domingo, 12 de outubro de 2025

É CORRETO O PREGADOR USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA ELABORAR SERMÕES?

Já começo dizendo que não. Porém, explicar não custa nada. Até uns tempos atrás, dizia-se que estávamos em um "mundo informatizado", em razão da chamada "era dos computadores". Em nossos dias, com o salto propulsor da tecnologia em todos os seus níveis, tudo ou quase tudo em nossa volta está sendo absorvido pela chamada "Inteligência Artificial" (IA). Estima-se que, em até 10 anos, muitas profissões deixarão de existir em razão da IA. A bem da verdade, sempre que a tecnologia avança, o trabalho humano perde espaço, e com isso, algumas profissões. Esta realidade está bem patente aos nossos olhos. 


A tecnologia tem o seu lado bom? Sim! Não podemos negar! Mas, também não custa dizer que é algo bom dentro dos seus limites. Se passar disso, já é prejudicial. A tecnologia em si não é nociva. Deve-se ter em mente que os grandes inventores, os visionários que moldaram a história da humanidade com seus projetos e ideias brilhantes, primavam pelo bem-estar de quem iria usufruir dos seus inventos. Por exemplo, quando Alberto Santos Dumont inventou o avião, o fez com a finalidade de facilitar o transporte de pessoas, em vista dos impedimentos geográficos. Grande foi a sua decepção ao ver sua invenção usada em guerra, transportando armamentos para ceifar vidas. 


A tecnologia tem seu lado bom. Mas, devemos ser prudentes em colocar as coisas em seu devido lugar. A Inteligência Artificial pode contribuir com a elaboração de um sermão que o pregador pretende ministrar aos seus ouvintes? Pode! É correto? Digo que não! Muitas vezes, a plataforma de IA pode recorrer à fontes cujos argumentos "teológicos" são tendenciosos, desprovidos de alinhamento com a verdade do Evangelho de Cristo. A Internet é um mundo muito vasto. Há coisa boa a ser explorada lá. Por outro lado, há muito lixo com cara de comida boa, quando, na verdade, em nada contribui. 


Pode o pregador usar a IA para elaborar os seus sermões? A resposta é: NÃO! Podemos usar a IA como fonte de pesquisas, para ampliar conhecimento dessa ou daquela área, tirar dúvida desse ou daquele assunto. Até aqui, nada demais. Porém, depender dela para elaborar sermões bíblicos é algo fora de cogitação! Continua sendo essencial a oração, a busca pela orientação divina e a sensibilidade e dependência do Espírito Santo. 


Se quisermos pregar uma mensagem viva, ungida com poder do Alto, que possa alcançar o mais empedernido coração para vir a Cristo, a IA nunca será o melhor e único caminho. A IA pode te dar conhecimento, mas, é somente nos pés de Cristo que temos a verdadeira iluminação da Palavra, para pregá-la como convém, com poder e autoridade. 


Não dependa de IA para fazer seus sermões! Recorra a Cristo, a Sabedoria Multiforme e perfeita de Deus, pois, nEle "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Colossenses 2.3; ver 1 Coríntios 1.30; Efésios 3.10,11). Seja amigo do Espírito Santo, "porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (1 Coríntios 2.10). 


Em Cristo,

Ev Clenio Daniel

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

JESUS, MAIOR DO QUE SALOMÃO

 Referência-chave: "A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão." (Mateus 12:42) 


É de inteiro conhecimento o episódio da Rainha de Sabá que, ouvindo a fama do Rei Salomão, segundo narra a Escritura, foi visitá-lo e, como sabemos, ficou deslumbrada não só com a sabedoria do rei mas com todo o esplendor de sua realeza (1 Reis 10.1-13). Tudo em seu reino, em seu Palácio, causou-lhe admiração, arrancando de seus lábios palavras de louvor ao verdadeiro Deus (1 Reis 10.9). A princípio, não parece nada demais; no entanto, olhando para o texto com um olhar mais atento, percebe-se o quanto essa história é super, mega, interessante. O motivo é justo: 


Quem foi visitar o Rei Salomão? Uma rainha! Não foi uma pessoa qualquer e sim uma rainha. Esta mulher sabia muito bem o que era viver em uma realeza, cercada de súditos, sendo venerada, reverenciada, fazendo-se-lhe sujeitar a ela grandes e pequenos. Ela estava em seu trono, em seu Palácio, cercada de majestade ímpar e também da admiração de seus servos. Em seu reino, a quem quisesse, exaltava, e a quem quisesse, abatia; constituía e destituía; ela sabia o que era um trono, um Palácio, conhecia a experiência de viver de forma majestosa, exercendo o seu domínio. Mas, ao ver o rei Salomão, com sua sabedoria e toda sua glória e majestade, não encontrou palavras diante do que via, tamanha era sua admiração. 


