sexta-feira, 31 de maio de 2013

Não Foi Carne E Sangue Que Te Revelou

Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to relevaram, mas meu Pai, que está nos céus (Mateus 16.17 - ARA)

Uma das mais relevantes verdades que dão suporte ao edifício doutrinário do Cristianismo está contido na referência bíblica acima. Carne e sangue não são suficientes para proporcionar ao coração do homem a revelação da salvação em Cristo. Vejamos a razões: 
1. O termo carne e sangue, nas Escrituras, dá ideia de ser humano ou aquilo que é relativo a sua natureza: "Porque nossa luta não é contra o sangue e a carne..." (E 6.12). Entendemos, aqui, a alusão que o apóstolo faz ao ser humano quando diz o sangue e a carne. Vemos aqui a expressão da natureza humana em contraste com Deus. Algo completamente distinto do espírito que há no homem. Pedro é uma identificação desta natureza; no entanto, Cristo se dirige para o futuro apóstolo dizendo que a carne, expressão de corrupção, não é capaz de assegurar ao homem a necessidade gritante de um Salvador. Sua natureza é enganosa, portanto, somente o Deus da verdade pode dar-lhe clareza e convicção de que precisa recorrer àquEle que pode libertá-lo através da verdade redentora (Jo 8.32,36). 
2. A carne, termo bíblico que designa a natureza humana, contrapõe-se aos desígnios de Deus: "Então disse o Senhor: não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne..." (Gn 6.3). Não há acordo entre o gênero humano corrompido e a Majestade Santa, que não se compactua com o padrão iníquo do homem. Logo, carne e sangue não podem revelar ao próprio homem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. 
3. A carne, nas Escrituras, também se refere ao padrão de governo humano: "Com ele está o braço de carne..." (2 Cr 32.8); o governo humano, ao longo dos anos, adquiriu muitos sinônimos degradantes como injustiça, impiedade, aversão aos genuínos valores morais, ou seja, o repúdio ao bem e a aceitação do erro. Outrossim, quais outras identidades do "braço de carne"? A soberba exacerbada enraizada no coração dos que se julgam "poderosos", pois, constroem fortalezas e as destroem; erguem grandes patrimônios e os reduzem às cinzas; conferem a alguém posições honoríficas e declinam do mesmo, enfim, promovem situações multiformes. Em suma, o braço de carne, alude ao homem em sua potencialidade limitada, comparada a grandeza imensurável do Deus de Israel. O braço de carne é falível, destrutível e ineficaz. Portanto, não está no governo humano e nem provém dela a revelação do Salvador da humanidade; tal verdade, urgente e necessária, emana do Alto, do seio do Pai Eterno para o recôndito da alma pecadora (cf Rm 8.3-7).
4. Pedro, de si mesmo, não poderia conceber tão grande certeza da deidade do Messias; esta certeza vem de Deus (Mt 16.17). Para alguns da comunidade judaica, João Batista seria o Messias ou Este viria manifesto na identidade do profeta Elias ou Jeremias ou mesmo outro profeta do AT. O grande erro da carne e do sangue é igualar o Filho de Deus no mesmo nível dos homens da terra, sendo que Ele é maior em excelência, santidade e superior tanto a anjos como a homens (Hb 1.1-4). 
5. A carne e sangue, na Bíblia, fala do estado corrupto do ser humano: "E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção" (1 Co 15.50); se a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, tampouco podem testificar das coisas concernentes a este Reino, pois, os seus mistérios "se discernem espiritualmente" (1 Co 2.14), visto como o "homem natural", ou carnal, "não compreende as coisas do Espírito de Deus" (1 Co 2.14a), se não compreende, também não crê, porque está atrelado no sistema perverso deste mundo. 
6. O apóstolo Paulo diz que não há condenação alguma para os que estão em Cristo (Rm 8.1). Quem são estes? "Os que não andam segundo a carne", prossegue o apóstolo. Entendemos que, andar segundo a carne é firmar seus passos rumos ao juízo eterno. Há um conflito entre carne e espírito (Gl 5.16,17), e isso nos leva a perceber o domínio das obras da carne nos corações enrijecidos contra a verdade do Evangelho. 
7. E o que dizer do "Verbo que se fez carne" (Jo 1.14)? O processo da manifestação do Verbo na forma humana é abrangente. A tudo quanto o Senhor Deus tinha criado, viu que era "muito bom" (Gn 1.31). Quanto ao homem, o fez em pleno estado de perfeição, porém, se fez pecador por desobediência ao Soberano Criador de todas as coisas. Cristo se fez carne, mas, não era carne, nem tampouco consentiu nas suas práticas (Jo 8.46). Se fez pecado, mas, não era pecador (2 Co 5.21); se fez injusto, porém, praticando a justiça, se fez culpado, mas, em todo o tempo, inocente. 
Tão certo como a filiação divina é outorgada por Deus mediante Seu Espírito em nós (Jo 1.12,13; Rm 8.14,15); a revelação do senhorio de Cristo é dada também por Deus ao espírito do homem, pois "a carne é fraca" (Mt 26.41) e dada a iniquidade.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Conceito Bíblico acerca da Trindade

