segunda-feira, 4 de maio de 2015

Bebendo da Cisterna - Algumas lições acerca da relação afetiva entre o homem e sua esposa

"Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço" - Provérbios 5.15



A Escritura Sagrada está repleta de lições referentes ao casamento, muito embora haja ainda em nosso meio crentes ultraconservadores que acham absurdo tematizar um assunto como esse na Igreja, pelo fato da Igreja ser santa e, para tanto, não deve ser "profanada" ao falar de assuntos "inconvenientes" dentro da Casa de Deus. Certamente o absurdo maior é o radicalismo de muitos crentes que, de fato, não conhecem as Escrituras como deveriam conhecê-la. A verdade é que todo cristão que se preze, tem intimidade com o Livro Sagrado (Sl 1.2). 

São muitas as passagens que dão ênfase a relação sexual dentro do matrimônio, a satisfação de ambos no momento da relação. Passagens para este tipo de assunto na Escritura Sagrada é o que não falta. Como pode haver cristãos ainda tão radicais, tão extremistas quanto ao assunto? Nos últimos anos, tem sido crescente o número de casamentos dissolvidos por inúmeros motivos, sendo um deles a falta de comunicação quanto à relação sexual. Devemos atentar para a passagem bíblica que diz: "Igualmente, vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher como vaso mais fraco..." (1 Pe 3.7). Está faltando "entendimento", a não-comunicação, o que dificulta o cônjuge em conhecer o que seu parceiro ou parceira mais gosta para proporcionar uma relação, digamos, mais "apimentada". Porém, sem entendimento, sem "clima", por fim, sem afeto que os ligue um ao outro. 

O sábio Rei Salomão diz: "Bebe a água da tua cisterna...". O pronome possessivo "tua" indica que o homem deve reconhecer sua esposa como única fonte de prazer e satisfação sexual. Lamentavelmente, encontramos muitos casos de homens ou mesmo mulheres insatisfeitas com seu casamento, infelizes com o marido ou com a esposa devido a alguns impasses indesejáveis que não poderiam estar acontecendo, mas, que infelizmente virou rotina em suas vidas. É o homem insatisfeito com a esposa, outrora, a mais linda, dos olhos encantadores, que "cativou" o seu apaixonado coração. Agora, não existe mais os olhos verdes que, antes, via nela, não enxerga mais o corpinho "escultural" quando ela passava por ele, para o tal marido, as de "fora", sempre são bonitas, se arrumam mais, valem mais a pena. As mulheres não fogem à esta realidade. O marido que, na época do namoro, era um "gato", agora, é um "cavalo". É a "barriguinha" aparecendo e o "amor" sumindo. Além de muitas outras coisas que motivam homens e mulheres (NÃO TODOS) a darem uma "variada", isto é, encontrar fora de casa .No entanto, a Escritura Sagrada diz: "Bebe a água da tua cisterna". Por que não enxergar agora a beleza que havia antes? Por que não valorizar agora da maneira como valorizava antes? Para onde foram os elogios? 

Uma lição que a gente aprende com a cisterna é que ela, por si só, não se enche de água. Isso é tarefa peculiar do seu dono. A lição aqui é de investimento. Muitas vezes o marido espera da esposa amor, carinho, atenção e tantos outros gestos que demonstrem afeto, no entanto, magoa a sua mulher, ferindo-lhe os sentimentos e acham que com isso a esposa vai corresponder com amor e atenção. A água que eu bebo da cisterna é a mesma que eu coloco lá. Não se pode receber amor da esposa se, antes, não lhe transmitir amor. Transmitindo maus tratos, certamente receberá maus tratos. Espera carinho da sua esposa? Dê carinho a ela. Espera que ela seja atenciosa? Seja atencioso com ela. Espera companheirismo dela? Seja companheiro. Lembre-se: é dando que se recebe (ver At 20.35). 

Uma outra grande lição que exaurimos da cisterna é que ela tinha como finalidade conter grande quantidade de água em tempo de pouca chuva. Pode simbolizar a esposa como verdadeira companheira em tempos de crise, de reveses, situações desfavoráveis que vem ao nosso encontro. Companheirismo é uma virtude que se constrói quando ambos se doam fielmente aos enlaces do verdadeiro afeto conjugal. A mulher motiva e encoraja o homem nos momentos espinhosos da vida porque essa mesma motivação ela recebeu dele ao se sentir valorizada como esposa, única em sua vida. Quando ela se sente a única na vida dele, terá o marido como o ÚNICO homem na sua vida. Uma questão de motivação. Como está a tua cisterna? Contendo água ou é simplesmente um poço seco porque, há muito tempo, deixaste de investir na sua esposa? 

