Me recordo muito bem dos tempos em que comecei a pregar o Evangelho de Jesus Cristo nos púlpitos das igrejas. Achava que , por ter pregado a Palavra, tinha que haver, sistemática e obrigatoriamente, derramamento de poder. O tempo foi passando e logo fui amadurecendo. Pude entender que meu dever é apenas pregar e que sou nada mais que um semeador. Pertence a Deus o derramar do Seu poder e o quebrantar dos corações.
No âmbito da adoração não é diferente. Mas, pelo que vejo, acho que esquecemos disso. Queremos usar Deus achando que Ele tem toda a obrigação de operar no seio da igreja pelo fato de estarmos adorando-O. Quantas igrejas que, por não terem o mastro da Palavra, procedem desta forma. Acham que podem reivindicar do Criador algum tipo de coisa que julgam ter Ele a "total obrigação" de fazê-lo. A Escritura nos ensina a pedir (Mt 7.7), não a requerer algo forçado das mãos de Deus. Isso é o que podemos chamar de crença sistemática; ora, bem sabemos que o Senhor não Se agrada de crença deste tipo e sim de um ato que envolva amor, abengação e sinceridade.
Não sou crítico, apenas observador. Ficava ridicularizado com a maneira de muitos crentes prestarem um culto ao Senhor. Não havia decência nem ordem (1 Co 14.40) e a verdadeira adoração (Jo 4.24) era escassa. E como se não bastasse ainda questionavam a Deus por que os seus cultos eram tão frios, sem espiritualidade alguma e sem nenhum fervor. A resposta seria: falta da verdadeira reverência, de uma adoração mais pura e sincera e de um fervoroso e constante compromisso com a Palavra, enfim, tornar-se completamente verdadeiros dependentes da Pessoa do Deus vivo.
Jesus tinha um plano mais sublime no que respeitava a enfermidade de Lázaro (Jo 11.4); contudo, Marta e Maria pareciam não entenderem e achavam que o Salvador deveria Se apressar em visitá-las dando saúde para o seu irmão. Quando nos prendemos em especulações tão levianas e descabidas, logo esquecemos que Deus tem um plano maior para nós querendo que Ele venha agir dentro dos nossos planos quando os Seus são mais excelentes.
O que está faltando no povo de Deus é a confiança absoluta no Seu poder. Fazemos o que corresponde ao nosso dever, mas, às vezes, queremos tomar o lugar de Deus e fazer o papel dEle! Somos apenas adoradores! O nosso dever é cultuar, crendo que aquEle que recebe a nossa adoração é poderoso para Se manifestar no meio dos Seus, fazendo o que bem Lhe parecer. Mas, parece que somos semelhantes à Marta e Maria; queremos ver o agir do Senhor, mas, da nossa maneira, do nosso jeito, dentro das nossas concepções; mas não é assim que a Bíblia nos orienta. Um verdadeiro adorador não possui outra preocupação senão em adorar, louvar e bendizer o nome do Senhor, porque ele está bem certo de que Deus é quem vai fazer a obra, é quem vai operar segundo a riqueza da Sua vontade.
Paulo escreveu na sua carta dizendo: "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fp 2.13). O querer e o efetuar pertence a Ele; portanto, deixemos de lado toda preocupação desnecessária e confiar única, inteira e exclusivamente naquEle em cujas mãos está todo o poder.
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