sábado, 29 de agosto de 2015

ACHEI A DAVI (POESIA)

“Enche o teu vaso e vem!”
Disse o Senhor a Samuel;
Pois neste tempo a mim convém
Ungir um Rei em Israel

A Saul eu rejeitei,
Não usando de compaixão,
Por mim mesmo eu jurei:
Eleger pra mim um rei
Conforme o meu coração

O profeta, obediente,
À voz do Deus Jeová,
Seguiu caminho À frente,
Sabendo em seu consciente
Que era Deus a lhe mostrar

Seguindo a ordem do Senhor
Desceu a casa de Jessé;
Pois o seu Deus havia dito:
“Unge a quem eu te disser”.

“Não me agrado da aparência,
Que, ao próprio homem, é enganador;
Ele vê o que está a frente,
Mas eu contemplo o interior”.

Contagiante alegria
Preencheu aquela casa;
Um rei dali sairia
No trono se assentaria
Tendo de Deus a graça.

Mas não era Eliabe,
Nem tampouco Abinadabe
E muito menos a Samá,
Nem os outros que estavam lá.

“Acabaram-se os mancebos?”
O profeta indagou;
Mais restava o mais jovem,
O escolhido do Senhor

“Ainda falta o menor”,
Disse o seu velho pai;
Eis que apascenta ovelhas,
O que tanto lhe apraz

O profeta, insistente,
Pediu para que o chamasse;
Pois esperava paciente
Que o rapaz se achegasse

E naquela humilde casa
O novo Rei foi consagrado;
Para alguns, má presunção;
Para o profeta, convicção:
Que o Senhor lhe havia mandado

Os homens loucos presumem
Movido pela insensatez,
Pela extrema imprudência
E demasiada altivez

Mas Deus escolhe os Seus,
A quem deseja ele honrar;
Em excelsa majestade,
Absoluta vontade
Conforme bem Lhe agradar



 Por Clenio Daniel Parente Mendes

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Homens de Deus à serviço do diabo

Uma grande realidade inconteste em nossos dias, nas igrejas, aonde o evangelho, que é o poder de Deus para salvação do pecador (Rm 1.16,17) é que homens que perdem o temor de Deus vivem descaradamente na contramão do que a bíblia ensina. Pregam a palavra de Deus com veemência, porém, vivem em negligência. Demonstram fervor e o que possuem é a falta de temor. Existem lugares onde a salvação de almas virou novidade, tamanha que é descrença no Evangelho, pois, quando deveria haver compromisso com o ensino das Escrituras Sagradas através da pregação e, primeiramente, do testemunho de vida, agem levianamente percorrendo o caminho da profanação, zombando insensatamente da santidade do Todo-Poderoso.


Não existe mais a verdadeira transparência cristã, pois, a dupla personalidade permeou  o coração de muitos que acham que genuína fé em Cristo pode estar mesclada com a iniquidade e com isso tentam fazer uma junção de pecado e santidade. É a mesma coisa que colocar remendo de pano novo em vestido velho, sabendo que maior vai ser a rotura (Mt 9.14). A fé bíblica tem sido banalizada, pois, visto que a fé em Cristo evoca obediência (Rm 1.5; Hb 11.8), muitos pensam que a vida cristã consiste apenas em desfrutar das bençãos de Deus, mas, na verdade, ela vai além disso. A Escritura Sagrada fala da obediência da fé (Rm 1.5), da justiça que é segundo a fé (Hb 11.7), termos que nos levam a entender que viver pela fé é honrar a Deus e sua santidade num mundo desviado de seu padrão de justiça ( ver Rm 1.18).


Porém, no lugar da honra, permeia a desonra, querendo muitos normalizar o conceito de cristão vivendo nos ditames deste mundo cheio de filosofias vãs. A Bíblia Sagrada fala claramente da diferença entre os que são de Deus e os que são do mundo (2 Co 6.14-7.1; ver Gl 5.24; Tg 4.4). Porém, o que era pra ser diferença é uma verdadeira confusão!