Terceira e grande lição da cisterna: ela contém água dentro de si, sabendo apenas o dono da cisterna. É o tipo da esposa que não se expõe a outros, porque ela sabe que seu dever é unicamente agradar a seu marido. Ela é como uma cisterna, na qual, somente o seu "dono", ou seja, o seu marido tem acesso. "Sejam para ti só e não para os estranhos contigo" (Pv 5.17). Nem sempre a grama do vizinho é mais verde. Às vezes o seu gramado é mais fértil e você não está percebendo. A tua cisterna é a mais conservada e você ainda não reparou isso. Ainda há tempo de reparar!

A água mantida na cisterna era apropriada para suprir todo o tipo de necessidade, sendo, portanto, uma água salutar. Aqui entra a questão sexual, aonde o homem se sente atraído pela sua esposa. Por que se admirar com as outras se a sua esposa tem a água salutar que lhe satisfaz, que lhe enche de gozo, prazer, deixando-o plenamente realizado? O sexo é uma benção de Deus, quando desfrutado de maneira legítima, isto é, no âmbito do matrimônio. O prazer mútuo, decorrente no ambiente conjugal, é aprovado por Deus (Hb 13.4). Quando lemos que Deus criou "macho e fêmea" (Gn 1.27), essa verdade é reforçada, pois, a palavra "fêmea", segundo os eruditos, tem o sentido de "perfurar", "atravessar", um indicativo de sexualidade.

Se você preza pelo seu casamento e acredita que o casamento é projeto de Deus como Ele mesmo estabeleceu (Gn 2.22-24), "bebe a água da tua cisterna" (Pv 5.15)! Valorize o que você tem dentro de casa: a sua esposa! Costuma-se dizer que homem de verdade não é aquele que conquista várias mulheres e sim aquele que conquista  a SUA MULHER todos os dias!

Deus vos abençoe.

sábado, 28 de março de 2015

O Maldito Imperialismo das Novelas da Rede Globo


Não meterás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema, assim como ela; de todo a detestarás e de todo a abominarás, porque anátema é.  Deuteronômio 7.26 



Disse um grande pregador que existem três tipos de cegos: os que nascem cegos, os que se tornam cegos e aqueles que não querem ver, sendo este último o pior cego que existe. Também neste último se encaixa a sociedade brasileira, reconhecendo as exceções, que não atenta nem um pouco para ver as balbúrdias de uma das maiores emissoras de TV do mundo. É bem verdade que muitos realmente não tem discernimento para entenderem qual é a verdadeira mensagem que a mídia está transmitindo descaradamente, pois são cegos mesmo conforme a Escritura Sagrada descreve que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos" (2 Co 4.4); porém, o absurdo maior é saber como tem cristãos que, com suas atitudes, aplaudem certas baboseiras que a Televisão exibe para o telespectador! O certo virou errado, o santo virou profano e muita gente dentro da Casa de Deus conformada com essa onda de abominações sendo despejada para dentro de suas casas! 

Pelo que parece, o alerta bíblico não tem importância alguma para muitos cristãos, quando a Palavra de Deus nos diz: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2); "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nEle. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo" (1 Jo 2.15,16). Com base na Palavra de Deus, muitos cristãos perderam o discernimento espiritual no tocante as coisas que vem acontecendo atualmente, através do mundo da TV. O assunto do momento é a união homossexual e o lesbianismo encorporado nas novelas globais. O que percebemos é a maneira como o conteúdo televisivo tenta incutir na mente do cidadão brasileiro uma distorção que desrespeita a Deus e os verdadeiros valores da família, marido e mulher. Porém, a maldita mensagem que tentam normalizar o conceito homem com homem e mulher com mulher passa todos os dias na telinha da TV. Querem expandir o novo conceito de família no seio da sociedade. Na novela "Império", por exemplo, Leonardo, personagem de Kleber Toledo, tem um caso com Claudio Bolgari, interpretado por José Mayer, que por sua vez é casado com Beatriz, elenco de Suzy Rêgo. Um homem casado, pai de família, desfrutando de uma relação homo-afetiva fora do casamento e a esposa, mesmo sabendo, aceita a relação do marido, digamos, "extraconjugal". O nome já diz tudo: Império! Um verdadeiro império satânico que distorce os valores da família, por Deus instituída (Gn 2.24; Mc 10.9). A novela "Alto Astral", uma clara e forte alusão ao espiritismo, e, como se não bastasse, a novela Babilônia! Uma verdadeira confusão, uma verdadeira Babel na mente de muitas pessoas (2 Co 4.4). Acorda, Sociedade Brasileira! Acorda, Povo de Deus! Não é isto um insulto ao plano de Deus estabelecido no que respeita a instituição chamada família, onde Deus criou "macho e fêmea" (Gn 1.27), estabelecendo também que "deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne" (Gn 2.24)?! 