São muitas as referências que poderíamos tomar como base para enfatizar de modo amplo e teológico a doutrina bíblica da Santíssima Trindade, uma vez que é do conhecimento de todos que a referida palavra (Trindade) não se encontra nas Escrituras, entretanto, o termo é respaldado de forma clara na teologia bíblica. 
Diferente do politeísmo, a supracitada doutrina destaca a existência de um único e verdadeiro Deus, pluralizado em três pessoas distintas, conforme orientação bíblica. O renomado pastor e teólogo Esequias Soares dá sustentação a esta doutrina com a seguinte afirmação: "No Antigo Testamento, temos a Trindade na unidade; no Novo Testamento, temos a unidade na Trindade". As referências vetero-testamentárias são condizentes com esse argumento, o que enriquece intensamente o conceito bíblico em relevo. 
A Escritura Sagrada, em seu escopo histórico e doutrinário, apresenta uma visão trinitariana no seu mais variado aspecto. A Bíblia Sagrada nos apresenta Deus como "o Senhor da criação" (Gn1.1; 14.19; Jr 10.16; Ap 3.14). A criação é constituída de três coisas: Céu, Terra e Mar. Na mesma criação, encontramos o Pai em atividade (Gn 1.1), o Espírito Santo (Gn 1.2) e o Filho, a Palavra de Deus (Ap 19.13), por cujo intermédio o imaterial se torna material (Jo 1.1,3). Na criação do homem, não é diferente. A Escritura fala da composição tricotômica do homem, a saber, corpo, alma e espírito. Ao falar do corpo, lembramos a sua tríplice constituição: carne, sangue e ossos. Acerca da alma, nos referimos a ela como a sede da personalidade em três aspectos: emoção, intelecto e vontade. O espírito do homem comunica ao mesmo três fatos fundamentais: 1) a existência de uma Divindade; 2) a importância de atribuir-Lhe temor e 3) de adorar-Lhe como é devido. Logo, se temos tal certeza, é através do espírito, se temos tal anelo, é através da alma, demonstrada por meio do corpo. 
A triunidade de Deus é algo bastante perceptível nas Escrituras. Dentre muitos exemplos dignos de nota, destacamos o que diz em Isaías 61.1: "O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim..."; partindo do pressuposto de que se trata de uma profecia messiânica, as três pessoas distintas aparecem aqui: o Pai (Senhor Jeová), o Filho ("... sobre mim...") e o Espírito Santo (O Espírito do Senhor). A triunidade bíblica é confirmada pela existência de atributos divinos que somente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo são conferidos. Na Bíblia Sagrada, o Pai é chamado de "Deus" (1 Co 8.6; Ef 4.6); de igual modo, o Filho (1 Jo 5.20; Is 9.6; Hb 1.8); e também o Espírito Santo (At 5.3,4). Outrossim, destaca-se a: Eternidade (Sl 90.2; Cl 1.17; Hb 9.14); Onipresença (Jr 23.24; Mt 28.19,20; Sl 139.7); Onisciência (1 Jo 5.20; Jo 21.17; 1 Co 2.10); Onipotência (Gn 17.1; Mt 28.18; 1 Co 12.11); Santidade (Lv 11.44,45; Lc 1.35; Ef 4.30); e, finalmente, a verdade (Jr 10.10; Jo 14.6; 16.13). 
Profetas do Antigo Testamento falaram em nome do Senhor Jeová (o Pai), vaticinaram a vinda do Messias (o Filho), todavia, cheios da inspiração divina (o Espírito Santo). Além disso, a Sagrada Escritura nos assegura a presença deliberada da Santíssima Trindade entre os homens, como podemos ver acerca do Pai: "... e habitarei no meio deles" (Ex 25.8); do Filho: "... aí estou eu no meio deles" (Mt 18.20) e do Espírito Santo: "... e o meu Espírito habita no meio de vós" (Ag 2.5). Na ordenança bíblica do batismo, lemos: "... batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). 
O Novo Testamento é um arcabouço doutrinário e teológico no tocante à Santíssima Trindade, pois, as três pessoas são mencionadas distintamente (ver Mt 3.16,17; Jo 14.16), porém, em singular comunhão, razão pela qual a Escritura diz: "um só Deus" (1 Co 8.6; Ef 4.6), "único Deus" (Jo 17.3) e outros termos que definem a unidade na Trindade. Jesus disse: "Quem vê a mim vê o Pai" (Jo 14.9); o apóstolo Paulo afirma que o Agente Mediador das revelações de Deus é o Espírito Santo (1 Co 2.10). Uma outra prova clara é a respeito da oração. Oramos ao Pai, em nome do Senhor Jesus (Jo 15.16), ajudados pelo Espírito Santo (Rm 8.26,27), esses e muitos outros artigos de fé ratificam a existência irrefutável da Trindade. Não atentar para certos detalhes como estes, é rejeitar a essência da Palavra de Deus.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ofertar também é Cultuar a Deus!