Eles são potencialmente líderes, mostram competência, vocação, compromisso, aparência de lealdade e de piedade, verdadeiramente chamados por Deus. No entanto, no decorrer da trajetória, acharam que a relativização da fé seria o melhor caminho; mentem, roubam, enganam, agem fraudulentamente, cometem loucuras em nome da fé do povo de Deus e acham que isso é perfeitamente normal. Expõem ao povo de Deus poderosas mensagens bíblicas, porém, o que pregam dentro das igrejas é o oposto do que vivem lá fora. Uma vida acarretada de vícios, obreiros da Seara do Mestre se deixando levarem pelo dinheirismo (Ec 5.10; 1 Tm 6.10), envolvidos em casos extraconjugais com uma ou várias amantes; adúlteros, fornicadores, mercenários, pinguços, cheios de toda a iniquidade que, infelizmente, surpreendem e impolgam as massas com mensagens pra lá de tremendas. De nada adianta pregar a verdade e não viver a verdade!


É bem verdade que tudo isto está previsto pela Bíblia que aconteça (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1). E estamos vivendo este tempo vaticinado pela Bíblia. Ainda a Escritura Sagrada diz que o diabo se transforma em anjo de luz (1 Co 11.14). o que, outrora, era um anjo de luz cheio de sabedoria e formosura (Ez 28.12-17), tornou-se adversário, acusador de nossos irmãos e astuto enganador. Eram homens fervorosos, vigilantes doutrinadores do povo de Deus, piedosos no ensino e prática da Sã Doutrina, agora, corruptos, vivendo apenas na aparência de cristão. Tomemos cuidado: aparência nem sempre é essência e  nem transparência!


É lamentável como a sociedade está aos poucos desacreditando no perfil da Igreja de Cristo nos dias atuais. Muitos dentro da casa de Deus estão querendo abalar a coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15), praticando o que é condenável ao ensino das Escrituras. Não sejamos radicais, são homens de Deus, porém, tributam louvor a Satanás com suas obras blasfemas que afrontam ao Deus vivo e entristecem ao Espírito Santo, pois, conheceram a verdade libertadora e transformadora do evangelho e agora negam em seu modo de viver a sua eficácia desviando muita gente de olhar para o Redentor vivo e ressurreto, Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.

Meus irmãos, é tempo de olhar para Jesus (Hb 12.2), a Sua vinda para arrebatar a igreja é uma grande realidade. Será o maior fenômeno da História. Oh! Como dói saber que muitos cristãos perderam essa sensibilidade espiritual e com isso perderam a alegria da salvação. Sejamos vigilantes, pois, o Justo Juiz já está as portas!

domingo, 9 de agosto de 2015

Citações no meio evangélico que não estão na Bíblia

A Bíblia diz, a Bíblia diz, a Bíblia diz, mas o que realmente a Bíblia diz? Muitos perderam o cuidado com o fato de falar coisas que julgam eles que se encontra nas Escrituras, mas, não está lá. Que grande erro! Esse é um dos meios de tirarmos uma séria conclusão do grau de desleixo da parte de muitos irmãos na fé em não examinar criteriosa e cuidadosamente a Palavra de Deus como deveria. Falta um manuseio de forma correta. O pior de tudo é saber como tem pregadores e pastores de Igrejas que caem nessa. Até quando as coisas continuarão assim? Não é aberração dizer que tem crentes que pensam que o ditado "Deus ajuda a quem cedo madruga" está na Bíblia Sagrada. Por outro lado, o relato do grande peixe tragando a Jonas, para muitos crentes, não aparece nas Escrituras. Diante disso, lembramos das palavras do Senhor Jesus: "Errais não conhecendo as Escrituras" (Mt 22.29). Vamos a alguns exemplos: 

O cair é do homem e o levantar é de Deus 

A Escritura não diz isso. As referências que reprovam esse chavão são: "Porque sete vezes cairá o justo e se levantará" (Pv 24.16); "Ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei" (Mq 7.8); diante da penúria em que se encontrava o filho pródigo, tomou a decisão: "Levantar-me-ei" (Lc 15.18). A força com que os verbos são enfatizados denotam a ação e responsabilidade humanas sendo a graça divina um subsídio ímpar (ver 2 Co 12.9). 

A Palavra de Deus se renova a cada manhã 

Também esta assertiva não tem fundamento bíblico. "Renovar" traz o significado de "revitalizar o que estar envelhecendo" e isso não se aplica a Palavra de Deus, uma vez que ela é eterna (Sl 119.89). Nós somos quem necessitamos de renovo sob a luz da Palavra e a livre ação do Espírito Santo para prosseguirmos em nossa vida relacional com Deus. 