A Igreja de Cristo não é homofóbica. Reconhecendo o livre-arbítrio dado ao homem, nem por isso nos calaremos acerca das verdades de Deus sobre o que é pecado e o que não é. Muitos tentam colocar em nossa mente que respeitar é o mesmo da deixar de expressar sua opinião. Respeitamos as decisões, o poder de escolha de cada um, a liberdade de fazer o certo e o errado, no entanto, a cada ato praticado, Deus trará juízo (ver Ez 18.4; Ec 11.9). O conceito de macho e fêmea é tão forte e tão evidente que a própria experiência exige isso. Num "casal" de homem com homem, um deles fará o papel de mulher. Outrossim, num "casal" de mulheres, uma delas será a "machona". A tudo quanto Deus fez foi bom (Gn 1.31). Com isso, tão somente devemos nos curvar ante a vontade soberana daquEle que fez todas as coisas com sabedoria (Sl 104.24). 

A Emissora faz jus ao seu nome, "Globo", pois, conforme o nome indica, traz o conceito de universalizar, manipular, através do vários dispositivos que veiculam mensagens que distorcem os bons costumes e os valores morais que deveriam ser perpetuados na memória dos nossos filhos, os quais vão crescendo e vendo este quadro vergonhoso que desonra ao Deus Criador de todas as coisas. Por que é tão fácil assistir uma novela em vez de preferir um programa evangélico que fala da edificante Palavra de Deus? Por que é fácil gostar do errado, mesmo sabendo nós que em nada contribue em nada senão para perdição, do que gostar do que é certo?

Acorda, Brasil! Converta-se a Deus! Acorda, Igreja de Cristo! É tarefa nossa combater o pecado através do poder do Espírito Santo e do Evangelho! Acorda , sociedade brasileira! Estás envolta na lama das muitas iniquidades e não percebes que vai se afogando! Deus tenha misericórdia!

sexta-feira, 13 de março de 2015

É Obrigação de Deus salvar o homem?

Este é um dos assuntos de grande polêmica no meio evangélico; muitos, devido a falta de entendimento bíblico, se escandalizam, e outros põem a sua própria fé em questão acerca de determinados fatos que chamam grandemente a nossa atenção, referente à salvação do pecador, àqueles que morreram sem ao menos ouvir o Evangelho da salvação em Cristo. Assunto esse discutido sob o ponto de vista de que  Deus é obrigado a salvar o homem, enquanto que a Escritura Sagrada não respalda essa premissa. Alguns vão longe demais ao afirmarem que Deus predestinou "alguns" para a salvação e "outros" para a perdição; também, uma aberração grotesca que tenta forçar versículos da Bíblia a um significado que não existe ali. É necessário uma análise passo-a-passo sobre este assunto, argumentando-o à luz da Sã Doutrina. 

Uma grande falha de muitos cristãos é exatamente o fato de creem em Deus de acordo com a sua percepção enclausurada num conceito isolado e completamente distante da revelação bíblica. Em outras palavras, queremos aceitar a Deus partindo do falso princípio de que Ele "pode" fazer isso, mas "não pode" fazer aquilo, adaptando a Divindade à nossa pobre maneira de pensar. Com isso, afirmamos que Deus é amor, é misericordioso, é justo, contudo, um atributo divino que foge à nossa mentalidade é a Sua soberania. Deus é um Ser Soberano, Supremo, Majestoso, que faz o que bem Lhe parecer e, independente do que pensamos ou achamos a Seu respeito e do que Ele faz, Ele é Deus imutável, o Eterno. Creio ser este um dos fatores que sempre devemos ter em mente: a Sua soberania, a Sua justiça absoluta; tudo o que Ele faz é sempre certo e verdadeiro e não deve explicações a homem algum (Dn 4.35). 

No tocante à salvação, não é diferente. Em João 3.16 encontramos dois verbos que provam que Deus não tem obrigação de salvar o homem. Os verbos "amou" e "deu", expressam voluntariedade e não obrigatoriedade. Sendo Ele Deus e não tendo ninguém maior do que Ele, não amou porque Se sentiu pressionado pelos pecados da humanidade e movido por uma "culpa" de ver os homens destinados à condenação. Como já dissemos, a Sua justiça é absoluta; ainda que Ele destinasse a humanidade inteira ao Inferno em razão de suas iniquidades, isso não anularia a Sua justiça pois foi o homem quem violou os propósitos de Deus traçados para sua vida. A verdade é que Ele "amou" e sobre a profundidade desse amor não cabe especulação nenhuma. 

Em Efésios 2.8 lemos: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...". Primeiro pela graça, o favor imerecido de Deus. Aqui, o Senhor nos mostra a Sua bondade e longanimidade. A graça divina pode ser comparada a uma ponte sobre um grande abismo aonde o homem, podendo cair neste abismo profundo, recebe o livramento de Deus para a salvação, manifesto no Seu Favor indizível. Primeiro pela graça provando que somente Deus é quem  pode dar ao homem a dádiva da salvação. Não existe nada nesta dádiva tão gloriosa em que o homem seja um "contribuinte secundário" com suas obras. A salvação é exclusivamente de Deus cabendo ao homem correspondê-la "por meio da fé". 

