domingo, 14 de fevereiro de 2021

O PREGADOR E A OFERTA

Pregador pode cobrar para pregar? É justo o pastor dá uma oferta ao pregador? Ao dá oferta, estará, porventura, pagando a mensagem? Vamos tentar responder isso, respaldado na experiência do cotidiano e, sobretudo, à luz da Bíblia.


Podemos começar de todos os lados. Primeiro, pela insensibilidade de muitos em não entender que nem sempre o pastor vai ter no caixa da Igreja uma oferta à altura do que o pregador "cobrou" e sendo assim o "pagamento", se é que assim posso dizer, não será o suficiente. Existem os altos e baixos em tudo, inclusive no financeiro da Igreja. Às vezes tem, às vezes não tem. Às vezes, tem muito, às vezes tem pouco e por aí vai. E o que tem serve, prioritariamente, para atender as necessidades básicas da Congregação local. E onde fica a oferta do pregador? Tem pastores, perdoe-me, nadando no dinheiro; por outro lado, tem outros nadando nas dívidas, pois a renda da Igreja muitas vezes não supre.


Para os tais pregadores, esses pastores são miseráveis, mas não tem a mínima sensibilidade de entender o quanto que o pastor tá ralando à frente daquela obra, pregando, ensinando, batendo cabeça com crente cru que não deixa ser liberto pela Palavra. Ops, desculpem, os tais pregadores nunca vão entender isso. É melhor parar por aqui antes que me joguem no inferno! Talvez um dia quando forem pastores de Igreja possam entender. Mas, eles só querem andar estilosos, mais playboys de ministérios do que autênticos pregadores. Ops, futuquei a ferida de novo! Deixa pra lá!


O segundo ponto consiste na decepção de muitos pastores ao chamar pregadores de fora. O pregador precisa respeitar o púlpito em que recebeu a confiança para pregar. A "casa" dos outros não é a nossa casa. Muitos abusam. Pregam mensagens distorcidas, iludindo os incautos e promovendo contenda entre muitos outros irmãos e afligindo o pastor da Igreja. Aí o pregador vai embora e fica a "treta" para o pastor da Congregação resolver (e olhe lá). Na cabeça de um pastor de Igreja que já resolveu tanta treta de pregador itinerante, faz sentido continuar chamando os tais para pregarem outra vez? Bom, é melhor deixarem por lá mesmo. É bem melhor do que resolver outro problemão que eles criam e não resolvem (e ainda sai falando mal do pastor e dos irmãos). Vai entender?!


A terceira questão é um pouco intrigante, pois, muitos acabam ligando o valor da oferta estipulado pelo pregador ao conteúdo da mensagem. Exemplo:


PASTOR: "Nobre irmão, pode vir pregar em nossa Igreja?"

PREGADOR: "Eu vou, mas por menos que 100 reais nem piso aí!"


Já ouviram isso? Ou é só eu? Beleza, o cara cobra 100 reais, o pastor até abençoa. Mas, vamos ouvir o pregador. Lá vem o pregador trazendo o "sermão minhoca". Conhece o "sermão minhoca"? É aquele que não tem pé e nem cabeça. Ninguém sabe o que o pregador tá querendo dizer. O tal pregador fica igual um açougueiro: enchendo linguiça que é uma beleza e nada do sermão produzir edificação. Bom, claro que oferta não paga o sermão do pregador, mas dá até tristeza ofertar na vida de um pregador que só fala abobrinhas em cima do altar. Mas, enfim, é pregador né, dá uma ofertinha pra ele. Foi convidado né. Dá uma oferta pro clima não ficar chato e ele ir embora feliz da vida sem ter importado se a Igreja entendeu a mensagem ou não. 


Outro ponto: a falta de confiança na provisão de Deus! Deus manda Elias ao Ribeiro de Querite. Mas não manda só o profeta, manda alimento também (1 Reis 17.1-6). Depois da ameaça de Jezabel, ele se põe a correr. Lá estar o Profeta: debaixo de um zimbro (1 Reis 19.1-7). Deus, vendo que a caminhada do profeta seria longa, tratou de mandar a provisão necessária (1 Reis 19.7). No primeiro episódio, Deus ordena aos corvos que sustentem o profeta. No segundo episódio, um anjo é mandado por Deus. Em duas ocasiões que o Profeta necessitou de cuidados, Deus não deixou faltar esses cuidados ao Seu servo. No primeiro episódio, a nação desfalecia em razão da falta de chuva, ocasionando a seca. Mas Elias escolheu servir ao Deus verdadeiro e por Ele foi sustentado no momento da necessidade. Ô glória! Vale a pena perseverar em seguir o Senhor Deus quando muitos preferem o culto a Baal! Vale a pena. É acreditar na Obra de Deus! É descansar no Deus da Obra, que nunca falha e nem desampara os seus. Há pregadores da atualidade que são conhecidos pelo absurdo de oferta que cobram, Elias era conhecido pela sua vida devota a Deus. Sempre estava nos montes (1 Reis 18.20.21, 42; 19.8; 2 Reis 1.9; 2.16). Deus nunca o desamparou. Sua identidade era de "um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de ouro" (2 Reis 1.8). Ele começa o seu Ministério com uma capa e termina o seu Ministério com ela, passando-a para Eliseu (2 Reis 2.9-14).


É certo cobrar para pregar? Não! QUEM COBRA POR UMA NOITE DE INTIMIDADE É A PROSTITUTA E NÃO A NOIVA! Isso é falta de confiança na provisão divina, pois, Deus é um ser atento às necessidades dos Seus servos, no momento em que clamarmos. Se Deus é poderoso para "dá mantimento a toda carne" (Salmos 136.25), por que desampararia seus servos que saem levando a preciosa semente (ver Hebreus 6.10)?


É justo o pastor da Igreja abençoar o pregador com uma oferta? Merecido (se bem que tem uns que só Jesus na causa). Não faz sentido despedir o pregador de mãos vazias. Isso não significa que o pastor seja obrigado a dar oferta, mas se trata de uma questão de bom senso.


O assunto é muito extenso, e dá muito pano pra manga. Porém, o espaço é pouco.


Em Cristo, 

Ev Clenio Daniel Parente Mendes

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