As razões que aqui
serão expostas com respeito ao assunto serão tomadas com base na Palavra de
Deus, obedecendo em tudo à Sã Doutrina do Senhor Jesus. Certos também de que
não apresentaremos exaustivamente TODAS as razões haja vista ser um assunto de
grande profundidade bíblico-teológica. Contudo, apresentaremos de forma
didática e elucidativa as razões porque o Filho de Deus não temeu a morte.
1 – Assim como o Pai,
Jesus é Deus Eterno (Mq 5.2; Is 9.6; Hb 13.8; etc). Ele Se fez carne (Jo 1.14)
sem nunca deixar de ser Divino;
2 – Assim como o Pai,
o Senhor Jesus tem vida “em Si mesmo” (Jo 5.26). Ele mesmo declarou: “Por isso,
o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de
mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a
tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18). Se aceitarmos que
Jesus temeu a morte, de nada valeriam
estas palavras, conforme Ele disse: “Ninguém ma tira de mim”;
3 – “E, como aos
homens está ordenado morrerem uma vez...” (Hb 9.27). Primeiro: AOS HOMENS!
Jesus, como Homem, passou pela morte (Fp 2.8); como Deus, triunfou sobre ela
(Ap 1.18). Segundo: “Aos homens está ordenado”.
A morte não é uma escolha de todo ser vivo; que isso é verdade está comprovado
na palavra “ordenado”. Jesus passou pela morte, isto é, provou a morte “por todos”
(Hb 2.9) de maneira sacrificial e voluntária, o que prova que Ele não temeu a
morte;
4 – Segundo a
Escritura Sagrada, O Senhor Jesus, na Sua morte aniquilou “o que tinha o
império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2.14). Aquele que “anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8) foi vencido pelo Leão! O
Leão da Tribo de Judá (Ap 5.5)! Aleluia!
5 – Se aceitarmos que
Jesus temeu a morte, então Ele seria mais um dentre os homens, e em Sua missão
certamente fracassaria, não obtendo êxito. Ao longo da História da Igreja,
homens e mulheres selaram seu testemunho de vida com sangue, não negando “o
Senhor que os resgatou” (ver 2 Pe 2.1). Correram em direção à morte, sem
temerem, sabendo que seus nomes estavam inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
Seriam eles maiores do que Jesus que, segundo alguns, teria temido a morte?
6 – O hagiógrafo,
inspirado pelo Espírito Santo, diz: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Que pecado teve o Senhor Jesus (Jo 8.46)? Diz ainda o escritor sagrado acerca
do Filho de Deus: “Àquele que não conheceu pecado...” (2 Co 5.21); e ainda
mais: “em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15);
7 – “A minha alma
está cheia de tristeza até à morte” (Mt 26.38). Este versículo nada prova a
alegação de que Jesus temeu diante da morte. Tristeza não é temor e entre estas
duas coisas há uma vasta diferença. Vemos a descrição dEle como “homem de
dores” (Is 53.2), “aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is 53.4), “ovelha muda
perante os seus tosquiadores” (Is 53.7), “contado com os transgressores” (Is
53.12). Estes termos e outros mais dão realce à obediência do Filho de Deus em
todos os aspectos (Fp 2.8; Hb 5.8), à Sua humilhação em prol da redenção da
humanidade, tudo isso em caráter voluntário,
ou seja, não forçado, não pressionado, não movido pela obrigatoriedade, mas
pelo amor que excede todo o entendimento (Ef 3.19);
8 – A morte entrou no mundo através do pecado (Rm
5.12). Jesus disse: “Saí do Pai e vim ao mundo” (Jo 16.28). Ele “desceu do céu”
para dar vida ao mundo (Jo 3.13; 6.33). A morte, portanto, restringe-se à
esfera humana. Jesus é sobre-humano (Jo 1.1);
9 – Uma das formas de
como a Escritura Sagrada descreve a morte do ser humano é ele sendo reduzido ao
pó (Sl 103.14; Ec 12.7), comprovando que o homem já nasce para viver sabendo
que, inevitavelmente, irá morrer (Hb 9.27). Reduzido ao pó implica na verdade
de que o homem cumpriu os seus dias de vida na terra. Jesus, conquanto tenha
vivido como homem, desprovido de pecado, encarou a morte como parte do desígnio
divino, cumprindo assim o que o Pai havia traçado para a Sua vida (Jo 17.3,4).
A Sua morte fazia parte do plano redentor em prol da humanidade (Hb 2.9);
10 – O homem não pede
para nascer. Sua vinda ao mundo ocorre de acordo com as leis da ordem natural
e, sobretudo, de acordo com o propósito de Deus (Gn 2.7; Sl 139.14). O Verbo
“Se fez carne” (Jo 1.14), isto é, Ele assumiu voluntariamente a forma humana:
“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens” (Fp 2.7). Observemos os detalhes: aniquilou-SE e fazendo-SE,
mostrando a voluntariedade do Filho como expressão viva do amor do Deus vivo
para com os homens, mortos em suas ofensas e pecados (Rm 5.8; Ef 2.1); Sob esse
prisma, fica comprovado que Ele não temeu a morte, pois, nasceu voluntariamente
cumprindo neste mesmo teor o plano da redenção;
11 – A Escritura
Sagrada nos diz que “há tempo de nascer e tempo de morrer” (Ec 3.2).O escritor
sagrado antecede afirmando que “tudo tem o seu tempo determinado” (Ec 3.1). Ao
lermos “tempo determinado”, entendemos a sujeição do homem neste cronograma
estabelecido pelo Criador que rege todo o Universo de forma sábia, equilibrada
e soberana, dentro da Sua justiça que lhe é peculiar, inerente a Sua santidade
e majestade. O homem entra na esfera do “tempo determinado” por sujeição. O
Filho entrou na esfera do “tempo determinado”, vindo na “plenitude dos tempos”
(Gl 4.4), por submissão ao Pai, servindo de propiciação pelos pecados da
humanidade (1 Jo 2.2; ver Hb 10.14). A morte pertence ao mundo dos homens, cujo
pai da raça humana, Adão, ao pecar contra Deus, fez com que a morte entrasse no
mundo (Rm 5.12). Jesus é o “Príncipe da Vida” (At 3.15); ou seja, aquEle que na
Sua morte vicária conquistou a vida para todos os que se arrependem e se
achegam a Ele;
12 – Jesus é chamado
na Bíblia de “Deus Forte” (Is 9.6). O homem tem força para domar todas as
coisas da natureza, menos a morte. Jesus Cristo é o “Deus Forte”, o Qual nem a
morte pôde vencê-Lo (At 2.24).
Como já foi dito, são
muitas as razões que provam que o nosso Senhor Jesus Cristo não temeu a morte.
Ele é Deus, é Senhor, é Eterno assim
como o Pai. A vida que temos é resultado
de uma causa exterior e anterior. Exterior porque não procede de nós mesmos,
procede de Deus que tem “vida em Si mesmo” (Jo 5.26). Anterior porque recebemos
o sopro daquEle que criou a todas as coisas, sendo Ele a causa de tudo quanto
existe (Gn 2.7; Jó 33.4). Amém.
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