Infelizmente, nem todos concordam assim! As lições encontradas na Bíblia acerca do ofertório são profundas e de grande proveito para o cristão. Mas, ao que parece, elas não são expostas à Igreja, seja da parte dos pastores que temem falar sobre contribuição e com isso "afugentar" as ovelhas, seja da parte dos cristãos que, ao ouvirem seus líderes falarem em "dinheiro", sentem um espanto, fora aqueles que acham que o pastor estar "profanando o altar" falando um assunto "não apropriado na Casa de Deus". Quando será que vamos aprender? Não é preciso recorrer às Igrejas que enfatizam a voluntariedade na contribuição para tomá-los como exemplo; os nossos erros são suficientes para nos trazer lições inspiradoras.
Que me perdoem os pentecostais, mas, muitos de nós ainda não aprendemos a contribuir de forma voluntária. Louvo a Deus pelas raras exceções, porém, a grande maioria ainda continua com a "mão mirrada". O culto pode está "fogo puro", glória a Deus, aleluia e línguas estranhas, mas, quando chega a hora da oferta, o "fogo se apaga", não há mais "pentecostes" e nem barulho de glória a Deus, o pastor "saiu do espírito e entrou na carne" porque passou a "pedir dinheiro da crentarada", sem se falar naqueles que, quando o obreiro passa com a salva, ficam "orando em espírito"; oração boa essa hein! É impossível a sobrevivência de uma Igreja sem angariar recursos financeiros para a sua manutenção.
O ofertório na Igreja é um tema tão bíblico quanto as doutrinas fundamentais das Escrituras Sagradas. O mesmo Jesus que falou sobre Céu e Inferno, também falou sobre a importância da contribuição. Infelizmente, muitos não atentam para isso. Como manter o Templo em perfeitas condições se não for pela contribuição dos fiéis (que nem fiéis neste aspecto estamos sendo!)? Como bancar os gastos da Igreja, água, luz, limpeza e tantas outras coisas se não for a voluntariedade dos dizimistas e ofertantes da Casa do Senhor? Reclamamos de tantas coisas erradas que vemos na Igrejas, mas, não procuramos entender que nós é quem somos responsáveis pela preservação do Templo. Até parece que vai descer um Anjo Céu e cuidar da Igreja por nós! É lamentável saber que as mesmas mãos que apontam o péssimo andamento da obra de Deus são as mesmas que não cooperam como deveriam em razão de sua insensibilidade para com as coisas do Senhor.
Na Antiga Aliança, os filhos de Israel tinham por obrigação entregar a décima parte de tudo quanto possuíam, das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas, das quais, lhe adivinham lucro (Lv 27.30-32; Nm 18.21,26). A função primária do dízimo era para cobrir as despesas do culto bem como o sustento dos sacerdotes. Com isso, vemos a importância dada ao dízimo como sendo instituído por Deus. Antes desse período, achamos o progenitor da raça judaica, Abraão, dizimando fielmente (Gn 14.18-20); uma demonstração de seriedade e prontidão de espírito na referida prática, visto como neste tempo não havia sido revelada a Lei Mosaica.
Não é preciso entrar em detalhe sobre este assunto. Estou falando de uma coisa que todos sabem porém, a grande maioria não se interessa em colocar em prática. Queremos ser abençoados, contudo, não fazemos por onde corresponder às benesses divinas (At 20.35). É impossível alcançar o favor dos altos céus quando não nos sujeitamos aos mandamentos bíblicos.
Há em nossos dias quem discorde do dízimo por afirmar que não se encontra "nenhuma" referência no Novo Testamento. Outros, tem a petulância de dizer que Deus é egoísta e estar "unicamente interessado no seu dinheiro". Como pode haver pessoas que chegam a conclusões tão absurdas como estas? Pessoas assim não reconhecem a soberania de Deus (Jó 41.11; Sl 24.1; Rm 11.34,35).
A referência bíblica neo-testamentária atinente ao dízimo é Mateus 23.23: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas. Vejamos o que realmente Jesus está dizendo aqui. O Divino Mestre reprova a conduta dos escribas e fariseus que, mesmo sendo bons dizimistas, ignoravam os preceitos mais justos da Lei. Jesus conclui esta admoestação: Deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas. Que explicação se acha para "essas coisas" e "aquelas"?
Jesus enfatizou a sobrepujância dos preceitos morais e espirituais; todavia, acentuando a importância da praticidade deles: deveis, porém, fazer essas coisas; mas nem por isso a prática do dízimo foi deixada de lado:  e não omitir aquelas. Se Deus fosse egoísta e interessado no nosso dinheiro, daria Ele primazia a vivência dos verdadeiros valores morais e espirituais?
Uma outra referência do Novo Testamento digna de nota é: Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria (2 Co 9.7). "Com alegria"? Sim, com alegria. Está na Bíblia. A palavra grega para alegria, aqui, é hilaros (no nosso português, hilário), significando "animado", "jubiloso", expressando, portanto, uma alegria incondicional. Denota um estado da alma ou sentimento que não está ligado às circunstâncias. Paulo destaca aqui o verdadeiro sentido de uma contribuição voluntária. Independente das circunstâncias desfavoráveis que nos cercam, contribuímos em razão da alegria incondicional germinada em nosso coração através do Espírito Santo (Gl 5.22). Na teologia paulina, o que importa não é o quanto vamos dar, mas como vamos dar; o que de fato agrada a Deus é o fato de darmos não apenas com a mão, mas primeiramente com o coração! Se Deus fosse egoísta e estivesse interessado no nosso dinheiro, será que Ele se agradaria de um ato voluntário como este, explicitado por Paulo?
Aqui se aplica o ditado evangélico: "Deus não quer quantidade e sim qualidade". No contexto bíblico da contribuição, esse ditado é mais coerente. Sejamos, portanto, verdadeiros contribuintes na Seara do Mestre, afinal de contas, dizimar e ofertar também é um ato de cultar a Deus!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O Cristão e os Usos e Costumes