Mais uma vez a Escritura Sagrada diz: "e Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo" (1 Jo 2.2). "Propiciação" quer dizer "propício", "favorável". De acordo com os grandes eruditos da Bíblia, o termo sugere a ideia de aplacar a  ira de alguém que tem toda a razão de punir o transgressor. Neste caso, aplica-se a Deus que, tendo todo o direito de punir o homem pelos seus pecados (ver Rm 1.18), resolve mostrar Sua benevolência e misericórdia sem igual. Um estudo bastante aclarado destes termos nos leva a conclusão de que Deus não possui obrigação alguma de salvar o homem. O que vemos revelado aqui é um ato de amor que extrapola o entendimento humano (Rm 5.8). Ou seja, Deus nos amou "de tal maneira". 

A pergunta de muitos é sobre as muitas e antigas civilizações que nem sequer ouviram a mensagem do Evangelho genuíno de Cristo. Haverá salvação para eles no Juízo Final? Em primeiro lugar, o caminho da salvação é Cristo (Jo 14.6; At 4.12; 1 Tm 2.5,6). Em segundo lugar, foi o homem quem agiu na contramão daquilo que Deus havia lhe direcionado (Rm 3.23) e, finalmente, não há nas Escrituras indício de uma oportunidade de salvação após a morte (Hb 9.27). Portanto, o nosso dever é reconhecer a soberania absoluta de Deus sobre tudo e sobre todos. 

Não devemos nos prender em questionamentos inúteis que não contribuem para a nossa edificação, pelo contrário, devemos ser gratos a Deus porque aprouve a Ele conceder-nos "uma tão grande salvação" (Hb 2.3), consumada através de um alto preço, preço de sangue (Ap 5.9)! O sangue daquEle que, voluntariamente, se entregou por nós na cruz, a saber, Jesus Cristo! Aleluia!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

"Desça da Cruz, e Creremos nEle" - Mateus 27.42

"Desça da cruz, e creremos nEle"! Foi o grito dos descendentes de Abraão ao verem ali o  seu Senhor e Mestre, contado entre os transgressores e sofrendo como quem sofre o mais desprezível dos homens (Is 53.2,3). Foi o brado de um povo incrédulo que se gloriava em ser a nação eleita, porém, rejeitou o seu Salvador, contado na genealogia como "Filho de Davi, Filho de Abraão" (Mt 1.1). Outrossim, foi a afirmação de um povo que queria receber o seu Messias de acordo com sua crença egoísta, com suas tradições religiosas sem se inclinarem para o fato de que aquEle Homem Justo que, "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15; ver 2.18), deveria padecer não só por uma nação, mas por toda a humanidade (Jo 3.17; 11.49-52; 1 Jo 2.2). Rejeitaram o Messias e a Sua mensagem de salvação, preferindo viver na cegueira espiritual e nos seus tradicionalismos exacerbados. 

A realidade é a mesma em nossos dias. Muitos querem servir a Deus sem deixarem as práticas pecaminosas, trazendo para a vida presente os deleites da vida de outrora. Creem em Cristo de acordo com o que acham, com o que pensam, com o que determinam para a sua vida, rechaçando o Evangelho da Salvação em Cristo. O apóstolo Paulo disse: "Mas nós pregamos a Cristo crucificado..." (1 Co 1.23). Cristo crucificado, na teologia paulina, é o tema central do Evangelho, a base precípua em que se apóia o Cristianismo. Se Cristo descesse da cruz seria satisfazer o desejo egoísta daquela nação de dura cerviz. Era alimentar a "fé" deles, apoiada nas suas próprias tradições, quando deveriam debruçarem na revelação da graça divina na Pessoa de Cristo (Jo 1.17,18). O Evangelho genuíno de Cristo não vem para estimular nossa vaidade, nosso ego, pelo contrário, sendo o poder de Deus (Rm 1.16), apela diretamente para o pecador mostrando a ele a necessidade de um Salvador vivo e poderoso. 

"Desça da cruz, e creremos nEle". Este brado está representado, em nossos dias, num "evangelho mascarado" pregado e defendido nas diversas comunidades de fé. Pregações como "Tome posse", "é só determinar, e vai acontecer" desmotivam as pessoas a buscarem um verdadeiro relacionamento com a Pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo. São mensagens que não enfatizam renúncia de pecados, a experiência bíblica do novo nascimento (Jo 3.3-5), a verdadeira espiritualidade, enfim, não confrontam o pecador com a sua realidade pecaminosa e a necessidade de arrependimento. Mensagens assim estão escassas em nossos dias! Querem tudo de Deus, e nada dão a Ele! 

O referido brado em estudo está evidenciado na rejeição à "palavra da cruz". Uma grande parte das Igrejas Evangélicas não reagem mais às mensagens cristocêntricas. Vale observar o que o apóstolo Paulo disse: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1 Co 1.18). Partindo desta assertiva bíblica, entendemos o porque de muitas Igrejas estarem vazias do poder de Deus: rejeitaram o Evangelho da Cruz de Cristo! A palavra da Cruz é o poder de Deus para salvar, para libertar, para redimir, para levantar o caído, para dar vida aos que estão à sombra da morte, sem Deus e sem esperança. 