Deus quer qualidade e não quantidade 

Esta frase pode encontrar ressonância no contexto da contribuição, visto que "Deus ama ao que dá com alegria" (2 Co 9.7). No contexto da evangelização, esta frase tem sido usada como desculpa esfarrapada para NÃO cumprir o "IDE" do Senhor Jesus (Mt 28.19; Mc 16.15). Não devemos ser omissos, deixando de lado a ordenança do Senhor de levar a boa-nova aos não alcançados. É tarefa nossa, é tarefa da Igreja. 

Quem tem promessa não morre 

Esta é outra aberração grotesca que foge ao que ensina  a Escritura Sagrada. É necessário obediência e aperfeiçoarmos a santificação no temor de Deus (2 Co 7.1) para a realização das Suas promessas em nossas vidas. Uma vez que Deus "permanece" fiel (2 Tm 2.13), devemos também permanecer na fidelidade com Deus, pois, doutra forma, naufragaremos na fé, podendo levar-nos a morte, até mesmo física. 

A mulher não pode pregar 

A passagem utilizada para isso é 1 Timóteo 2.11: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição". Aqui fala da mulher que não extrapola os limites dos matrimônio, mas que reconhece a sua posição bem como a de seu marido. O versículo 12 reforça esta ideia. Uma mulher obediente a Deus no tocante aos princípios bíblicos do matrimônio certamente será vaso de honra não somente nos deveres domésticos mas também na vocação divina (Ver Gl 3.28), visto que a promessa do derramamento do Espírito Santo é "sobre toda a carne" (Jl 2.28), isto é, homem e mulher. 

O Espírito de Deus é sujeito aos profetas 

Como o Espírito de Deus, Criador (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30) pode sujeitar-se a criatura, sendo Ele Deus (At 5.3,4)? A Escritura fala dos "espíritos dos profetas" (1 Co 14.32), ou seja, o espírito humano. Ninguém pode sujeitar a si o Espírito de Deus haja vista que Ele é Senhor (2 Co 3.16-18), e nós, Seus servos. 

Estes são alguns chavões que ouvimos por aí. Talvez você conheça um caso parecido e tenha achado estranho. Que o Espírito Santo desperte em nossos corações um desejo latente pelo conhecimento da Sua Palavra!

A possibilidade de perder a salvação

Muitas pessoas dentro da Casa de Deus ainda se assustam ou não querem aceitar como homens ou mesmo mulheres que vivem uma vida depravada nem se assemelham a vida fervorosa no Espírito que viviam antes quando serviam a Deus. Teve experiências com Deus aos olhos de muitos, invejáveis. Hoje, é grande o espanto quando vemos o quadro dessas pessoas, agora, afastadas da presença de Deus, algumas vivendo de maneira blasfema do Evangelho como se nunca tivesse experimentado gloriosa transformação antes. 
Mas, o que a Bíblia diz sobre isso? Pessoas que eram cheias do Espírito Santo e dos Seus ricos dons vivem agora num verdadeiro desdém àquilo que professavam na vida de outrora. Muitos, não aceitam isso; outros, colocam sua própria fé em questão; já outros, partem do extremo, desacreditando na veracidade da Palavra de Deus e com isso, tornam-se incrédulas em tudo e com tudo, adotando um senso crítico em demasia. 

A Palavra de Deus é enfática quanto a isso. Ao tempo que ela contém promessas que apontam como condição precípua a obediência, também encontramos sérias advertências, tanto uma como a outra dirigidas ao cristão, de modo que ele permaneça na posição de salvo em Cristo. O Apóstolo Paulo diz: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Co 10.12). Esta passagem bíblica, além de comprovar a possibilidade de perder a salvação em Cristo, reprova a doutrina da predestinação fatalista, pois, "estar em pé" evoca o sentido de "permanecer de pé" e para tal permanência é necessário seguirmos os requisitos bíblicos para que a nossa salvação seja progressiva. Pelo que vemos, isso envolve compromisso do homem para viver em consonância com o que ensina a Escritura Sagrada. Do contrário, o tal cristão corre o risco de cair na perdição. 