Outro caso é a visita dos Magos ao recém-nascido rei dos judeus. Não vou entrar no mérito da quantidade de magos, se eram três ou mais, que foram visitar o infante. O certo é que foram vê-lo. Porém, onde viram Jesus? No trono? Não! Ele ainda era um bebê! No Palácio? Não! No Palácio, estava o rei Herodes, ímpio e destituído de temor de Deus, tomado de ódio ao saber da notícia do nascimento do verdadeiro Rei. Mediante o sinal de uma estrela, os magos foram ao encontro do Messias. 


Detalhe: Eles viram a estrela, mas, não adoraram a estrela. Esta era apenas um sinal. Eles não adoraram o sinal, mas, o Senhor do sinal (Mateus 2.2, 9, 10)! Os anos se passaram, e muita gente ainda confunde as coisas, adorando os sinais, ao invés de adorar o Senhor dos sinais! 


De um lado, a rainha de Sabá que contemplou: a sabedoria de Salomão (1 Rs 10.4), o Palácio (1 Rs 10.4), as iguarias da sua mesa (1 Rs 10.5), os aposentos de seus oficiais (1 Rs 10.5), e tantas outras belezas que circundavam o reino do filho de Davi (1 Rs 10.4,5) e proferiu palavras de admiração e glorificou a Deus (1 Rs 10.6-9) os magos viram apenas um menino! Aos olhos humanos, somente um menino! Porém, muito mais do que um simples menino. Vamos examinar o versículo bíblico que descreve o evento: 


"E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra." (Mateus 2:11). 


Não viram reino nenhum ali, nenhum palácio; súditos? Não! Só seus pais que dele cuidavam. Eles não viram o reino, eles viram o Rei! Quem sairia de tão longe para ver um menino, em um casa simples, em uma aldeia simples, que era Belém? Não foram de mãos vazias, eles ofertaram dádivas, como mostra o versículo em estudo. Quem ofertaria dádivas a um recém-nascido? Para muitos, mais um infante que veio ao mundo; para aqueles homens, era o verdadeiro Rei! Não somente de Israel, mas, de todas as nações, de todo aquele que crê! 


Não existe nenhum problema em olhar o reino e admirá-lo por sua beleza única. Na verdade, é mais fácil se prostrar diante de um rei ao ver tudo o que seu reino é e pode proporcionar. Os magos somente adoraram a Jesus! Eles não viram nada a não ser Jesus e ainda menino! 


Salomão precisou nascer, crescer, ter um reino e ser reverenciado como rei. Jesus, ainda em sua infância já era reconhecido como o Messias e Rei, tão desejado e esperado! Jesus, maior do que Salomão. 


A semelhança dos magos, que tenhamos uma visão refinada para adorar o Rei, digno de louvor e verdadeira adoração. 

domingo, 28 de setembro de 2025

ATÉ A TRISTEZA SALTA DE PRAZER

Referência-chave: "No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer" (Jó 41.22)


É bem recorrente ouvir pessoas afirmarem que na Bíblia está escrito que "na presença de Deus até a tristeza salta de alegria". Quem nunca ouviu isso que atire a primeira pedra. Embora boa parte de quem afirma isso não faça a mínima ideia do versículo que supostamente diga isso, mesmo assim afirmam com veemência. 


É verdade que na presença de Deus a tristeza salta de alegria? Sim, é verdade! Na presença de Deus todas as coisas são possíveis, principalmente as mais improváveis aos olhos humanos. Está escrito dessa forma na Bíblia? Não! Não há erro nenhum em usar a frase que, em si mesma, contém uma verdade, porém, afirmar que está escrito na Bíblia já se constitui um equívoco. 


É mais sensato, em termos de fidelidade bíblica, usar a passagem de Salmos 16.11: "... na tua presença há abundância de alegria...". A fidelidade bíblica é de suma importância para o cristão fiel, inclusive para os pregadores e ensinadores da Palavra de Deus. 