Com o crescimento das Igrejas Pentecostais, o expressivo conhecimento teológico que, a cada dia, vai se expandindo de forma exorbitante no seio denominacional e a eficiência na explanação das doutrinas bíblicas, ainda encontramos muitos cristãos embaraçados em questões, as quais, à luz das Santas Escrituras, são marcadas pela falibilidade humana e uma das que mais se acentuam é a falta de discernimento entre doutrina e costume que, doravante, abordaremos aqui.
Com relação e este assunto tão polêmico e tão mal interpretado, destaca-se no meio evangélico três grupos de cristãos. São eles:
1. Os Radicais - Este grupo, em razão de seu demasiado zelo pelas coisas temporais, caminham tão longe do evangelho quanto o céu é bem longe da terra! São extremamente rígidos. Criam regras extrabíblicas de santidade afirmando que, quem nelas se basearem, serão salvos, do contrário, irão para o inferno. Isto não passa de um absurdo no mais alto grau e de um excesso de fanatismo infrutuoso. O nosso testemunho de vida deve ser embasado na Palavra de Deus e não em métodos descabidos que vem ao arrepio das Escrituras Sagradas.
2.Os Conservadores - Já este grupo possui uma visão centrada na Bíblia, reconhecendo a temporalidade dos usos e costumes em contrapartida com a imutabilidade da doutrina bíblica. O renomado pastor e teólogo Antônio Gilberto, principal teólogo pentecostal do Brasil, afirma que a doutrina bíblica "quando pregada sob a unção do Espírito Santo e vivida pelo crente, na prática, através do "amor de Espírito Santo" (Rm 15.30), gera no crente e na congregação, santos usos e costumes, os quais, por sua vez, confirmam a doutrina bíblica (1 Co 15.33; Tt 2.10)". Para o verdadeiro conservador, a base é a Palavra de Deus. O verdadeiro conservadorismo abriga-se nas raízes doutrinárias do evangelho de Jesus Cristo e não em recursos secundários que ofereçam uma suposta salvação para o crente; A Palavra de Deus, na sua essência, tem um poder extraordinário de mudar completamente o homem quando este se submete a ela. Logo, a mudança, além de espiritual, também inclui a vida moral, fazendo o homem se comportar de forma piedosa sem fugir dos ditames bíblicos.
3.Os Liberais - Este grupo parece ignorar a Bíblia em seu estilo de vida no sentido de abraçarem tudo o que o sistema deste mundo lhes oferecem. É como se a Bíblia perdesse toda a inspiração, não valendo a pena colocá-la em prática nos dias hodiernos. Para eles, "pode tudo", "vale tudo", "nada é pecado"; ao tempo que o radicalismo é uma grande deficiência por suas regras exageradas de santidade, o liberalismo, por outro lado, é um grande perigo para muitos que aceitam um modo de vida mesclado com o mundo.
 