O escritor da carta aos Hebreus assim nos diz: "Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel para se apartar do Deus vivo" (Hb 3.12). A possibilidade desta terrível perca de salvação pode acarretar a todos nós quando o escritor sagrado diz "se apartar do Deus vivo", termo que dá conotação para a apostasia. A este fator estamos todos vulneráveis, cabendo a nós a admoestação bíblica: "olhai, vigiai, e orai" (Mc 13.33). As cinco horas de oração por dia não significa que "jamais" nos afastaremos da presença de Deus e de sua comunhão. Orar no monte todos os dias, da meia-noite até o dia amanhecer  ou coisa do tipo não é sinal de "nunca" perderemos a salvação. A referência bíblica de Hebreus 3.7-19 mostra a forma cuidadosa como o escritor se dirige aos cristãos a fim de que previnam seus corações da incredulidade, da negligência, sabendo que isto pode levar à ruína espiritual. O mesmo alerta continua válido nos dias atuais: SEJAMOS VIGILANTES!

Atentemos para o que disse o apóstolo Paulo: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Tm 4.7). Leiamos o que ele disse: "guardei a fé". Guardar para que não se perca, guardar para que ninguém roube. Guardar a fé traz a ideia de preservar a sua relação com Deus visto que sem ela não podemos agradá-Lo (Hb 11.6), outrossim, "tudo o que não é de fé é pecado" (Rm 14.23). Para não desvanecermos, nem tampouco nos afastarmos de Deus e de Sua comunhão, é necessário "guardar" a fé. É por ela que andamos segundo a vontade de Deus (2 Co 5.7). Que isso é verdade está comprovado nas palavras do escritor da Carta aos Hebreus: "Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Hb 10.38). Se não houvesse possibilidade de perder a salvação, para que necessidade dessas admoestações? Inúmeras referências bíblicas comprovam a possibilidade de sairmos da presença de Deus, e, consequentemente, perder a vida eterna. No Salmo 91, por exemplo, Deus promete livramento dos laços do diabo aos que O amam encarecidamente (Sl 91.14). Ora, livramento é para quem estar sujeito a cair numa armadilha; mais uma vez temos provada a necessidade de nos apegarmos a Deus a fim de que Ele nos guarde, segundo o salmista ainda diz: "Eles te sustentarão nas suas mãos... " (Sl 91.12). Sustentar para não cairmos, sustentar para não resvalarmos o nosso pé da posição de crente salvo "em Cristo". Mesmo desfrutando de uma vida espiritual com Deus, a nossa natureza humana ainda é tendenciosa a pecar até que chegue o dia em que receberemos e alcançaremos "a redenção do nosso corpo" (Rm 8.23).

Portanto, fica a referência bíblica para todo o povo de Deus: "Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hb 4.16)


quarta-feira, 29 de julho de 2015

Casa de Deus... Igreja do Deus vivo - 1 Timóteo 3.15

O capítulo 3 da primeira carta de Paulo a Timóteo contém sérias recomendações no que diz respeito ao procedimento do obreiro a fim de ele "saiba como convém andar na Casa de Deus". Ao lermos "como convém" entendemos a seriedade  e o temor que deve haver na alma do cristão quando se trata de estar na casa do Senhor. A Escritura Sagrada contém regras essenciais acerca da nossa reverência ao adentrarmos no Santuário. Um exemplo claro na Bíblia é quando o salmista diz: "Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória" (Sl 26.8). O amor pelo santuário envolve uma adequação à santidade de Deus. Esse amor pelo santuário é mais que sentimento, é prática. Esse amor nos levará a um "constrangimento" de andarmos "como convém" na Casa de Deus. 

Afinal, o que é a Casa de Deus? É o lugar onde o Senhor revela a Sua vontade como a máxima de todos os que Lhe servem. Além do mais, é a casa "de Deus", ou seja, o lugar onde a presença soberana do Senhor tem prioridade absoluta em tudo. Como é lamentável encontrarmos muitos lugares que tem deixado de ser uma verdadeira "casa de Deus"! Mundanismo em lugar de santidade, vaidade no lugar da simplicidade, egoísmo em lugar do temor a Deus, secularismo no lugar da verdadeira vida de fé em Deus. Há quem pense que "viver pela fé" é largar tudo para "fazer a obra de Deus". Viver pela fé vai além do que uma loucura precipitada de abandonar tudo por amor ao chamado. Diz a Escritura: "O justo viverá pela fé" (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38), ou seja, honrar a Deus em um mundo alienado da sua santidade. Para esta realidade acontecer lá fora aonde os pecadores estão, é necessário primeiro DENTRO da casa de Deus, fator este que não existe mais em muitas Igrejas denominadas evangélicas que dizem cultuar a Deus misturando o santo com o profano. Que diferença! Que aberração! 

