quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Evangelho Tabajara

Quem não assistiu a um programa da Rede Globo, o "Casseta e Planeta", o qual, no seu jeito anormal de divertir os seus telespectadores, apresentando a "Organização Tabajara" e que também ao exemplificar algum tipo de problema, terminava com uma frase jocosa: "seus problemas acabaram". Não sei se os crentes ainda assistem a esse programa, mas, vemos que o evangelho de Cristo tem sido apresentado ao público com este tipo de estratégia, tão absurda e leviana!
Louvo a Deus pelos pregadores que Ele tem levantado, até porque são muitos, porém, a grande maioria tem deixado de pregar o evangelho da cruz e se detiveram em levar ao povo mensagens agradáveis aos ouvidos, porém, desnecessárias ao coração humano. Desprezando a necessidade espiritual de cada ouvinte, os tais oradores, movidos pela impolgação, porque não dizer também por estarem diante de um enorme aglomerado de pessoas, enfatizam um tipo de evangelho com toda a isenção possível de provações e adversidades que podem sobrevir, desvirtuando, assim, a Palavra da verdade ludibriando os incautos.
Queres obter o prestígio do povo? Almejas ser bem recebido por muitos líderes de igrejas para ter a auspiciosa oportunidade de pregar? É simples! Pregue uma mensagem cuja tônica da mesma seja prosperidade! Aclame a eles: "Aceite a Jesus e seus problemas vão acabar!", "nunca mais você irá sofrer!" Por acaso não é esta a mensagem da vez? Existem pastores que, se pudessem, torturariam um homem de Deus por levar ao público evangélico uma mensagem que denuncie o pecado e admoeste-os a santificação! Os mais antigos na fé compreendem o que, ora, venho expondo aqui.
É verdade que viveremos momentos de gozo espiritual, de bençãos e isso não podemos negar, mas, se é a pura verdade o que eles pregam, o que dizer das palavras de Jesus: "... no mundo tereis aflições..." (Jo 16.33b)? O que dizer dos sofrimentos de Paulo por amor ao evangelho (2 Co 11.23-29; Fp 4.11-13)? Porventura somos nós melhores do que Paulo para estarmos livres de quaisquer vicissitudes? Diz a Escritura que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus (At 14.22). Jesus em Seus ensinos realçou os valores espirituais, morais e sociais e até enfatizou o cuidado providencial de Deus para com os Seus servos (Mt 6.25-32) conclamando os mesmos a buscarem primeiramente o Reino de Deus e a Sua justiça e todas ESSAS coisas, quais? Roupa, alimento, calçados, etc, vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Tomemos cuidado com certas pregações que não tem nada a ver com o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, pois, é o que mais ouvimos; eles ensinam que o cristão tem que estar completamente livre de toda a espécie de dificuldades, esquecendo-se do real aspecto deste mundo: imperfeito, e desta forma, nos torna vulneráveis a passarmos por tudo nesta vida. Paulo escreveu sobre as aflições deste tempo presente (Rm 8.18), significando, portanto, deste período em que vivemos; estaremos salvos de todas as aflições na era vindoura, mas, nesta era, convém que passemos pelo teste da fé, pelas provações, para, então, alcançarmos a almejada coroa (Tg 1.12).
Se Jesus viesse à terra pregar o que esses oradores anunciam por aí, Ele não precisaria ter sido crucificado, muito menos ter sofrido nas mãos de seus algozes, padecendo todo o tipo de atrocidades! Que Deus tenha misericórdia dos nossos pregadores, dos líderes de ministério e da Igreja de Cristo no Brasil.

terça-feira, 3 de maio de 2011

A obra miraculosa do Evangelho



João 9.25 "... uma coisa sei, e é que, havendo eu sigo cego, agora vejo"

A palavra de Deus é poderosa (Hb 4.12), e produz um efeito indizível no coração de quem se entrega a Cristo, pois, ela não é pregada em vão (Is 55.10,11). Ela é a expressão veraz do amor de Deus para com o homem submerso na ignorância. Mais do que palavras, o evangelho é o poder de Deus para a aniquilação do pecado e salvação do pecador (Rm 1.16).