Se Cristo descesse da Cruz, conforme aqueles judeus incircuncisos de alma esperavam, não haveria salvação, a humanidade continuaria perdida e caminhando continuamente para a condenação eterna, não haveria Igreja e nem o Espírito Santo seria enviado à Terra. Glória a Deus, Ele, Jesus, foi "obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2.8). Ali sofreu e morreu o inocente Cordeiro de Deus em resgate de muitos. Esta é a palavra viva da fé que pregamos! A realidade da salvação endereçada a todos os homens por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus. A boa nova do nascimento do Salvador fora transmitida aos pastores em Belém com este mesmo teor. Vejamos: "E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10,11). Vemos, aqui, o Evangelho da nossa Salvação em 10 aspectos: 

1 "Não temais". O Evangelho trazendo refrigério divino ao perturbado e desconsolado coração do pecador; 
2 "Porque eis aqui". O Evangelho ao alcance do pecador: "... a nossa salvação está, agora, mais perto de nós..." (Rm 13.11); 
3 "Novas de grande alegria". O Evangelho da bem-aventurança, da novidade de vida cuja alegria realiza-se somente em Jesus Cristo; 
4 "Será". O Evangelho e seu destinatário principal: o pecador! 
5 "Para todo o povo". O Evangelho, aqui, revela abrangência e universalidade; 
6 "Vos nasceu". Para a humanidade, Deus "deu" o Seu Filho (Jo 3.16). O pronome "vos" apresenta o Evangelho como benefício de Deus para o homem, no tocante à sua salvação;
7 "Hoje". O Evangelho apresentado aos homens no Hoje dispensacional, no tempo "que se chama hoje" (Hb 3.13); 
8 "O Salvador". O Evangelho vivo da Pessoa viva de Jesus Cristo! Aqui, vemos o propósito maior da Santíssima Trindade em relação ao homem: a salvação! Em Hebreus, o autor sagrado a chama de "tão grande salvação" (Hb 2.3); 
9 "Que é Cristo". Havia muitos naquela época com o nome de Jesus, mas somente um era o Cristo! O Único Salvador (Jo 1.29)! 
10 "O Senhor". A "tão grande salvação" consumada por Cristo, o Deus Supremo, Soberano e "soberanamente" exaltado por Deus (Fp 2.9). 

A Escritura apresenta a Jesus Cristo como o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). As palavras desde a fundação do mundo revela o plano de Deus, na eternidade passada, de que o Messias sofreria, mas, triunfaria  (ver Gn 3.15) trazendo salvação a "todos os homens" (Tt 2.11). Esta é a verdade, da qual, os cristãos deveriam ter mais dedicação sendo ela o cerne da nossa fé. Esta é a mensagem que os pregadores deveriam adotá-la como tema de seus sermões eloquentes! Milhões de cristãos, ao longo da história, selaram seu testemunho com sangue, na defesa desta Verdade tão gloriosa. Hoje, para nossa tristeza, muitos fazendo descaso! 

Que Deus tenha misericórdia das nossas Igrejas no Brasil!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

SHOWS GOSPEL: A verdade que poucos querem ouvir

O objetivo, aqui, não é radicalizar nem generalizar os fatos. Dizemos "radicalizar" porque reconhecemos que não devemos atribuir pecado naquilo que as Escrituras não autorizam; ao dizer "generalizar" sabemos que, apesar do fértil crescimento do joio, ainda subsiste o trigo (Mt 13.28-30)! Não são todos na comunidade de fé que vem sendo afetados por essa onda de emocionalismo, prevalecedor em nossos dias. Ainda existem aqueles (apesar de ser a minoria) que amam a Palavra de Deus e que prezam pela genuína manifestação do Espírito Santo. 

É estarrecedor o que vemos em determinados eventos "gospel" por aí. Em uma certa cidade, por exemplo, estava para acontecer mais um desses chamados "shows gospel". Toda a multidão reunida, avenidas da cidade praticamente intransitáveis, todos esperando a "estrela" da música gospel entrar em cena. Enquanto isso não acontecia, gritavam eufórica e repetitivamente: "... cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!"; não pararam até que ele entrou em cena. Por conseguinte, se ouvia mais gritos, assovios e muitas outras badaladas inúteis. Os tais eventos, além de fomentar nos "artistas" gospel a atração para si, induz os fãs ao mais alto grau de sensacionalismo, substituindo a verdadeira glorificação a Deus. Duas coisas podem ser extraídas aqui: 1) o "cantor" passa a ser o alvo e o centro das atenções, e com isso glorificam a criatura em vez do Criador (Is 48.2); 2) os "fãs", ao invés de priorizarem a verdadeira adoração ao Senhor, se entregam loucamente aos embalos da emoção, das danças desvairadas e dos gritos inconsistentes; em outras palavras, o verdadeiro culto está sendo banalizado (Jo 4.23,24). A grande maioria está longe daquilo que o Senhor Jesus nos disse: "porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles" (Mt 18.20). "Em meu nome" indica o propósito pelo qual os adoradores se reúnem; "aí estou Eu no meio deles" indica a centralidade dessa adoração. Será que Deus é realmente o centro da adoração de muitos? Será que as nossas reuniões são motivadas pelo desejo ardente de uma comunhão mais ampla com Deus? Acreditamos biblicamente que nada pode substituir o culto a Deus: "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória..." (Sl 115.1). "Porque grande é o Senhor e digno de louvor, mais tremendo do que todos os deuses (Sl 96.4). 