Levando em conta, a passagem bíblica de Jó, o que o texto quer dizer? Primeiro, quem está falando? Segundo, com quem está falando? Terceiro, sobre o quê está falando? Quarto, em que sentido está falando? Responderemos analisando o texto e o contexto. 


Primeiro, quem está falando é o Senhor Deus! Com quem Deus está falando? Com Jó! Sobre o que Deus está falando? Sobre o Leviatã. Em que sentido, Deus está falando? É isso que vamos analisar agora. 


O Leviatã é um animal lendário. Alguns estudiosos debatem entre si sobre a identidade dele. Para uns, o Leviatã era um dragão; para outros, um crocodilo; para outros, um dinossauro. As discussões não se esgotam. Entretanto, boa parte dos estudiosos (entre os quais estou incluído) acredita que se trata de um monstro marinho, lendário, ou seja, criado no imaginário humano, nas antigas civilizações, um monstro que habitava na profundeza dos mares.


As descrições acerca do Leviatã são fascinantes. Vamos lá:


1) Um animal que não pode ser domado (Jó 41.1-2, 7, 10, 13);


2) Possui fortes escamas (Jó 41.7, 15-17; 26);


3) Terrivelmente corpulento (Jó 41.23);


4) Possuidor de grande força (Jó 41.27-29);


5) Faz sua morada nos mares e deles se assenhoreia (Jó 41.31);


6) Sua presença é aterrorizante (Jó 41.22, 33).


Em resumo, algumas lições se destacam aqui:


a) Os homens não podem domá-lo;


b) Sua presença causa terror até no mais corajoso dos homens. 


c) Os homens desfalecem ao tentar capturá-lo, pois, nem mesmo a espada o detém. 


Aqui está sentido do que Deus estava querendo dizer a Jó: se os homens não podem contra o Leviatã, como poderão contra Deus? 


Diante do Leviatã, a coragem do homem mais corajoso se reduzia a nada. Do mesmo modo, diante de Deus, nossas razões, nossas queixas também se reduzem a nada. Isso era uma mensagem a Jó que estava se queixando com Deus, exigindo dEle uma explicação para a Sua dor. Quando confrontado com a Soberania divina, todas as queixas de Jó se desfazem, conforme vemos no capítulo 42.1-6. 


E, quanto à frase: "perante ele, até a tristeza salta de prazer"? A tradução mais apropriada, seguindo a rigorosidade do texto, é:


"diante dele vai o terror" (encontrado em algumas versões)


A frase remete à presença aterrorizante do Leviatã, a qual, vendo os homens, ficavam tomados de grande pavor. A frase é poética, afirmando que o terror rir dos homens, dança perante eles, ao ver que sua coragem e bravura desaparecem ao encararem o poderoso monstro. 


Como não será diante do grande Deus? Quando pensamos que nossas razões podem ser suficientes para exigir de Deus o que queremos que Ele faça ou responda, Ele vem com Seu toque de soberania, mostrando que somos pó e cinza.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

DEUS DE DETALHES

 Referência-chave: "Nunca se envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos" (Deuteronômio 8.4)


Quanto tempo um vestido dura no nosso corpo? E o sapato em nossos pés? Não há uma única resposta. As coisas tendem a se desgastar, perder a qualidade ou simplesmente cair em desuso pela qualidade, pelo tempo ou por outros fatores. O tempo vai passando e a roupa que cabe em nós hoje pode não servir mais amanhã. O mesmo vale para os sapatos. E assim vai.


Você já imaginou um povo peregrinar 40 anos e a roupa não de desgastar e o sapato não se desbotar? Logicamente, isso é impossível. Uma mesma roupa e um mesmo calçado durante 40 anos? Como isso? Só há uma resposta: o cuidado providencial de Deus, que cuida do seu povo nos mínimos detalhes. 


Porém, quero chamar a atenção para a apódose do texto: "... nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos". Se o sapato se desgastasse, ficando em desuso, o povo sentiria seus pés tocarem na areia. Imagine andar descalço, com os pés em contato com a areia, castigada pelo calor? Mas, Deus não deixou que isso acontecesse. Qual o motivo? Vamos analisar agora.


