quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Perigo das Distrações


Por isso, estais vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis – Mateus 24.44

Estamos vivendo o período em que a distração encontrou guarida no coração de muitas pessoas, principalmente dos santos do Senhor. Não percebemos a fatalidade dos perigos que se afloram ao nosso redor; entretanto, quando deveríamos estar mais próximos do Evangelho, parece que estamos cada vez mais longe dele e, movidos pelo mecanismo da distração, esquecemos dos propósitos originais de Deus para com Seu povo, elucidados nas Escrituras Sagradas.
Disse o Senhor Jesus Cristo: “... o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”. Em outras versões, lemos: “... na hora em que não esperais”; “... à hora em que não cuidais”. A verdade a ser exaurida a partir destes termos é a proximidade do fim dos tempos e a vigilância redobrada da Igreja, uma vez que a vinda do Senhor é uma realidade inconteste para os que a esperam pacientemente.
Ao revés, os olhos dos que estão na casa de Deus inclinaram-se a outros horizontes, amplamente diferentes do ponto de vista bíblico. E a “coisa” vai caminhando de mal a pior, recordando-nos das palavras do pastor José Roberto Oliveira Chagas: “Sacerdócio virou negócio, pastor virou gestor, igreja virou empresa, crente virou cliente e o VERBO virou verba”. Estão extinguindo do púlpito das Igrejas o verdadeiro evangelho de Cristo, que é renúncia de pecados, vida de santidade, obediência irrestrita à Palavra de Deus, enfim, ao invés de se corresponder à vontade divina, estão na contramão dela, porque a maldita distração tem ofuscado a visão espiritual de muitos.

São muitos os fatores negativos que sufocam a vida espiritual do crente, privando-o de uma genuína comunhão com o Senhor. Vejamos:

1 “À hora em que não penseis” – A Tormenta demasiada do secularismo. O Reino de Deus perdeu a primazia na vida cristã (Mt 6.33). O interesse pessoal tem alvoroçado corações que, outrora, foi morada do Rei da glória. A busca incansável pela promoção secular, status e tantas outras prerrogativas tão cobiçadas tornou-se o tema preponderante da sociedade pós-moderna. É extrema tolice desestimular alguém dos seus projetos futuros, porém, o que é mais degradante é deixar estas coisas desnortear a nossa fé do alvo principal: Jesus Cristo (Hb 12.2)!

2 “À hora em que não penseis” – O desejo desenfreado pelo lucro financeiro. A teologia da prosperidade virou  tema relevante nas comunidades de fé. A importância de uma vida devocional à luz da Palavra de Deus ficou entregue ao esquecimento, prevalecendo a ânsia pelo acúmulo de bens. Convém salientar que: 1) prosperidade não é evangelho bíblico, 2) não é doutrina bíblica, 3) não é sinônimo de riqueza (Pv 30.8,9) e sim um dos resultados da nossa obediência ao que ensina a Palavra do Senhor (Dt 28.1-14; Sl 1.1-3). Diante disso, fica claro uma realidade gritante nos dias de hoje: muita gente quer Jesus na causa, mas não quer Jesus na vida!

3 “À hora em que não penseis” – O comodismo religioso. A verdadeira piedade, o fervor espiritual e a abnegação deram lugar ao relativismo. O que era indignação contra o profano, agora é aceito no mais alto grau de normalidade, tolerando o erro e o mundanismo dentro da Igreja, maculando a sua identidade. É a Igreja adormecida, displicente, presa às distrações deste mundo, aos embaraços da vida, sem forças para caminhar, olhos obscurecidos, ouvidos cerrados e uma alma mórbida que perdeu a latente esperança da vinda do Senhor Jesus Cristo para arrebatar os que lhe esperam.
Como peregrinos, devemos viver neste mundo de modo que nada seduza o nosso coração do propósito de servir fielmente a Deus, pois, estamos aqui apenas de passagem (1 Co 15.19; Hb 13.14). Como noiva de Cristo, devemos preservar o firme compromisso de agradá-Lo em tudo, afinal de contas, o Filho do Homem certamente virá. Sigamos, pois, a orientação bíblica: “olhai, vigiai e orai” (Mc 13.33). 

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