Shows Gospel superlotados de pessoas, igrejas vazias, cantores se aproveitando da impolgação desenfreada das massas, pastores leais a Deus e à Sã Doutrina lidando com templos vazios porque as ovelhas foram arrebatadas por esses atrativos supérfluos, perdendo o zelo pela casa do Senhor (Hb 10.25). Obviamente, isso nada tem a ver com o avivamento elucidado nas Escrituras Sagradas. A outra realidade é que a grande parte (NÃO TODOS) dos que "curtem" eventos assim não fazem caso de congregarem regularmente. Vão à igreja quando querem e acham que ir à igreja é coisa do passado, é moda antiga. Convém salientar que nem tudo o que é antigo, é ultrapassado! Congregar, em nossos dias, nunca foi tão necessário tendo em vista falsos cultos onde se admiram as "estrelas", menosprezando aquEle que disse: "... Eu sou... a resplandecente Estrela da manhã" (Ap 22.16). Criticamos os católicos por suas práticas idolátricas, e nós? Não fazemos pior? Fazemos "estrelas" os cantores vaidosos, egocêntricos, ofuscando a glória do Senhor Jesus Cristo, a verdadeira Estrela que deve resplandecer no meio do povo de Deus! 

Outrossim, a grande parte (NÃO TODOS) dos que vão à shows gospel não tem prazer na Palavra de Deus. Estamos falando de fatos devidamente comprovados, e não de invencionices, ditas à luz de meras pressuposições, pelo contrário, é o filme a que assistimos todos os dias. Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo é aquele que não quer ouvir! Pergunte a um crente fanático por shows quantas vezes ele lê a Bíblia (mas antes, pergunte em que lugar da casa ele "largou" o Livro Sagrado), o que ele responderá? Risos sem graça e uma resposta inconvincente de que lê as Escrituras. Alguns, deixam a Bíblia aberta na instante (no Salmo 91) achando que ela vai "funcionar" daquele jeito. Acusamos os católicos e adeptos de outras religiões por suas práticas cheias de superstição, e nós? De nada adiante na instante a Bíblia aberta com o coração fechado! O lugar apropriado para a Palavra de Deus ter efeito é no coração disposto a recebê-la: "Escondi a tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" (Sl 119.11). O Senhor Jesus deu realce a esta verdade, dizendo: "Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a Palavra; e dá fruto..." (Mt 13.23). No solo fértil do coração, a Palavra de Deus tem efeito indizível (ver Is 55.10,11). Shows gospel superlotados, cultos de ensino bíblico vazios! Prazeirosos em demasia pelas atrações gospel da atualidade, porém, desprazeirosos pela instrução bíblica (ver Sl 1.1,2). Com isso, afirmamos peremptoriamente: se não há compromisso com a Palavra de Deus, não há verdadeira conversão (Jo 15.1-3), lembremo-nos das palavras do Divino Mestre: "estai em mim, e Eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também, se não estiverdes em mim" (Jo 15.4). 

De acordo com as Escrituras, devemos adorar o Pai "em espírito e em verdade"  (Jo 4.24). "Em espírito" e não baseado num excesso de emocionalismo, mas "em espírito", ou seja, direcionada a Deus, exclusivamente digno de adoração. "Em verdade" e não alicerçada em formalismos, movimentos vai e vem, sem apoio na Palavra de Deus. Cada coisa no seu devido lugar: Deus como o centro da nossa aodração e a Sua Palavra fidedigna, honrada e praticada. Que voltem os verdadeiros cultos a Deus e seja restaurado nos corações a sede pela Sua Palavra!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Identificando a Geração de Abraão em nossos dias

Em nossos dias, nos cultos, nas pregações, se ouve um fervoroso grito da parte de muitos que afirmam "eu faço parte da geração de Abraão" e, ao dizerem isso, tal ambiente em que se encontram compõe-se de euforia e extrema impolgação. Porém, as Escrituras nos apresenta o perfil que caracteriza a verdadeira geração de Abraão na atualidade. 

