Evangelho prostituído, uma mistura do
santo com o profano, fé mesclada com valores secularistas que ultrajam os
santos padrões bíblicos! Luzes de emergência clareando por todos os lados! A
sirene toca incessantemente com um claro aviso de que a crise na Igreja em
nosso País está ganhando corpo e tomando dimensões gigantescas. Quem atenta
para isso? Não há quem pergunte pelas veredas antigas (Jr 6.16), não há quem
mantenha os marcos antigos que nossos pais fizeram (Pv 22.28). A crise a que
nos referimos emite uma forte realidade de que a Igreja está cada vez mais
distante da Cruz! Isso é um perigo! Não estamos atentando mais para "uma
tão grande salvação" (Hb 2.3), e quando isso ocorre, é lamentável!
A Igreja no Brasil está em crise! De quem
é a culpa? Dos pastores? Dos membros? Da mídia? É um grave erro especificar a
culpa em uma classe só, em detrimento de outros, pois todos possuem uma parcela
de participação no que está ocorrendo nas comunidades de fé. Muitos líderes
afrouxaram o uso do cajado no compromisso de conduzir o rebanho dentro do que
ensina a Sã Doutrina. A verdadeira apologia cristã, digamos, estar perdendo
espaço no cenário "gospel". Não há problema nenhum acompanhar a
modernidade, mas há quem confunda MODERNIZAÇÃO com MUNDANIZAÇÃO. Milhares e
milhares sendo atropelados por uma onda inovadora de ideias, conceitos e
filosofias que ferem grosseiramente as Escrituras Sagradas, nossa regra
infalível de fé e conduta. Acompanhar as novidades que a modernidade nos
apresenta não é erro nenhum, porém, acompanhar não é deixar ser
influenciado. Nossos valores são suficientes o bastante para serem
praticados, e não a ponto de serem suplantados pela onda devastadora do
secularismo que, infelizmente tem atrofiado a fé de muitas pessoas que já não
revelam a piedade de outrora. Alguém já disse que pior do que pregar
declaradamente contra as Escrituras é pregar algo que parece uma verdade
bíblica e, em sua essência, não é!
Esse caso aparece ilustrado em Lucas no
capítulo 10 e no versículo 30, aonde o Senhor Jesus começa a narrar a Parábola
do Bom Samaritano. A descrição da história do viajante simboliza perfeitamente
a triste realidade que vemos na Igreja no Brasil. Vejamos passo-a-passo:
1. Descia um homem. O
verbo "descia", no original, aparece no tempo imperfeito e indica,
portanto, uma ação contínua no passado. Literalmente, podemos ler: "Estava
descendo...". A degradação espiritual na vida de um crente ou de uma
Comunidade de Fé não ocorre de maneira repentina. Ela é processual. É gradativa.
Ele estava descendo. A Igreja no Brasil está descendo,
regredindo, os valores bíblicos aos poucos vão perdendo prioridade no seio da
cristandade brasileira. A importância da oração fervorosa, vida santificada,
desejo ardente na evangelização do mundo, o discipulado genuíno que dá garantia
a Igreja do amanhã, na formação de crentes sadios na fé e de obreiros
valorosos, de grande envergadura bíblica, moral e espiritual já não são mais o
foco da Igreja nesta era hodierna. Há uma degradação moral e espiritual em
nossas denominações, antes, zelosas do ensino genuíno da Palavra de Deus, mas
hoje desnorteadas pelo desejo presunçoso de ter casa cheia sem a mínima
preocupação com a condição espiritual dos que nela congregam.
2. De Jerusalém para Jericó.
Jerusalém constitui-se um ícone, uma referência religiosa para a nação
Israelita, tão amada e reverenciada (Sl 137.5,6). Cidade escolhida por Deus (Dt
12.5; 1 Rs 11.32). De qual lugar o viajante saiu? De Jerusalém! A saída de
Jerusalém para Jericó revela a troca da verdadeira pureza
e devoção religiosa pelos atrativos que o deus deste século apresenta aos
filhos de Deus no afã de escravizá-los, não para levá-los de volta ao mundo,
mas bem pior, dentro da igreja mesmo. Congregar
frequentemente não significa garantia de salvação, conquanto que os salvos
congregam. A ênfase aqui recai sobre aqueles que acham que tudo o que fazem já
é o bastante e, portanto, não precisam fazer mais nada. Outrossim, a troca da
pureza da fé por coisas que jamais poderão substituí-la. O "comércio da
fé" estar predominando: rosa ungida, vassoura ungida, caneta ungida,
tijolo ungido, prego ungido, martelo ungido, água ungida e outras coisas mais.
Isso faz parte do que podemos chamar de superstição cristã,
pois, emprega-se técnicas supérfluas para "levar" o homem, num é nem
a Deus mas sim à benção! Como podemos comercializar a fé? Como podemos
comercializar uma coisa da qual Jesus é o Autor e Consumador (Hb 12.2)? Por que
tanto valor a uma água "ungida", se já temos a Fonte de Água Viva, o
Senhor Jesus (Jo 7.37-39)? Por que tanto apego ao tijolo "ungido" se
Cristo é a nossa Rocha! Tijolo "ungido" é para os fracos, o crente
fiel está firmado na Rocha Eterna: Jesus Cristo, a Pedra Angular (Dt 32.31; Sl
18.31; 118.22; Mt 16.18; Ef 2.20; 1Pe 2.4)!