A areia é uma poderosa fonte de silício. Por isso, tecnicamente chama-se a areia de "areia de sílica", por causa da expressiva quantidade desse elemento na areia. O silício é o segundo elemento mais abundante da Terra, perdendo apenas para o oxigênio. Bem presente no dia-a-dia, como no vidro, no silicone, nos eletrônicos, nos LED's, nas placas solares, em cosméticos, etc.


O silício tem uma dupla particularidade: a) o aquecimento quando submetido a uma radiação; b) a emissão de elétrons quando submetido ao calor. Imagine a areia, contendo dióxido de Silício (SiO²), recebendo grande incidência dos raios solares (o Sol é uma poderosa fonte de raios ultravioleta) e com isso aquecendo intensamente? Quem já viajou de férias, andando descalço na areia da praia em plena luz do sol, sabe a experiência de sentir a areia quente. 


Já imaginou isso no deserto por quarenta anos?


Quarenta anos no deserto, tocando os pés descalços na areia sob a luz do Sol, sem calçado para proteger os pés. Isso levaria ao inchaço dos pés, impedindo-os de seguirem sua trajetória. A areia de sílica reagiria ao sol, aquecendo, provocando inchaço nos pés. Mas Deus, que cuida do Seu povo nos mínimos detalhes, não deixou que isso acontecesse. "Nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos". Deus cuida do Seu povo como ninguém! O cuidado providencial de Deus para conosco é maravilhoso! E digo mais: nos mínimos detalhes!


Nosso Deus é um Deus de detalhes!


Em Cristo,

Ev Clenio Daniel

terça-feira, 9 de setembro de 2025

O PREGADOR E AS ANOTAÇÕES

"Abre bem a tua boca e ta encherei" (Salmos 81.10b)


Quem vê um pregador ministrando a Palavra no púlpito, pregando de forma ordeira, com sabedoria e poder do Alto, muitas vezes não imagina o cuidado que ele teve no seu secreto em preparar o seu sermão. Infelizmente, esse assunto ainda é controverso entre muitos dentro da Comunidade Evangélica em geral. Dois extremos são vistos com relação a isso: 


Primeiro, os que mostram preconceito com o pregador que faz anotações do esboço que vai pregar. Para este grupo, não precisa estudar, é somente orar que Deus dá a mensagem pronta e está tudo bem. Para os mesmos, pregador que faz uso das anotações é inseguro na mensagem, sem direção e, consequentemente, é frio e apático. 


Segundo, os que vivem em função dos esboços anotados como se eles fossem o suficiente no ato da pregação. Vamos lá, quem tem preconceito com pregador que faz uso de esboços defende que o tal tem que ser "ungido", "fervoroso" e "cheio de poder". Quem se apoia exageradamente nos esboços defende que tem que haver preparo e embasamento bíblico necessário. Que tal deixar os atritos e unir o melhor destes extremos: a espiritualidade e a técnica da preparação do sermão?


Mas, aí vem outro problema: os que acreditam que a técnica "retira a espiritualidade e o fervor do pregador". Será? É certo que não. É perfeitamente possível unir a técnica, a erudição, o conhecimento ao fervor espiritual e viver na dependência do Espírito Santo. Uma coisa não atrapalha a outra. 


Deve-se, sim, o pregador ter preparo, estudar, buscar aparatos bíblicos, teológicos, históricos para dar suporte ao seu sermão. É evidente que tal cuidado NUNCA o impedirá de orar, buscar a Deus e viver na intimidade com o Espírito Santo. Mais do que palavras, um sermão bem preparado, regado na oração e na sensibilidade do Espírito, produzirá vida e grande edificação na vida de seus ouvintes. 


Há quem se baseie no versículo bíblico citado acima: "Abre bem a tua boca, e ta encherei". Dois erros que os que se dizem "espirituais" cometem aqui: 1) usar a própria Bíblia como desculpa para não elaborar um sermão com responsabilidade; 2) isolar um texto de seu contexto principal sem entender o devido significado. A passagem bíblica em apreço, quando lida em conjunto com o restante do Salmo, fala de provisão, do cuidado divino em abençoar o Seu povo, caso este obedecesse ao Senhor. Nada mais que isso.


Pregador, estude e ore! Ore e estude! Anote, escreva, faça seus rascunhos, mas nunca dependa inteiramente disso! Do quarto ao púlpito, é Deus e o pregador. Do púlpito ao ouvido, é Deus e o ouvinte! 