1) A Geração de Abraão vive sob total orientação do Senhor (Gn 12.1; Hb11.8) - Ela não segue as diretrizes deste mundo cada vez mais distante de Deus, cada vez mais pervertida, enfim, cada vez mais tendenciosa ao erro. A geração de Abraão não é conformada, e sim transformada (Rm 12.2)! Transformada pelo Evangelho do Senhor Jesus Cristo no poder do Espírito Santo, logo, não se mistura, não se coaduna, tampouco se entremete neste mundo separado de Deus e de Sua santidade. É extremo absurdo vermos muitas comunidades de fé, que se dizem cristãs, plagiando coisas do mundo  e introduzindo no seio da igreja como se isso fosse coisa normal! Falta verdadeira conversão! Devemos proceder como Abraão: "Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito..." (Gn 12.4). Os conformados ficam no mundo, os transformados partem, isto é, agem mediante orientação divina! 

2) A Geração de Abraão constrói altares (Gn 12.7,8; 13.18; 22.9)  - O altar possui elevada conotação nas Páginas Sagradas. O altar lembra a entrega de um sacrifício em correspondência a uma aliança estabelecida entre duas pessoas. Esta parte do perfil biográfico de Abraão foge à realidade dos dias de hoje. O grito eufórico se ouve por parte de muitos: "Eu tenho a marca da promessa"; vivemos no meio de pessoas que reivindicam as promessas de Deus, mas não se comprazem em construir altares! Não basta reivindicá-las e sim correspondê-las através de um "sacrifício vivo", o qual somos nós, em obediência à Palavra de Deus (Rm 12.1). 

3) A Geração de Abraão busca promover a paz ao invés de semear contendas (Gn 13.7-9; ver Pv 6.16-19) - Abraão poderia muito bem aflorar ainda mais a contenda entre ele e seu sobrinho. Porém, em vez de alvoroçar ainda mais a situação, propôs uma separação amigável. Os contenciosos deveriam ter em mente esta brilhante atitude exarada nas Escrituras Sagradas! No que concerne a esta virtude, disse o Senhor Jesus: "bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus" (Mt 5.9). Veja bem: "pacificadores", ou seja, os que buscam promover e estabelecer a paz, a união, fatores estes que consolidam um relacionamento (Sl 133.1; ver Ec 4.9-12). Que assim sejamos, sabedores nós que "com tais sacrifícios, Deus se agrada" (Hb 13.16). 

4)  A Geração de Abraão é intercessora (Gn 18.23-33) - A intercessão é o resultado do amor, da compaixão e da sensibilidade pela dor de outrem. Movido por estas coisas, o Senhor Jesus deu a Sua vida por nós, efetuando, assim, um sacrifício intercessório na Cruz (Rm 5.6-8; Hb 2.9, 10, 14, 15; 4.15; 1 Jo 2.2). Vivemos dias de crença individualista, onde  muitos dizem amar a Deus, mas sequer demonstram amor pelo próximo (Mt 22.36-39), vemos o ferido, porém, passamos de largo, quando deveríamos estender a mão (Lc 10.30-32). Enquanto muitos estão a pensar em sim, Abraão é o exemplo de um intercessor movido por terna compaixão. 

5) A Geração de Abraão oferece sacrifícios para Deus (Gn 22.1-12) - O sacrifício de Abraão revela o seu caráter perante Deus (Gn 22.1-3) e  a sua prontidão em servi-Lo de forma agradável (Gn 22.12). A palavra "sacrifício" sugere a renúncia total de algum coisa, no contexto bíblico, do nosso "eu" (Mc 8.34). Imolar um novilho no altar não é dolorido se comparado ao nosso "eu", decididamente lançado no altar do Senhor, onde nossas vontades egoístas são queimadas pelo fogo abrasador do Espírito Santo de Deus (Lv 6.13; Rm 12.1; Gl 2.20; 5.24). 

6)  A Geração de Abraão é peregrina (Gn 37.1) - Ela não está atrelada aos valores terrenos, sobrepujados pelas coisas eternas, pelo contrário, ela desfruta de uma expectativa celestial (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 13.14). Aonde estamos ponderando o nosso coração? A geração de Abraão deseja ardentemente a face do Senhor e estar no seu lugar santo (Sl 24.3-6). É este o nosso desejo? Ou as coisas do mundo ainda nos mantém cativos (1 Co 15.19)? 

Não basta Deus ser fiel, temos nós que sermos fiéis também, a Deus e à Sua Palavra! Será mesmo possível identificar a geração de Abraão em nossos dias?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Violência ao Reino de Deus - Mateus 11.12

Os termos “violência”, “violação” e o verbo “violar” são correlatos e significam “desrespeito”, “abuso” ou mesmo “alterar a forma original de alguma coisa”. Os estudiosos da atualidade destacam vários tipos de violência, tais como: 1) Violência física – agressão sobre o corpo de uma pessoa de forma abusiva; 2) Violência Verbal – palavra ou expressão agravante que afeta ou desrespeita a índole de outrem; 3) Violência Doméstica – abuso ou forma de agressão entre membros de uma família; 4) Violência Social – abuso, agressão ou ato desrespeitoso à legitimidade social e moral, etc. Mas o que quer dizer as palavras “se faz violência ao Reino dos céus” (Mt 11.12)?