Tendo alcançado a cura da sua visão, tamanha é a convicção dele em responder aos fariseus que levou estes a se enfurecerem, pois era mais um feito que Jesus realizara no sábado (Jo 9.14). Os fariseus não se cansavam de interrogar o que outrora era cego sobre como lhe sucedeu tão grande milagre; ele, no entanto, não se cansava de afirmar que fora curado e que Jesus realizou esta grande obra (Jo 9.10,11,15,25,27). Isso mostra que todo aquele que experimentou o poder do evangelho, nunca deixa de falar da obra de transformação ocorrida em sua vida, mas, sempre dá testemunho dela com fervor e ânimo de espírito.

Aquele homem tinha plena certeza do milagre que havia alcançado do Divino Mestre: "... uma coisa sei..."; ele estava certíssimo do benefício que havia recebido. Todo homem que cede o seu coração a obra miraculosa do evangelho de Cristo possui esta mesma certeza: a certeza da necessidade de salvação, da renúncia ao pecado e de viver uma nova vida em Cristo (2 Co 5.17). O evangelho não gera dúvidas, e sim certezas (Rm 10.17). "Uma coisa sei": Ele me amou primeiro (1 Jo 4.19); "uma coisa sei": Jesus morreu por mim (Jo 3.16; Gl 2.20b); "uma coisa sei": meus pecados foram perdoados; "uma coisa sei": sou membro da família de Deus (Ef 2.14-19)!

Uma outra característica do evangelho é conscientizar o homem da sua vida passada, distante do Senhor, do ponto de vista da sua vida presente: tocada pelo evangelho, reformada pela graça, santificada pelo Espírito e consagrada ao Criador. Havendo eu sido cego, foi uma outra afirmação dada pelo homem que teve um encontro com o Senhor Jesus. Quem verdadeiramente nasceu de novo reconhece a miséria de espírito em que se encontrava no passado, sem Deus, sem rumo certo e com o coração entenebrecido no pecado; como um cego que não vê a luz é o pecador que não atenta para a verdade da Palavra de Deus, a qual, com sua luz inextinguível, remove as trevas da inquidade transformando-nos em uma nova criação.

"Agora vejo", nenhum cego pode dizer que vê se, na verdade, não pode vê. Muitos dentro da casa de Deus ainda são cegos, pois, não deixaram o evangelho entrar em seu coração. Sua visão ainda está ofuscada, tal como a dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-16). Existem quatro coisas que o evangelho da graça faz o homem ver:

1 Que a vida humana é nula e escassa longe do Deus Eterno (Ec 12.1);

2 A vida é breve e passageira (Jó 14.1,2; Sl 103.15,16); portanto, deve ser encomendada aos cuidados Daquele cujas misericórdias são infinitas (Lm 3.22);

3 O homem foi criado por Deus para o cumprimento dos Seus propósitos (Ef 2.10);

4 Há uma herança eterna e incorruptível reservada para aqueles que

perseverarem na prática da Palavra (Mt 24.13; Rm 8.17; Ef 1.13,14; Tt 3.7).

Uma coisa sei, e é que havendo eu sido cego, agora vejo! Quantos podem dizer o mesmo?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O cristão e o Cristianismo