Os exageros se tornam em grande problemas para o cristão; ou muito radical ou muito liberal, ambos não possuem o foco doutrinário das Escrituras, e o que vemos? Brigas, rumores e contendas! Adeptos da mesma fé degladiando entre si, entristecendo ao Espírito Santo e julgando a outrem, desprovido de um genuíno consenso bíblico. Ser conservador de determinados costumes não dá o direito de se achar "dono do evangelho", desrespeitando os demais que não possuem a mesma visão. ISTO NÃO PROVÉM DE DEUS! Todo cristão que desejar uma mudança absoluta, deverá escudar-se no Evangelho e não em pré-julgamentos desnecessários que não convém ao servo de Deus. Tais atitudes machucam as ovelhas, porém, quem prima pela eficácia da Palavra, cumpre corretamente com o perfil de um cristão autêntico, pois, "a Palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 4.12), por ela, o homem alcança veraz transformação (Jo 15.3; 17.17; ver Sl 107.20).
A bem da verdade, o termo "usos e costumes" não se restringe apenas à vestimenta, corte de cabelo e maquiagem, como muitos pensam; está relacionado também aos hábitos e práticas no viver diário, portanto, vai além dos itens acima citados. A palavra "uso", do latim usu, "prática consagrada, hábito local". Costume, vem do latim cosuetumen, "prática antiga e geral". Assim, podemos definir "usos e costumes" como uma expressão do comportamento, moral, social e ético e portanto não se limita as vestes ou coisa do tipo, haja vista que não se pode colocar estas coisas lado a lado com a salvação, pois, somos salvos pela graça através da fé em Cristo (Ef 2.7,8).
Como se costuma dizer, a doutrina bíblica gera bons costumes, mas, os costumes não geram doutrinas. Logo, o alvo prioritário do cristão é a Palavra de Deus e não métodos falíveis e passageiros que não resultam em nada. Não existe desgraça maior do que um cristão DENTRO da Igreja, porém, com o Evangelho FORA do seu coração! Que Deus nos guarde deste horrendo perigo!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Uma Vida sem Sentidos