3. E caiu nas mãos dos
salteadores. A saída de Jerusalém (lugar de onde não deveria ter saído)
teve uma triste consequência. Não bastou concluir seu percurso até chegar em
Jericó, o caminho pelo qual passou foi propício para o ataque dos salteadores,
o que assim aconteceu. A Igreja no Brasil vive essa realidade: anda por
caminhos propícios ao ataque do inimigo, agindo de forma despretensiosa,
procedendo desavisadamente sem discernimento de terríveis consequências que
aguardam pela frente se não nos humilharmos perante a mão de Deus. Ao invés de
uma igreja impoluta, vemos uma igreja opulenta, centralizada no terrível laço
do capitalismo, desdenhando a fé bíblica. Este é o caminho para Jericó! Nele, o
inimigo faz o que bem quer com aqueles que perdem o amor por Cristo e a vida
fervorosa no espírito. Diz o texto: "Caiu nas mãos dos
salteadores", ficou sob o domínio dos salteadores. Há crentes que dizem
servir a Deus, mas estão sob domínio do diabo. Há ministros que afirmam ser
homens de Deus, mas estão sob domínio do diabo, há comunidades de fé que
apregoam ter compromisso com Deus, mas caiu nas mãos do inimigo.
Acorda, Igreja! Acorda, Brasil! A situação está cada vez mais caótica e um
alarme falso se escuta por aí, tentando acalmar os ânimos, dizendo que tudo
está bem! Não está nada bem! As coisas estão fora do seu lugar já faz muito
tempo! A Palavra de Deus perdeu a primazia! O verdadeiro culto caiu no desdém
de muitos! Andam em busca do Evangelho da Prosperidade e desprezam a
prosperidade do Evangelho: vida santificada, paz com Deus, fidelidade à Sua
Palavra e a verdadeira expectativa espiritual enraizada no coração daqueles que
aguardam "a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" (Tt 2.13).
4. Os quais o despojaram.
Tudo o que o diabo quer arrancar da Igreja: poder, autoridade, unção
espiritualidade, o amor a Deus e ao próximo. Lamentavelmente, isso está bem
patente aos nossos olhos. Cadê a Igreja da oração? Do clamor? Da intercessão?
Das vigílias marcadas pela unção do Alto? Não quero, com isso, radicalizar nem
tampouco denegrir a Igreja de Cristo, generalizando as coisas. Certo estou de
que existem muitos que se mantém fieis ao Senhor Jesus, amando a Sua Palavra.
Me refiro aqui ao outro lado da realidade que põe a Igreja em descrédito na
sociedade sem Deus. A Igreja no Brasil está despojada! Mas o nosso Deus é
poderoso para restituir, não somente as bençãos, mas a Igreja de volta ao seu
lugar. Há muitos preocupados com a restituição das coisas,
enquanto que Deus está preocupado em restituir pessoas!
Restituí-las de volta ao lugar da benção, da obediência e da fidelidade. Quando
estamos no lugar, no centro da vontade de Deus, não há inimigo que venha nos
despojar daquilo que o Senhor nos confiou!
5. Espancando-o. É desejo
do diabo mutilar a Igreja, dando cabo a sua existência. Mas descansamos, pois
sabemos que ela é projeto de Deus (Mt 16.18), cujo fundamento é insubstituível
(1 Co 3.11). Há cristãos com sua identidade cristã esmurrada pelo diabo. É um
desejo da carne aflorado na alma, que vai crescendo e tomando proporção enorme
até sufocar a vontade do espírito, que é comunhão com Deus. Precisamos acordar,
e ver que esta realidade deixará muitos crentes para trás, desligados e
distantes da realidade das coisas eternas (ver Cl 3.1,2).
6. Deixando-o meio morto.
Não morto, mas MEIO MORTO. Ainda a respirar! Não pode mais levantar! Tá meio
morto! Não dá conta de se erguer do chão! A razão? Estar MEIO MORTO! Não é este
o quadro apresentado em diversas comunidades de fé em nosso abençoado País?
Nocauteadas pelos prazeres carnais, pelo relativismo maldito, por um evangelho
híbrido, aonde procuram misturar santidade com pecado, o que não dá certo (é a
mesma coisa que tentar misturar água com óleo), A Igreja está MEIA MORTA! Ainda
tem gente respirando! Respirando na oração, nos gemidos inexpremíveis! Aleluia!
Pedindo a Deus pela Sua Igreja, comprada com o sangue glorioso do Senhor Jesus
Cristo.
Que Deus tenha misericórdia da Igreja
brasileira! Converta muitos de nossos líderes que perderam a sensatez e a
vergonha na cara de se importarem em apenas apascentarem a si mesmos, e
deixando as ovelhas jogada às traças. Oremos pela nossa Nação! Oremos pela
Igreja! Deus é poderoso para restaurá-la!
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