O Cristianismo não é uma religião. É mais que isso. Não é uma filosofia; ele vai além do sistema filosófico deste mundo cada vez mais distante do seu Criador. O Cristianismo em sua essência sobrepassa a cadeia sistemática das leis seculares que regem o mundo de então. Logo, não precisamos viver atrelados aos ditames mundanos desprovidos dos verdadeiros valores morais, pois, servimos a Alguém que nos ensinou o excelente padrão de uma vida justa, equilibrada e harmonizada com os preceitos da Palavra de Deus.
Examinando o livro de Atos dos Apóstolos aonde lemos acerca da igreja primitiva e colocando-a em paralelo com a Igreja de Cristo nesta era pós-moderna, podemos constatar que esta vive mui longe dos ensinos de Jesus; há razão para tanto. Parece-nos que ela se desviou do mastro espiritual da Palavra quando deveria andar nas pisadas da igreja cujo modelo encontramos nas Escrituras Sagradas. Ademais, a igreja dos tempos hodiernos se tornou omissa nos seus deveres diante de Deus para com o próximo. Não somos igreja para nós mesmos e sim para com o mundo que ainda não deixou penetrar em sua vida obscura a luz do Evangelho da graça de Deus.
Jesus disse que somos o sal da terra (Mt 5.13), na mesma referência, Ele falou do sal insípido, apontando para a igreja que não apresenta nenhuma novidade de vida conforme nos ordena a Bíblia (Rm 6.4). O mundo quer novidade e é nossa responsabilidade demosntrarmos isso; sim, demonstrar uma nova maneira de viver, uma nova imagem e uma nova linguagem provando que fomos alcançados pela graça divinal e redimidos pelo sangue de Jesus. O sal foi feito para salgar, extinguir a amargura, produzindo o bom gosto. Ora, ninguém há de comprar sal apenas para guardar em determinado local de conservação, mas para ser utilizado conforme a sua necessidade. Só se coloca sal aonde não tem. Com isso, entendemos que fomos chamados por Deus para dar gosto a este mundo amargurado pelo pecado com o nosso testemunho de vida e convencer os pecadores a repudiarem a sua vida iníqua deliciando-se na pureza do Evangelho de Cristo.
Também somos sabedores de que sal acumulado não resulta em nada. É necessário colocá-lo onde não haja resquício algum de sua aplicação. Por que Jesus nos considera o sal da terra? Porque são muitos os que ainda não provaram o bom tempero da Palavra de Deus; esta missão está a cargo da Igreja (Mc 16.15). E ai de nós se não atentarmos para isso ( 1 Co 9.16)!
Segundo a Bíblia, quando ocorreu a perseguição contra a igreja apostólica, houve grande dispersão (At 8.1). A Escritura diz: Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte anunciando a palavra (At 8.4). O que vem a ser isso? Era Jesus levando sal aonde carecia de sal!
Somente uma Igreja cristã pode fazer isso ao passo que a Igreja religiosa, no seu extremismo, no seu inútil excesso de radicalismo, sempre ficará na mesmice, não cumprindo as exigências do Evangelho do Reino de Deus. A Igreja cristã é compassiva, pratica a caridade, demonstra sensibilidade pela necessidade de quem está ao seu redor, seguindo a hospitalidade (Rm12.13). Ela favorece os santos edificando-os na Palavra e favorece os perdidos propagando-lhes a Palavra!
É lamentável que muitos não possuam mais este santo propósito revelado nas Escrituras. Tudo o que vemos é contendas, falatórios inúteis, desrespeito às diferenças alheias, individualismo exacerbado e além de fazer acepção de pessoas, ainda causa decepção às pessoas! É impossível alcançarmos os pecadores na obra da evangelização quando não há harmonia entre irmãos que professam a mesma fé em Cristo.
Há um grande descompasso entre religião e cristianismo, e todos nós precisamos saber a diferença prevalecedora entre ambos. Há um enorme abismo de separação entre essas duas fontes. Vejamos isso com clareza bíblica:

1 A religião foi a chave que abriu a porta da incredulidade para os descendentes de Abraão não crerem na divindade de Jesus: Não é este Jesus, o filho de josé cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz Ele: desci do céu? (Jo 6.42)- Os judeus tinham em mente o lugar de onde Cristo viera questionando entre si acerca deste fato e da linhagem davídica daonde sairia o Messias (Jo 7.40-44). Sem entenderem os vaticínios, duvidaram do Filho de Deus menosprezando o Seu testemunho.

2 A religião foi o bordão que fez os judeus duvidarem dos sinais que Jesus fazia: Trouxeram-Lhe, então, uma endemoninhado cego e mudo; e de tal modo o curou que o cego falava e via. E toda a multidão se admirava e dizia: não é este o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios (Mt 12.22-24) - O excesso de religiosidade fez aquela gente miserável de espírito não entenderem o plano divino-messiânico de que os sinais eram uma forma de atestar a vinda de Jeus como propósito de Deus para curar a alma dos homens da terrível doença do pecado. Haja vista o que o profeta Isaías havia predito a respeito dos sinais que o Messias haveria de fazer (Is 35.1-6).

3 A religião foi o tema usado pelos judeus para não crerem nos ensinos de Jesus: E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam de sua boca, e diziam: não é este o filho de José? (Lc 4.22) - Do ponto de vista de muitos judeus, o Messias viria de uma família poderosa e influente, porém, Ele procedeu de uma família simples, o que virou motivo para não crer que Aquele carpinteiro fosse enviado por Deus para revelar-lhes a doutrina da salvação, não com sabedoria humana, mas com a sabedoria que emana do Alto.