Abelha sem a flor,
Carro sem condutor,
Vida sem amor,
Na mais intensa dor,

Quão penosa é?!

Campo sem lírios,
Oceano em seu vazio;
Uma angústia veemente
No oculto da alma latente!

A vida se torna escassa
Não recorrendo ao Criador;
Tudo é breve, tudo passa,
E o que resta é desamor.

Terra sedenta de água,
Poeira agitada pelo vento,
Uma vida desorientada
Abandonada em meio ao relento.

Perdido na escuridão,
Sem alvo e sem direção
No esvair de uma linda flor
Qual homem longe do Salvador.

Cravos e espinhos
Manifestos no caminho,
O tropeço nos pedregais,
Assim prossegue noite e dia
Numa amargura em demasia.

A vida se torna escassa,
Não recorrendo ao Criador;
Tudo é breve, tudo passa,
E o que resta é desamor.

(Autor: Clenio Daniel)

sábado, 29 de setembro de 2012

O que há de errado com as mulheres?

Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos sois um em Cristo Jesus (Gálatas 3.28)

A Escritura Sagrada nos diz que "para com Deus, não há acepção de pessoas" (Rm 2.11). No entanto, é lamentável que os homens, além de fazerem acepção de pessoas, causam decepção às pessoas! Isto nada mais é que um amargoso fruto de conceito mórbido dos extremistas que se opõem, a torto e a direito, a atuação feminina no Ministério da Igreja. Machistas ao extremo, veem a mulher apenas como um objeto, quando ela também é uma criação inteligente de Deus.
No livro do Gênesis assim está escrito:"E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn 1.27). A conjunção aditiva "e" na relação "macho e fêmea" é significativa. Dá a ideia enfática de que a imagem de Deus está inserida tanto no homem como na mulher, sendo ambos, desta forma, feitos à imagem do Criador.
No desenrolar da História da humanidade, Deus tem levantado homens e mulheres que, com galhardia, se doaram intensamente para serem o canal onde o Senhor, nosso Deus, pudesse cumprir os Seus desígnios. Partindo do pressuposto bíblico de que em Cristo "não há macho nem fêmea" porque somos um Cristo Jesus (Gl 3.28), é observável nas Escrituras o empenho das mulheres, as quais, com expressiva notoriedade, deixaram exemplos dignos de serem realçados em nossos dias. Contudo, é pesaroso saber que a valorização do perfil feminino tenha mergulhado na obscuridade dos séculos subsequentes. Sob as âncoras de misericórdia do Pai Eterno que trouxe a supercície da existência as verdadeiras atribuições a personalidade mulheril, pôde-se redescobrir as lacunas que somente as mulheres, por serem também criação de Deus, puderam e ainda podem preencher no espaço social. Ao tempo que a paternidade é mencionada na Bíblia, os laços maternais, por outro lado, não são esquecidos(Pv 31.10ss).
Inúmeros são os testemunhos de mulheres que, ao avançarem na fé em Cristo, deixaram suas indeléveis marcas, as quais, servem de exemplo para as mulheres da nossa geração. Sim, além de esposas e donas de casa, podem tratar dos negócios de nosso Pai Celestial. O Estado do Ceará conheceu o evangelho por meio de uma mulher, a saber, Maria de Jesus Nazaré Araújo, segunda brasileira batizada com o Espírito Santo em Belém do Pará. Ela evangelizou, primeiro, seus parentes com a pregação do evangelho pentecostal e logo adiante evangelizou a todos quantos lhe ouviam, agregando muitas almas ao Rebanho do Senhor Jesus. Hoje, o Ceará é um dos Estados da Federação Brasileira com um considerável número de cristãos, mormente pentecostais. Desacreditar no potencial feminino é desconsiderar a Igreja na sua quase totalidade. Se levantarmos pesquisas exaustivas a respeitos do número de membros da Igreja, chegaremos à conclusão de que a maior parte da membresia é formada por mulheres! Raras são as exceções, entretanto, o exposto acima é inegável.
O desejo do meu coração é que o Senhor abençoe as todas as mulheres cristãs em nosso país, não importando a denominação evangélica a qual pertencem. Sejam elas diaconisas, missionárias, pastoras, etc. Igual aos homens, elas também são servas de Deus e instrumentos nas Suas mãos.
É bem previsível que muitos deduzam que eu seja "meio efeminado" por escrever um artigo desse, defendendo as mulheres. Isso não me afeta. Sou puramente homem, esperando no Senhor aquela que há de ser minha esposa para, sempre, caminhar do meu lado.  O que há de errado com as mulheres para serem inibidas de exercerem o santo ministério? O erro está nos machistas que, envenenados pela insensibilidade espiritual e bíblica, desacreditam idiotamente na capacidade mulheril. Quantos homens se acovardando na obra do Senhor? Quantas mulheres prontamente eficazes em atender o chamado do Mestre? Para concluir, a pergunta mais certa é: O que Há de Errado com os Homens?
Em Cristo, não há homem nem mulher, pois, somos um por meio do Seu sangue, o sangue do Novo Concerto!
Deus vos abençoe!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Assembleia de Deus no Brasil completa 101 anos de fundação

