havia proibido. O texto sagrado mostra que a morte teve como acesso uma porta chamada desobediência. A transgressão do pai da raça humana trouxe a ele e sua posteridade essa terrível e temível realidade, da qual NINGUÉM pode escapar. O conceito da mortalidade passou a ser entronizado na esfera religiosa de cada homem. O mundo de então era constituído de pessoas potencialmente religiosas, pois o espírito teocêntrico permeava tudo. Com a entrada do pecado no mundo (Rm 5.12), com a multiplicação da maldade, tendo como matriz o coração do homem (Gn 6.5), diversificou-se o conceito conceito religioso nos alvores da história. Não apenas a maldade e a violência foram se alastrando, mas, o teor religioso, a crença no Deus Criador e Soberano, Deus de toda a História, foi se ampliando, porém, de forma distorcida. Já não era mais o Deus invisível, muito além da tangibilidade e da transcendentalidade, porém, um deus que poderia ser visto e tocado, formado e idealizado à maneira do intelecto humano. Contudo, o conceito da mortalidade era quase que unânime em sua totalidade na teologia pagã.
Como as religiões encaravam esse conceito? O que existe na vida além-túmulo? Quais os mistérios que circundam a vida após a morte? No antigo Egito, acreditavam que a morte era o momento em que alma se desprendia do corpo, ou seja, um estágio de mudança para outra dimensão da existência. Bom, não há nada de contraditório nisso. Olhar por esse prisma é acreditar que a morte não é o fim de tudo. Também o pensamento judaico incorpora em sua teologia essa ideia. A mortalidade se aplica ao corpo, mas não à alma, o homem interior, sendo este conceito mais tarde adotado pelo cristianismo. Uma passagem que possa melhor explicar essa ideia supracitada é: "E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Ec 12.7). Deste modo, tanto a mortalidade do corpo ("E o pó volte a terra, como era"), como a imortalidade da alma e do espírito ("e o espírito volte a Deus que o deu"), são defendidos primorosamente na concepção judaica. A vida é o esteio sobre a qual se desenrolam acontecimentos que definem a História da humanidade. Ainda percorrendo o terreno movediço das religiões, veremos uma crença veemente na realidade do mundo vindouro cujo destino dependerá da maneira como se vive aqui. Esta ideia é universal. O budismo, que surgiu por volta do século VI a. C., fundado por Siddhartha Gautama (conhecido como Buda), defende a reencarnação. A morte é inegável, o desprendimento da alma do corpo é amplamente defendido no budismo, porém com uma variante: a alma pode entrar em outro corpo, daí a ideia de reencarnação.Muitas outras ocupam pensamento parecido, sem nunca deixar a sua realidade, sendo pouco o espaço para apresentá-las aqui.
Afinal, o que seria a morte? Ela é um espírito? Um fenômeno? Uma experiência? Várias fontes judaicas apresentarão a morte como um anjo, chamado Samael; na literatura islâmica, ele é chamado Malak Almawt e assim por diante. Acreditava-se (como muitos acreditam até hoje) na figura de um ser na forma esquelética, encapuzado, tendo em sua mão uma foice, aproximando-se de alguém com o fim de ceifar-lhe. Essa presença causaria espanto nos homens, tão afeiçoado à vida efêmera.
E a Bíblia? O que diz? Não há nenhuma passagem bíblica que mostre a pessoa como sendo um espírito, um "anjo" ou coisa parecida. Embora haja passagens que mostre a morte realizando alguma ação, como nesta passagem: "A perdição e a morte dizem: ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama" (Jó 28.22), percebemos no uso das palavras e à luz do contexto do próprio capítulo que se trata de uma simbologia, aonde a morte é ali personificada. Do mesmo modo, vemos em Oséias 13.14: "Onde estão, ó morte, as tuas pragas?" (ver 1 Co 15.54,55). Alguém se dirige à morte proferindo-lhe uma indagação, envergonhando-a. Tais passagens se revestem de um puro simbolismo, complementado pelo contexto das passagens.
A biologia vai definir a morte como a "cessação de todas as atividades orgânicas". A Bíblia define morte como "separação", e um exemplo disto nos é dado nas Páginas Sagradas: "E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu)..." (Gn 35.18). Saindo a alma. A descrição desta realidade bem como em outras passagens similares nos fazem crer que a morte é, na verdade, UMA EXPERIÊNCIA e não um espírito como se tem pensado. Outra vez veremos a Escritura dizer: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte..." (Sl 23.4). Aqui, o salmista usa uma expressão que denota o estágio "final" da vida, para onde as adversidades levaram. A ideia aqui é experimental. Uma situação adversa da qual não se conhece possibilidade de escape. Ainda discorrendo sobre o assunto, a Escritura diz: "E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão..." (Lc 16.22). Se a morte fosse um espírito, essa seria a ocasião perfeita para Jesus mencioná-la com propriedade perante às turbas que O ouvia. Dois eventos são mencionados: o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. Quem foi levado pelos anjos? O espírito de Lázaro já que o corpo fica confinado na sepultura. Com isso, temos reforçada a ideia de separação como o significado da palavra em estudo. Logo, o conceito de morte como aniquilação, pregado por muitas seitas, se reduz às cinzas. Além disso, verbos como "morrer", "matar", "morrerem", "morrido", e termos correlatos que ampliam a realidade da morte como uma experiência. Quem passa por ela? Todos! Morre o justo, e o ímpio! O rico e o pobre! O velho e o novo! Todos irão passar por ela, ainda que não queiram. A morte é uma porta aberta na qual todos irão passar. O homem vence tudo e todos, mas não vence a morte; dribla qualquer pessoa e circunstância, menos a morte. Cedo ou tarde, irá passar por ela.
Cristo venceu a morte na sua própria morte! Aleluia! Na desobediência de Adão, o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Em Cristo, a vida novamente é restaurada e recebemos o direito da vida eterna (1 Jo 5.12). Louvado seja o Seu Nome!
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