4 A religião foi a espada que fez os judeus matarem Jesus: Nós temos uma lei,e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus (Jo 19.7) - As afirmações de Jesus no respeitava a Sua divindade incitava nos judeus um ódio profundo contra Ele (Jo 5.17,18; 8.51-59). A religião serviu de escamas nos olhos daqueles pobres israelitas impedindo-os de reconherem Jesus como o Filho de Deus e Salvador do mundo.
O sistema religioso daquele povo não culminou em nada senão na sua perdição. Da mesma forma sucederá a todos os que percorrerem este caminho. Jesus ressuscitou dos mortos, vencendo a morte, o Calvário, o inferno, a sepultura, o império do Diabo e, finalmente, a religião! Por ela, os judeus crucificaram o Senhor, mas nós O abraçamos confessando sermos Seus seguidores.

Jesus ensinou o oposto da religião: amar o próximo, mormente os que nos odeiam abençoando-os em nome do Senhor. Manifestar o amor mútuo é a evidência do verdadeiro discípulo de Cristo (Jo 13.34,35). Praticando o amor, estamos expondo o nosso testemunho de autênticos cristãos, pois, o amor é a essência do Cristianismo, o alicerce irremovível da doutrina cristã. Quando amamos, respeitamos as diferenças alheias, socorremos os necessitados, aparamos os caídos apanhados em sua fraquezas recebendo-os com alegria (Rm 14.1).

O amor extingue as críticas descabidas, pois, tudo o que os religiosos fazem é apontar as falhas de outrem; o cristão, no entanto, segue a recomendação bíblica: Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cubrirá a multidão de pecados (1 Pe 4.8). O amor ultrapassa a barreira do preconceito e o individualismo. A igreja cristã é consciente de que ela é o corpo de Cristo e, como tal, seus membros estão ligados uns aos outros; qual o vínculo que promove essa união? O amor.

O amor dá sentido aos nossos atos (1 Co 13). Quem ama conhece a Deus (1 Jo 4.8). Movido pelo amor, Deus enviou Seu Filho ao mundo (Jo 3.16); da mesma forma, Jesus Se entregou na Cruz do Calvário padecendo injustamente (Fp 2.5-11; 1 Pe 2.21-23). Enquanto muitos dão a sua vida pelos "justos", Jesus deu a Sua vida pelos injustos (Rm 5.6-8), demonstrando, com isso, um amor sem fronteiras, abrangente e singular. De acordo com isso, logo caem por terra as opiniões absurdas dos santarrões do tipo "eu acho", "eu penso", "eu sei"; é o que a Palavra de Deus determina como devemos ser e proceder: A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos amei uns aos outros; porque quem ama uns aos outros cumpriu a lei (Rm 13.8).
Se não houver amor, tudo será em vão e nossas obras serão como a palha queimada no fogo, só restará cinzas. De nada adiantará dons espirituais, sermos bem sucedidos no ministério se não atentarmos para este dom supremo. Amemos de verdade (Rm 12.9) pois quem assim procede é nascido de Deus ( 1 Jo 4.7).

domingo, 24 de abril de 2011

O cristão e o seu perfil de adorador




Há quem pense que adorar a Deus está limitado apenas ao fato de entoarmos um belo hino. A adoração sobrepuja o campo das notas musicais, das lindas melodias e de tudo o que está relacionado a estas coisas. O verdadeiro cristão conhece e reconhece o valor e a essência da adoração esmerando-se neste santo exercício.

Jesus disse que os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito, e em verdade (Jo 4.23,24); isso é uma prova de que adorar é muito mais que oferecer uma canção ao Senhor. É algo bem mais profundo, primoroso, proveitoso e excelente; e são poucos os que conhecem a sua importância. Outrossim, são muitos que julgam haver semelhança entre louvor e adoração, porém, há um grande contraste entre essas duas coisas, fazendo-nos entender a seriedade no louvor e a pureza na adoração.


O louvor a Deus é marcado por gestos de gratidão;

A adoração é marcada por gestos de devoção;

Quando louvamos a Deus, O louvamos pelo que Ele faz;

Quando adoramos a Deus, O adoramos pelo que Ele é;

O louvor se concentra nos feitos de Deus;

A adoração se concentra na pessoa de Deus;

O louvor reflete a satisfação do que o Senhor faz por nós;

A adoração reflete a satisfação do que o Senhor é para nós.