O que é a Casa de Deus? É o lugar onde a reverência ao Pai, o Senhor da casa, deve o primado maior de todos os que Lhe servem com inteireza de coração. Há quem pense que cultuar a Deus é apenas cantar um hino de louvor, no púlpito, depois se assentar no seu lugar. O apóstolo Paulo fala do "culto racional" (Rm 12.1). Racional é algo referente à razão, raciocínio. O culto deve partir do entendimento que de nossa parte tem de haver uma total entrega para estarmos em conformidade com a Sua vontade. Outrossim, é o lugar onde o Senhor Deus, por meio dos Seus Ministros, educa os Seus filhos na verdadeira espiritualidade, moralidade e consagração a Ele de modo a nos conduzirmos fielmente neste mundo de pecados. 

A Casa de Deus, segundo Paulo, "é a Igreja do Deus vivo". O assunto ganha profundidade maior, Quem é a "Igreja do Deus vivo"? É o povo chamado por Deus à salvação, que aprecia a eleição divina através da obediência irrestrita à Palavra de Deus, isto é, ser salvo e andar dignamente como crente salvo (ver Rm 6.4-13). Também, é uma assembleia santa, formada por pessoas vivificadas pelo poder do Espírito Santo, testemunhando do poder transformador de Deus através de suas vidas transformadas levando os pecadores a sentirem a mesma necessidade de transformação. A Igreja do Deus vivo é o ajuntamento dos redimidos cuja primazia é a ação vivificadora e santificadora do Espírito Santo; do contrário, será uma Igreja morta, sem escrúpulo pelo genuíno Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. 

Aonde o Espírito do Deus vivo perde a primazia a contenda, a carnalidade e a insensibilidade espiritual permeia tudo. Segundo diz o apóstolo Paulo, somos "coluna e firmeza da verdade", em outras palavras, o fundamento da verdade onde o pecador possa encontrar apoio apegando-se a ela, deixando para trás toda a vida de pecados. 

Oremos para que haja a atuação do Espírito em nossas  igrejas; que o frio volte a ser quente  e o morno assuma a posição de uma vida fervorosa no Espírito diante de Deus.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Mundo dos seres humanos

Com a desobediência de nosso pai Adão, "o pecado entrou no mundo" (Rm 5.12), e com isso escravizou a humanidade destituindo-a da glória de Deus (Rm 3.23). Um dos significados da palavra pecado é "errar o alvo", "desviar-se do rumo", segundo os grandes eruditos da Bíblia. E é esta a realidade nua e crua diante de nossos olhos: o homem realmente errou o alvo, conforme indica a Palavra de Deus. 


1. Em Gênesis 3 temos o relato que mostra como o pecado se introduziu no mundo. Ainda no mesmo capítulo, o autor sagrado narra a expulsão do primeiro casal do jardim do Éden. Aqui, temos o homem errando o alvo da vontade de Deus no sentido de adorá-Lo e reverenciá-Lo em sua vida, caindo nas ludibriosas palavras da Serpente Maligna: "E sereis como Deus" (Gn 3.3-5). Notemos que este era o mesmo intento do diabo antes de ser expulso do Céu (Is 14.12-14). 

2. Ainda no mesmo livro, temos registrado o primeiro homicídio (Gn 4.8). Caim mata o seu irmão Abel; isso mostra que o homem errou o alvo do projeto familiar, elaborado por Deus ao homem (Sl 128). Aonde deveria haver amor, união e um verdadeiro ambiente de paz permeando o ambiente familiar houve inveja que nutriu o ódio no coração de Caim. O homem então errou o alvo, desviou-se do rumo do plano de Deus em relação à família. 

3. Mais a frente, o capítulo 6 narra a maldade, a corrupção e a violência predominando no coração dos homens fazendo estes se afastarem cada vez mais do seu Criador. O homem errou o alvo da verdadeira justiça, indo na contramão da vontade do Deus Criador de todas as coisas (ver Ef 4.24).

Feito isto, estes e outros itens assinalados na Bíblia mostram a triste realidade que caracteriza o mundo dos seres humanos. Pecado e mais pecado, prazeres ilícitos, vícios desenfreados, homens obstinados, amantes da violência, da crueldade e de tantos outros absurdos que credenciam a humanidade perdida, cada vez mais afogada na incredulidade. 

