O sentimento é algo delicado. A indignação parece ser um peso em vista do que sentimos. A esta realidade estamos todos vulneráveis. É o fraco se fazendo forte; podendo ver, mas se fazendo cego; ouvido atento agindo qual surdo; podendo falar mas é vítima da mordaça colocada pelas incertezas do cotidiano. Alguém dirá: Quais incertezas? A incerteza da justiça triunfando sobre as violações aos bons costumes e valores, malogrados nesta era pós-moderna; outrossim, a incerteza do respeito ao decoro, ao pudor e à ordem; estamos entregues à desonra e ao vilipêndio. A verdadeira reciprocidade se torna cada vez mais sufocada pelo individualismo, sempre presente em nossos dias.
Foi-se o tempo em que as escolas prezavam fortemente pela formação de caráter das nossas crianças; muitos educadores (NÃO TODOS), sem escrúpulo no cumprimento de suas responsabilidades educacionais, deixaram ser vencidos pela tediosa rotina de ir e vir, preocupados unicamente pelo lucro de seu trabalho, sem fazer do mesmo a oportunidade de incutir nas crianças de hoje valores duradouros que reflitam no amanhã. Sabiamente diziam os antigos: "O homem que trabalha somente pelo que recebe não merece ser pago pelo que faz".
É filhos abrindo os braços para a marginalidade, pais que perderam a autoridade de regê-los, os maus que prevalecem, os justos que perecem, direitos que são sabotados; é a corda sempre quebrando para o lado mais fraco. Este é o filme a que assistimos todos os dias. Os perversos não se cansam de serem perversos, os bons parecem se fatigarem de seu caráter ilibado. Pode-se ensinar nossas crianças a serem boas pessoas em mundo cada vez mais mergulhado na maldade, na hipocrisia e no desrespeito mútuo? Na teoria, inúmeras são as respostas, mas, na prática, o silêncio é a mais enfática.
Esta é a sociedade na qual vivemos. Contempla a injustiça, o massacre ao verdadeiro modo de vida, contudo, vive se esquivando das reivindicações que lhe são óbvias. Homens da lei, comprados pela mentira, amantes da rivalidade e inimigos do companheirismo, visam seus próprios interesses em detrimento das necessidades das massas. Somos uma geração saudosista! Lamentamos tempos bons que acreditamos não voltarem mais. Vivemos apenas de recordações! Enfim, esta é a sociedade muda, cujo grito da indignação continua embutido dentro de si. Esta é a nossa triste realidade, isso é Brasil!
Deus tenha misericórdia da nossa nação.
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