Era
a reta final do Ministério terreno do Senhor Jesus. Às vésperas de Sua
crucificação, o Divino Mestre, ao Se reunir com Seus discípulos, dirigiu aos
mesmos palavras de consolo, mostrando ser Ele o Bom Pastor que refrigera as
nossas almas (Sl 23.1,3). Era quase o fim de uma Dispensação. Todos os dias
nasce o sol, perfazendo seu circuito até chegar no seu ocaso. Porém, mediante a
morte e ressurreição do nosso Salvador, nasceria mais do que um dia, afinal,
Ele é o “Sol da Justiça” (Ml 4.2), que viria no Seu resplendor para dissipar o
pecado e nos regenerar à condição de filhos de Deus. A Sua vereda foi como “a
luz da aurora” que foi “brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
Glória a Deus!
O
que pode turbar um coração? Circunstâncias adversas da vida contribuem para nos
deixar com o coração turbado e dilacerado. Afinal, turbar significa
“perturbar”, “toldar ou entristecer” e até “escurecer”. O sentido do termo
indica uma situação desfavorável, desconfortante, causando-nos aperto. Devido o
amontoar das situações que são degradantes, vão “escurecendo” as esperanças,
impedindo-nos de vislumbrar os horizontes da vida. Logo mais adiante o Mestre
seria preso e entregue à vontade de Seu próprio povo (Lc 23.25). Porém, Sua
missão não encerraria com a morte, pelo contrário, na Sua morte também
“morreria” a velha dispensação, os fracos rudimentos da Lei mosaica e, em
Cristo, seria inaugurado “um melhor concerto, que está confirmado em melhores
promessas” (Hb 8.6). As razões para não deixar que o nosso coração se turbe não
se restringe à horizontalidade da vida e sim à verticalidade dos valores
eternos, pois, estes vão além da transitoriedade e da temporalidade.
De
acordo com os grandes intérpretes da Bíblia o termo “turbe”, no original grego,
significa “incitar”, “agitar”, com a ideia de turvar a água. Ao lermos “não se
turbe”, podemos exaurir do versículo algumas lições:
1. Está
no presente do imperativo, indicando uma ordem, expressando uma ação
continuada. Desse modo, a ordem expressa
aqui é que o cristão deve sempre estar com o seu coração blindado na fé em Deus
a fim de que as dificuldades da vida não o incite à incredulidade nos
propósitos do Senhor para conosco;
2. A
negativa “não se turbe” implica a proibição de uma ação, mormente quando ela
está ocorrendo. Os discípulos estavam com os seus corações turbados, mas, não
havia razão para tal. O nosso coração pode estar turbado por alguma coisa, mas,
segundo a Escritura, não há razão para nos conformar a isso, pois, Jesus disse:
“credes em Deus, crede também em mim”;
3. Um
coração turbado é um coração agitado. Por agitado entende-se tudo aquilo que
oscila conforme uma situação. Com isso, Jesus aqui nos ensina que, quem
realmente crê no Senhor não oscila, não varia segundo o ritmo das adversidades
e das aflições (Sl 125.1). Devemos andar e viver pela fé (Hc 2.4; 2 Co 5.7),
pareada, alinhada à vontade de Deus revelada na Sua Palavra e nas Suas
indizíveis promessas que Ele nos fez.
Qual
a razão para não turbarmos o nosso coração? A resposta nos é dada pelo Senhor
Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14.2); onde fica a casa do
Pai, no sentido em que Jesus aqui se referiu? Não é na terra, aonde tudo é
transitório, é efêmero; não é aqui, aonde tudo proporciona prazeres
momentâneos. Na referência em apreço, Jesus nos convida a vislumbrar os
horizontes da eternidade, aonde o tempo não entra e não põe limite em nada.
Nesta terra, as aflições nos sobreveem e, como chuva de verão, logo passam;
mas, na casa do nosso Pai é gozo eterno, é vida eterna, é alegria eterna, é
glória eterna, pois, quem nos assegura estas coisas é o “Pai da Eternidade” (Is
9.6).
Quando
observamos a vida do ponto de vista da eternidade, tendo como âncora a Palavra
de Deus, percebemos o quanto vale a pena prosseguir sem nunca titubear, visto
que “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22; ver
Rm 8.18).
Deus é fiel e suas misericórdias duram para sempre. Pois nos como criação somos falhos e ainda não cosequimos está firmadosno SENHOR.
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