Por
isso, estais vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora
em que não penseis – Mateus 24.44
Estamos vivendo o
período em que a distração encontrou guarida no coração de muitas pessoas,
principalmente dos santos do Senhor. Não percebemos a fatalidade dos perigos
que se afloram ao nosso redor; entretanto, quando deveríamos estar mais
próximos do Evangelho, parece que estamos cada vez mais longe dele e, movidos
pelo mecanismo da distração, esquecemos dos propósitos originais de Deus para
com Seu povo, elucidados nas Escrituras Sagradas.
Disse o Senhor Jesus
Cristo: “... o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”. Em outras
versões, lemos: “... na hora em que não esperais”; “... à hora em que não
cuidais”. A verdade a ser exaurida a partir destes termos é a proximidade do
fim dos tempos e a vigilância redobrada da Igreja, uma vez que a vinda do
Senhor é uma realidade inconteste para os que a esperam pacientemente.
Ao revés, os olhos
dos que estão na casa de Deus inclinaram-se a outros horizontes, amplamente
diferentes do ponto de vista bíblico. E a “coisa” vai caminhando de mal a pior,
recordando-nos das palavras do pastor José Roberto Oliveira Chagas: “Sacerdócio
virou negócio, pastor virou gestor, igreja virou empresa, crente virou cliente
e o VERBO virou verba”. Estão extinguindo do púlpito das Igrejas o verdadeiro
evangelho de Cristo, que é renúncia de pecados, vida de santidade, obediência
irrestrita à Palavra de Deus, enfim, ao invés de se corresponder à vontade
divina, estão na contramão dela, porque a maldita distração tem ofuscado a
visão espiritual de muitos.
São muitos os fatores
negativos que sufocam a vida espiritual do crente, privando-o de uma genuína
comunhão com o Senhor. Vejamos:
1 “À hora em que não
penseis” – A Tormenta demasiada do
secularismo. O Reino de Deus perdeu a primazia na vida cristã (Mt 6.33). O interesse pessoal tem alvoroçado corações que, outrora, foi morada do
Rei da glória. A busca incansável pela promoção secular, status e tantas outras prerrogativas tão cobiçadas tornou-se o tema
preponderante da sociedade pós-moderna. É extrema tolice desestimular alguém
dos seus projetos futuros, porém, o que é mais degradante é deixar estas coisas
desnortear a nossa fé do alvo principal: Jesus Cristo (Hb 12.2)!
2 “À hora em que não
penseis” – O desejo desenfreado pelo
lucro financeiro. A teologia da prosperidade virou tema relevante nas comunidades de fé. A
importância de uma vida devocional à luz da Palavra de Deus ficou entregue ao
esquecimento, prevalecendo a ânsia pelo acúmulo de bens. Convém salientar que:
1) prosperidade não é evangelho bíblico, 2) não é doutrina bíblica, 3) não é
sinônimo de riqueza (Pv 30.8,9) e sim um dos resultados da nossa
obediência ao que ensina a Palavra do Senhor (Dt 28.1-14; Sl 1.1-3). Diante disso, fica claro uma realidade gritante nos dias de hoje: muita
gente quer Jesus na causa, mas não quer Jesus na vida!
3 “À hora em que não
penseis” – O comodismo religioso. A
verdadeira piedade, o fervor espiritual e a abnegação deram lugar ao
relativismo. O que era indignação contra o profano, agora é aceito no mais alto
grau de normalidade, tolerando o erro e o mundanismo dentro da Igreja,
maculando a sua identidade. É a Igreja adormecida, displicente, presa às
distrações deste mundo, aos embaraços da vida, sem forças para caminhar, olhos
obscurecidos, ouvidos cerrados e uma alma mórbida que perdeu a latente
esperança da vinda do Senhor Jesus Cristo para arrebatar os que lhe esperam.
Como peregrinos,
devemos viver neste mundo de modo que nada seduza o nosso coração do propósito
de servir fielmente a Deus, pois, estamos aqui apenas de passagem (1 Co 15.19; Hb 13.14). Como noiva de Cristo, devemos preservar o firme compromisso de
agradá-Lo em tudo, afinal de contas, o Filho do Homem certamente virá. Sigamos,
pois, a orientação bíblica: “olhai, vigiai e orai” (Mc 13.33).
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