Estamos no mundo onde vemos todo tipo de maldade e todo tipo de pessoa inclinada ao erro; homens adulterando, casais se separando por motivos banais além da conta, filhos contra pais e vice-versa, roubos, sem se falar num conceito mundano que liberdade é "fazer tudo o que quiser, inclusive cometer erros dos mais absurdos possíveis". Isto é escravidão! A Escritura Sagrada diz que "o aguilhão da morte é o pecado" (1 Co 15.56). Infelizmente, é isto que vemos: a humanidade golpeada pelo aguilhão da morte, chamado pecado. Caminha rumo à perdição, à morte eterna por preferir o pecado ao invés de aceitar o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). 

Este é o mundo dos seres humanos: nele, o honesto é taxado de idiota e o enganador é reconhecido como homem de virtude, a quem lhe rendem aplausos e elogios. Neste mundo, quem é amigo do bem é alvo de chacota, o crente lavado e redimido no sangue do Senhor Jesus, comprometido com a verdade, se contrapondo aos ditames do mundo, é tido como louco, antiquado e altamente ultrapassado. por não se conformar com este mundo corrupto que vive em pleno descompasso com aquilo que Deus projetou ainda antes da criação. Como notas musicais em desarmonia produzindo um som desagradável, assim é o homem trilhando desordenadamente por caminhos tortuosos, desagradando a Deus, quando poderia Lhe dar perfeito louvor.

É este o mundo que Deus amou "de tal maneira" (Jo 3.16) com o propósito de redimir, salvar e restaurar àquilo, para o qual, o Senhor designou. Este é o mundo no qual a Igreja deve estar empenhada no tocante à evangelização (Mc 16.15). Este é o mundo que jaz em trevas, sem conhecer a radiosa luz do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo capaz de brilhar nos corações obscurecidos manifestando-lhes a realidade das coisas terrenas em contraste com as dádivas eternas, a realidade do pecado em contraste com a excelência da glória de Deus. 

Que seja constante a nossa oração a Deus: "Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como céu" (Mt 6.10).

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Bebendo da Cisterna - Algumas lições acerca da relação afetiva entre o homem e sua esposa

"Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço" - Provérbios 5.15



A Escritura Sagrada está repleta de lições referentes ao casamento, muito embora haja ainda em nosso meio crentes ultraconservadores que acham absurdo tematizar um assunto como esse na Igreja, pelo fato da Igreja ser santa e, para tanto, não deve ser "profanada" ao falar de assuntos "inconvenientes" dentro da Casa de Deus. Certamente o absurdo maior é o radicalismo de muitos crentes que, de fato, não conhecem as Escrituras como deveriam conhecê-la. A verdade é que todo cristão que se preze, tem intimidade com o Livro Sagrado (Sl 1.2). 

São muitas as passagens que dão ênfase a relação sexual dentro do matrimônio, a satisfação de ambos no momento da relação. Passagens para este tipo de assunto na Escritura Sagrada é o que não falta. Como pode haver cristãos ainda tão radicais, tão extremistas quanto ao assunto? Nos últimos anos, tem sido crescente o número de casamentos dissolvidos por inúmeros motivos, sendo um deles a falta de comunicação quanto à relação sexual. Devemos atentar para a passagem bíblica que diz: "Igualmente, vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher como vaso mais fraco..." (1 Pe 3.7). Está faltando "entendimento", a não-comunicação, o que dificulta o cônjuge em conhecer o que seu parceiro ou parceira mais gosta para proporcionar uma relação, digamos, mais "apimentada". Porém, sem entendimento, sem "clima", por fim, sem afeto que os ligue um ao outro. 