Em Cristo,

Ev Clenio Daniel

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Serie Obreiro de Excelência.

 A VIDA PESSOAL DO PASTOR 

"A ignorância de muita gente quanto à vida pessoal do pastor é tão séria que, muitas vezes, a notícia de que um pastor adoeceu causa arrepios aos ouvidos de muitos irmãos. Como assim? O pastor? Doente? Sim, prezado irmão ou irmã. Outros pensam que o pastor é "a quarta pessoa da Santíssima Trindade", impecável, um nível de santidade acima dos demais. Há uma crescente ignorância acerca do ministério pastoral e da vida que vive o pastor de ovelhas. Esta ignorância precisa ser erradicada à luz do bom senso e da orientação bíblica sobre o pastor como ministro de Deus.

(...)

Muitos reclamam que o pastor não foi visitá-lo em sua casa. Mas, será que o pastor não precisa de visita? Eu quero que o pastor ore por mim porque estou passando uma prova que nem Jó aguentaria se estivesse no meu lugar. Mas, é o pastor? Será que ele não precisa de oração? É bem provável que a prova dele seja maior do que a sua. Mas, aí vem outro problema: se o pastor falar que tá passando por uma determinada situação adversa e não pode atender ninguém, nem orar por ninguém, vem outro avalanche de murmurações."


DANIEL, Clenio. Série Obreiro de Excelência - Volume Único, E-book. 2024, pp. 56,57 

Contato: (69) 99306-7520 - WhatsApp 

E-mail: cleniomendes.daniel@gmail.com 

quarta-feira, 3 de abril de 2024

AS TRÊS ÊNFASES DA VIDA DE NOÉ

 A história de vida de Noé tem lições a nos ensinar. Há uma forte relação deste personagem com a justiça. É isso que exploraremos aqui. 


A primeira ênfase diz respeito ao seu caráter. Ademais, é o próprio Deus quem dá testemunho dela: "Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. (Gênesis 7.1)". No meio de uma geração corrompida (Gn 6.5-11), Deus contemplou um justo! Os homens se entregaram às suas paixões carnais, andando conforme a vaidade do seu coração. Quem estava seguindo este curso? A maioria! Noé, ao invés de deixar ser influenciado por isso, resolve fazer o oposto daquela geração (Gn 6.8). Em um tempo em que não havia uma lei escrita estabelecendo critérios, normas de conduta, Noé, "tendo o coração purificado da má consciência" (Hb 10.22), anda na contramão daquela geração impiedosa. Há uma geração aborrecendo a Deus, porém, tem alguém achando graça aos olhos de Deus. Há uma geração andando segundo a vaidade do seu coração, porém, tem alguém que resolveu andar com Deus (Gn 6.8)! 


Outra ênfase é quando ele é chamado "pregoeiro da justiça" (2 Pe 2.5). Pregar é proclamar. Noé não somente foi um homem justo mas denunciou os pecados de sua geração cuja ênfase era a justiça de Deus. A mensagem não era outra senão um ataque severo às iniquidades praticadas pelos seus contemporâneos. Aquela geração tinha no meio deles não apenas um homem justo, mas um pregador da justiça! Ele era justo, por isso, podia pregar. Ele andava com Deus, portanto, alguém credenciado por Deus para ser uma voz profética nos seus dias. 


A terceira e última ênfase é quando ele é chamado "herdeiro da justiça" (Hb 11.7). O que isto quer dizer? Significa alguém que, nos tempos, em que não havia lei escrita para condenar os malfeitores (ver 1 Tm 1.9,10), praticou a justiça através da fé. Noé é o primeiro caso bíblico de um justo vivendo pela fé (Hc 2.4). Deus teve prazer nele porque ele não recuou (Hb 10.38), antes, prosseguiu firme andando conforme a vontade de Deus no meio de uma geração perversa. 


Noé: praticante da justiça, pregoeiro da justiça e herdeiro da justiça. Caráter justo no começo, no meio e no fim. Quando sua geração caiu na devassidão, afrontando a Deus com suas iniquidades, Noé perseverou até o fim e foi salvo (Mt 24.13). 


Sejamos justos! Sigamos o exemplo de Noé. 


Em Cristo,

Clenio Daniel