Característica de uma Igreja triunfante sobre o fogo ardente das provações, é a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, chegando a 101 anos de existência e de uma história pujante que até ao dia de hoje comove a grandes e pequenos.
Obedecendo a ordem imperiosa do Senhor, os dois grandes baluartes do que viria ser o Movimento Pentecostal no Brasil, embarcaram no Navio "Clement" no memorável dia 05 de novembro de 1910, no sábado. Nos 14 dias que se seguiram, os nossoa pioneiros nem por isso deixaram de falar do amor de Cristo que excede todo o entendimento aos companheiros de embarcação. Era 19 de Novembro, segunda-feira, do mesmo ano quando os missionários suecos tocaram os pés em terras brasileiras; uma profunda admiração se apoderou deles. Não era a querida Terra Natal, onde nasceram, nem tampouco South Bend, cidade onde onde estiveram pela última vez antes de migrarem para a região, para eles, desconhecida; era um outro país, um outro "mundo", outra cultura.
Surpresos com a euforia dos brasileiros que transitavam para lá e para cá, por ouvirem uma língua até então desconhecida, intensificou ainda mais o clima de emoção, a ninguém conheciam e de ninguém eram conhecidos, não havia parentes ou pessoas para recepioná-los. Tudo era novidade. Então, Daniel Gustav Berg e Gunnar Adolf Vingren estabeleceram-se no Brasil convictos do chamado de Deus em suas vidas. O fogo inextinguível do avivamento da Rua Azusa ainda aquecia seus corações, tornando-os motivados a propagarem a genuína chama pentecostal aonde o Senhor os enviasse. Belém do Pará tornou-se o quartel-general dos nossos pioneiros; e a chegada destes foi uma injeção de ânimo em todos os crentes da Igreja Batista de Belém, sob os cuidados do pastor Erik Nilson. Contudo, passam-se os dias e uma reação inesperada ganha notoriedade entre os irmãos daquela Igreja: a mensagem pentecostal, pregada e defendida pelos missionários recém-chegados não agradou a muitos, mormente o pastor da Igreja. Como resultado, foram excluídos 13 membros da Igreja Batista de Belém, entre os quais, Daniel Berg e Gunnar Vingren; isso data de 13 de junho de 1911, numa terça-feira. Sendo assim, se reuniram na residência de Celina de Albuquerque, primeira brasileira batizada com o Espírito Santo, na Rua Siqueira Mendes, onde, no dia 18 de junho daquele corrente ano, num domingo, deram início a Missão de Fé Apóstolica, a qual, em 11 de Janeiro de 1918, ganhou personalidade jurídica, sendo registrada no Cartório de Registros de Títulos e Documentos do 1º Ofício, em Belém, no Livro A, Nº 2, de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e Outros Papéis, número de ordem 131.448, sob o nome "Estatuto da Sociedade Evangélica Assembleia de Deus", número de ordem 21.320, do protocolo Nº 2.
Uma vez fundada na data em que, hoje, hasteamos a bandeira da comemoração, a Igreja, doravante, cumpriu a incumbência confiada pelo Senhor Jesus Cristo: anunciar aos não-alcançados as boas novas do santo evangelho. Grande era ousadia dos primeiros crentes da Assembleia de Deus ao falarem: "Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu". Em toda a parte onde essa mensagem era pregada, o Senhor salvava, curava, batizava com o Espírito Santo e operava maravilhas, porque a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hebreus 4.12).
São  101 anos de história, e este mesmo evangelho, tal como foi entregue aos nossos pais na fé, também nos alcançou, tornando-nos dignos de apregoar esta mensagem que continua arrebanhando vidas para o aprisco do Senhor Jesus na Terra. São exatamente 101 anos e o Senhor, nosso Deus, continua salvando, curando, batizando com o Espírito Santo e fazendo prodígios na Assembleia de Deus, Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente (Hebreus 13.8).
Parabenizo, portanto, a todos os irmãos das Assembleias de Deus, seja Ministério de Madureira (do qual faço parte), seja Ministério do Belém, seja Ministério Vitória em Cristo e tantas outras Igrejas que levam o nome Assembleia de Deus, somos um no amor de Cristo. Aleluia!
Aos grandes ícones da denominação assembleiana: Bispo Manoel Ferreira, pastores José Wellington Bezerra da Costa, Silas Lima Malafaia, Ailton José Alves, Samuel Ferreira, Abner Ferreira, Antônio Gilberto, Esequias Soares e tantos outros cujos nomes merecem destaque, mas, o Senhor os conhece; não esquecendo do mui digno pastor Samuel Câmara, presidente da Igreja-Mãe, onde tudo começou. Somos a geração pioneira do bicentenário, na luta pela preservação dos marcos antigos que nossos pais deixaram (Provérbios 22.28), na manutenção do fervor espiritual que caracterizou a Igreja Assembleia de Deus nos seus primeiros anos.