O sábio Rei Salomão diz: "Bebe a água da tua cisterna...". O pronome possessivo "tua" indica que o homem deve reconhecer sua esposa como única fonte de prazer e satisfação sexual. Lamentavelmente, encontramos muitos casos de homens ou mesmo mulheres insatisfeitas com seu casamento, infelizes com o marido ou com a esposa devido a alguns impasses indesejáveis que não poderiam estar acontecendo, mas, que infelizmente virou rotina em suas vidas. É o homem insatisfeito com a esposa, outrora, a mais linda, dos olhos encantadores, que "cativou" o seu apaixonado coração. Agora, não existe mais os olhos verdes que, antes, via nela, não enxerga mais o corpinho "escultural" quando ela passava por ele, para o tal marido, as de "fora", sempre são bonitas, se arrumam mais, valem mais a pena. As mulheres não fogem à esta realidade. O marido que, na época do namoro, era um "gato", agora, é um "cavalo". É a "barriguinha" aparecendo e o "amor" sumindo. Além de muitas outras coisas que motivam homens e mulheres (NÃO TODOS) a darem uma "variada", isto é, encontrar fora de casa .No entanto, a Escritura Sagrada diz: "Bebe a água da tua cisterna". Por que não enxergar agora a beleza que havia antes? Por que não valorizar agora da maneira como valorizava antes? Para onde foram os elogios? 

Uma lição que a gente aprende com a cisterna é que ela, por si só, não se enche de água. Isso é tarefa peculiar do seu dono. A lição aqui é de investimento. Muitas vezes o marido espera da esposa amor, carinho, atenção e tantos outros gestos que demonstrem afeto, no entanto, magoa a sua mulher, ferindo-lhe os sentimentos e acham que com isso a esposa vai corresponder com amor e atenção. A água que eu bebo da cisterna é a mesma que eu coloco lá. Não se pode receber amor da esposa se, antes, não lhe transmitir amor. Transmitindo maus tratos, certamente receberá maus tratos. Espera carinho da sua esposa? Dê carinho a ela. Espera que ela seja atenciosa? Seja atencioso com ela. Espera companheirismo dela? Seja companheiro. Lembre-se: é dando que se recebe (ver At 20.35). 

Uma outra grande lição que exaurimos da cisterna é que ela tinha como finalidade conter grande quantidade de água em tempo de pouca chuva. Pode simbolizar a esposa como verdadeira companheira em tempos de crise, de reveses, situações desfavoráveis que vem ao nosso encontro. Companheirismo é uma virtude que se constrói quando ambos se doam fielmente aos enlaces do verdadeiro afeto conjugal. A mulher motiva e encoraja o homem nos momentos espinhosos da vida porque essa mesma motivação ela recebeu dele ao se sentir valorizada como esposa, única em sua vida. Quando ela se sente a única na vida dele, terá o marido como o ÚNICO homem na sua vida. Uma questão de motivação. Como está a tua cisterna? Contendo água ou é simplesmente um poço seco porque, há muito tempo, deixaste de investir na sua esposa? 

Terceira e grande lição da cisterna: ela contém água dentro de si, sabendo apenas o dono da cisterna. É o tipo da esposa que não se expõe a outros, porque ela sabe que seu dever é unicamente agradar a seu marido. Ela é como uma cisterna, na qual, somente o seu "dono", ou seja, o seu marido tem acesso. "Sejam para ti só e não para os estranhos contigo" (Pv 5.17). Nem sempre a grama do vizinho é mais verde. Às vezes o seu gramado é mais fértil e você não está percebendo. A tua cisterna é a mais conservada e você ainda não reparou isso. Ainda há tempo de reparar!

A água mantida na cisterna era apropriada para suprir todo o tipo de necessidade, sendo, portanto, uma água salutar. Aqui entra a questão sexual, aonde o homem se sente atraído pela sua esposa. Por que se admirar com as outras se a sua esposa tem a água salutar que lhe satisfaz, que lhe enche de gozo, prazer, deixando-o plenamente realizado? O sexo é uma benção de Deus, quando desfrutado de maneira legítima, isto é, no âmbito do matrimônio. O prazer mútuo, decorrente no ambiente conjugal, é aprovado por Deus (Hb 13.4). Quando lemos que Deus criou "macho e fêmea" (Gn 1.27), essa verdade é reforçada, pois, a palavra "fêmea", segundo os eruditos, tem o sentido de "perfurar", "atravessar", um indicativo de sexualidade.

Se você preza pelo seu casamento e acredita que o casamento é projeto de Deus como Ele mesmo estabeleceu (Gn 2.22-24), "bebe a água da tua cisterna" (Pv 5.15)! Valorize o que você tem dentro de casa: a sua esposa! Costuma-se dizer que homem de verdade não é aquele que conquista várias mulheres e sim aquele que conquista  a SUA MULHER todos os dias!

Deus vos abençoe.