Em Mateus, lemos: “... se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele” (Mt 11.12); em Lucas, diz assim: “... e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc 16.16). Pelo que vemos, “violência” e “força” se associam neste contexto bíblico. No entanto, convém entender o que vem a ser este Reino. Para o apóstolo Paulo, ele é visto como sendo justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo (Rm 14.17); “no Espírito Santo” e não no sistema político pós-moderno, nem na sabedoria humana que especula o que é paz, mas não pode definir a verdadeira paz, uma vez que ela é o resultado da comunhão do homem com Deus, quando justificado (Rm 5.1) mediante a obra redentora de Jesus Cristo, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6).
Tendo em vista a apostasia, o desdém à fé original em Cristo e nos Seus ensinamentos, a falta de amor entre os irmãos que dizem professar a fé cristã e tantos outros reveses que atacam a Igreja do Senhor Jesus tornando-a displicente na defesa da verdade, parece entrar em evidência nos nossos dias o que ocorreu com as dez virgens, que todas “tosquenejaram” e “adormeceram” (Mt 25.5), quando é tempo de despertamento e de vigilância, mais do que em qualquer outra época; ou seja, mais do que nunca, fazermos “violência” ao Reino de Deus.

São várias as condições para o pecador se tornar um cidadão deste Reino, como: arrependimento (Mt 4.17; Mc 1.15), submissão a Deus (Mt 7.21), a prática da verdadeira justiça (Mt 5.20), estes e outros fatores compõem uma vida regenerada (Jo 3.3-5). Sabedores de que este mundo cada vez mais se distancia do seu Criador, adotando um padrão de vida insensato, leviano e corruptível, fazer “violência” ao Reino de Deus é “ferir” o conceito mundano de vida, acatando os propósitos e benefícios estabelecidos por Deus. É uma luta na qual não se usa nenhuma arma, senão a disposição de sacrificar seus próprios desejos para entregar-se inteiramente a Deus (Rm 12.1). Fazer “violência” ao Reino de Deus é suplantar o nosso egoísmo, ou seja, renunciar o nosso próprio “eu”, o que se constitui um ato desafiador a nós mesmos, uma vez que a carne cobiça contra o Espírito e o Espírito, contra a carne (Gl 5.17). 

Existem os ataques e os contra-ataques, uma batalha renhida; neste sentido, “fazer violência” corresponde à nossa ação consciente de passar por cima de tudo o que o mundo impõe para nos afastar da presença soberana de Deus e “empregar força” refere-se aos nossos constantes esforços de rejeitar, dia após dia, os deleites da vida, certo de que estas coisas não procedem do Pai, mas sim do mundo (1 Jo 2.16).

Fazer “violência” ao Reino de Deus é manter-se de pé ante o mundo caído nas garras do diabo. Vivemos a época em que leis e mais leis estão sendo formuladas contra a Igreja do Senhor Jesus; uma perseguição moral contra o povo de Deus, pelo menos aqui no Brasil, quando em outros países a situação já é mais severa. Para muitos cristãos, infelizmente, isso tem sido motivo de desespero e de desânimo. Tais pessoas não conhecem as Escrituras. Os homens com suas leis procuram “violar” a essência doutrinária da Igreja querendo nos conduzir para onde eles querem; fazer “violência” ao Reino de Deus é reagir contra esses infortúnios do diabo, conservando-nos na posição que o Senhor nos colocou, isto é, em harmonia com a Verdade, na defesa da Verdade e na preservação da Verdade. Os ataques contra o povo de Deus são violentos, mas nem por isso devemos baixar a guarda!  Os inimigos do evangelho prontamente pelejam, mas do povo de Deus é a vitória (Mt 16.18)!

Fazer “violência” ao Reino de Deus é abrir mão dos prazeres efêmeros do pecado tendo em vista os valores eternos que Deus nos reservou (Rm 8.18; 2 Co 4.18). Isso joga por terra qualquer ensinamento absurdo que diz que “é só tomar posse”, “é só determinar e vai acontecer” que a benção será garantida. Essas especulações não passam de um “evangelho barato” que não expõe aos seus ouvintes a necessidade de uma “tão grande salvação” (Hb 2.3). Em outras palavras, um “evangelho preguiçoso” onde tudo é fácil, onde as rosas são mostradas e os espinhos da vida são deixados de lado. Fazer “violência” ao Reino de Deus é crucificar a carne (Gl 5.24), é corresponder à vontade de Deus com nossas ações em servi-Lo conforme a Sua vontade, já revelada na Sua Palavra.

Diante da realidade incontestável da volta iminente do Senhor Jesus Cristo, devemos nos guardar em santidade, em vigilância (Mc 13.33) e aplicar todo o nosso esforço em não dar vazão à carne, mas, nos revestirmos da plenitude divina (Rm 13.14).