Assembleianos de todo o Brasil! Esta é a nossa história! Que possamos valorizar este privilégio que, por Deus, nos foi concedido, de fazermos parte da maior denominação do mundo. Deus seja louvado. Oremos com fervor para que nossa Igreja esteja embaixo da unção Espírito Santo como foi nos seus alvores. A Deus tributamos toda a honra, glória e louvor, pois, sem Ele, não haveria razão para sermos, fazermos, lutarmos, realizarmos e conquistarmos; e como foi nos tempos de Neemias, assim o Deus dos céus nos tem feito prosperar (Neemias 2.20) e triunfar em tudo! Desejamos que a geração do bicentenário, trilhe os caminhos da santificação, sempre firmes nos primórdios do Evangelho do Senhor Jesus Cristo, que, como diz o pastor David Cabral, presidente da Assembleia de Deus Ministério de Madureira em Volta Redonda (RJ), é maravilhosamente simples e simplesmente maravilhoso, e agora, digo eu, poderosamente único e unicamente poderoso, verdadeiramente suficiente e suficientemente verdadeiro. Hosanas ao Cordeiro nas alturas!
Sob as bençãos de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus continua dandos passos firmes, guardiã da Sã Doutrina, fator este que carateriza a Igreja de Cristo na Terra. Desta feita, sigamos para o alvo, na obediência dos preceitos bíblicos, na propagação da Palavra a todos quantos estão assentandos à sombra da morte, clamando a quem possa ouvir:
"Ó VEM, VEM, VEM, VEM,
VEM À ASSEMBLEIA E LOUVEMOS
AO NOSSO BOM DEUS REDENTOR
POIS MAIOR ALEGRIA NÃO TEMOS
QUE FRUIR SEU IMENSO AMOR"

Deus vos abençoe. Parabéns!