Não podemos fugir à realidade dos dias hodiernos. Como é comum afirmar no meio evangélico, Deus está "balançando a figueira" e contemplando os que, verdadeiramente, estão firmes na doutrina de Cristo. A verdade bíblica, tão necessária e urgente, está escassa e a igreja mal-acostumada com mensagens desarmonizadas com o evangelho do Reino de Deus.
Muitas das vezes, nós, pregadores, inflamamos a noiva do Cordeiro pela sua preferência em ouvir mensagens que falam de prosperidade, chaves de carro, casa, avião, que essa vida será um mar-de-rosas, etc. Pregações de autoajuda que sacolejam a mente, porém, o coração continua na mesma desgraça espiritual! Não me oponho a uma prédica que traz em seu corpo a almejada prosperidade e sim ao fato de pregarem-na como se fosse o tema central do evangelho. Acusamos o povo de Deus por desejar sermões desta categoria, mas, quem prega esse tipo de sermão? Nós, pregadores! Somos nós quem levamos este tipo de mensagem ao público; por quê? É bem simples. Porque a mensagem da cruz não faz os crentes glorificarem a Deus, nem pular, nem bater palmas e plantar bananeira, é um tipo de mensagem que não eleva o nosso ibope, não enche a nossa agenda de convites e o pastor da Igreja não nos convidará mais para uma outra oportunidade para ministrar a "poderosa Palavra de Deus". Que o Senhor Deus nos converta e nos faça voltar aos primórdios do Evangelho!
Esta triste realidade se evidencia a cada dia mais nas comunidades de fé, mas, quem são os culpados?
1) Os Pastores - Por perderem o compromisso com a sã doutrina e com o Reino de Deus e pelo medo de perderem as ovelhas, corrompem o altar de Deus com pregadores sem escrúpulo, sem a unção do Espírito Santo, preocupados mais com o "bolso" do que com a alma do ouvinte. Os tais pastores, por não possuírem mais o foco espiritual do evangelho da salvação, induz o povo à ruína impressionando-o com barulhos e movimentos ao invés de expor ao mesmo a divinal mensagem do evangelho, que continua tão poderosa e penetrante como na era apostólica.
2) Os Pregadores - Não sei se ainda podemos chamá-los desta forma, pois, tudo o que fazem é agradar a platéia com suas animações e artifícios inúteis. A Bíblia diz que o apóstolo Pedro pregou tão fervorosa mensagem salvífica que levou os seus ouvintes a uma profunda convicção de seus pecados (At 2.37); e em resposta às suas indagações, Pedro apela para necessidade dos que lhe deram ouvidos: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizados em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38). Quase três mil se converteram ouvindo tão preciosa pregação da salvação em Cristo (At 2.41). Hoje em dia, há quem pregue três mil vezes sem ganhar pelo menos uma alma!
3) A Igreja - É lamentável que a Igreja de Cristo tenha se desvirtuado dos verdadeiros ditames bíblicos para se apegar a tantas baboseiras que inundam a casa de Deus. Da crédito naquilo que não nos edifica pode se tornar grande perigo espiritual. Como Geazi em busca dos bens terrenos (2 Rs 5. 22-26), a Igreja segue o mesmo caminho, se perdendo naquilo que é terreno, em desdém as coisas eternas; no entanto, a Escritura nos ensina que devemos nos ocupar nas coisas que são do céu (2 Co 4.18; Cl 3.1) e estarmos apercebidos desses aventureiros hipócritas cuja especialidade é enganar o povo, esquecendo eles que sua perdição é certa.
Que o Senhor restaure os altares, desperte a Sua Igreja e converta os pregadores e os pastores mercenários! Chega de mensagens, que volte a ser pregado o EVANGELHO, que é muito mais do que uma mensagem! É a exposição da obra redentora de Jesus Cristo e do Seu sangue purificador, que nos expurga de todo o pecado (1 Jo 1.7).
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