Com isso, notamos a extrema facilidade de louvarmos a Deus em vista da quase impossibilidade de O adoramos. Muitos louvam ao Senhor, mas nem todos O adoram. Devemos louvar ao Senhor pois Ele nos deu o fôlego de vida (Gn 2.7; Sl 150.6), devemos adorá-Lo porque só Ele é a Fonte de Vida. Devemos louvar ao Deus eterno porque Ele criou todas as coisas (Jo 1.3), devemos adorá-Lo porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas (Rm 11.36).

Adorar a Deus em espírito significa preencher nossas faculdades mentais, emocionais bem como o nosso intelecto com o sublime desejo de glorificá-Lo no ato da adoração. A vida do homem interior se baseia na comunhão com o seu Criador e uma dessas vertentes é a adoração feita em espírito. Adorá-Lo em verdade é enaltecê-Lo segundo o genuíno conhecimento que temos dos Seus atributos revelados através da verdade do Evangelho. Se manifestarmos isso com singeleza de coração, certamente o Senhor Se agradará de nós.

Procura-se verdadeiros adoradores! Onde estão eles?

sábado, 23 de abril de 2011

O cristão e as boas obras

Devido a falta de entendimento das Escrituras atinente a essa questão preponderante, tornou-se notório nas comunidades de fé um certo exagero quanto a esse assunto. Muitas delas, por se considerarem extremamente espirituais não enfatizam em seus ensinos a importância das boas obras; outras, no entanto, a enaltecem a ponto de colocá-las acima do caráter cristão. Conscientes de que as boas obras não são a base da salvação e sim o complemento dela, vejamos a sua grande relevância à luz da sã doutrina.

Segundo as Escrituras, uma vez morto para este mundo, imerso no pecado, convém ao cristão andar em novidade de vida (Rm 6.4). Esta nova maneira de viver terá como como evidência um novo perfil, uma nova imagem, enfim, novos hábitos que irá compor a credencial de um homem ou uma mulher redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Tudo nele se fez novo (2 Co 5.17); porquanto, já não vive mais a vida de outrora, cheia de vícios e pecados porque foi criado em Cristo Jesus para as boas obras , as quais, Deus preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10). Você é fruto dos propósitos de Deus, regozije-se nisto! Viva esta verdade no cumprimento das boas obras que o Senhor planejou desde a eternidade para paticá-las.

É agradável a Deus a atitude de todo o cristão que não se prende em palavras, mas, trazem-nas para a realidade através de seu genuíno testemunho de vida. Não apenas professa a fé, mas, também a demonstra. Jesus elogiou a igreja de Tiatira nessa questão: Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência... (Ap 2.19). Quando as nossas obras terão valor perante Deus? Quando elas forem acompanhadas de caridade (o amor na pratica - 1 Co 13); quando as nossas obras se tornarão vivas? Quando elas forem acompanhdas de fé (Tg 2.14-18); quando nossas obras se tornarão agradáveis ao Senhor? Quando elas forem praticadas com um coração de servo. Quando elas alcançarão recompensa? Quando forem praticadas com perseverança (2 Cr 15.7; Jr 31.16; 1 Co 15.58). Saia da rotina e faça algo diferente para o Senhor! Você pode! Nós podemos!

Não devemos esquecer que a prática das boas obras deve estar em sintonia com o nosso caráter, moldado pela Palavra de Deus. Afinal de contas, o cristão não é salvo porque praticas boas obras, ele pratica boas obras porque é salvo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A pedra é Cristo

Mateus 16.18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

As grandes autoridades eclesiásticas da Igreja Romana afirmam ser Pedro o fundamento da Igreja; porém ,tal argumento não subsiste às exposições bíblicas que dizem respeito a história da Igreja e ao seu fundamento inabalável. Reconhecemos o honroso papel que tal apóstolo teve entre os demais, por ser o mais conspícuo entre os doze. Contudo, a Escritura nos apresenta várias razões porque a pedra é Cristo e não um de Seus seguidores.
1) Pedro era humano - Pedro era homem semelhante a nós, propenso a cair no erro. Que sucesso teria a Igreja de Cristo edificada sobre um fundamento humano? Tão certo como a vida humana é breve e passageira (Jó 14.1,2), a Igreja certamente não iria avante rasgando séculos para subsistir até aos nossos dias, firmada em alicerce humano.
2) Pedro era tudo o que significava seu nome - Cristo se referiu a Pedro usando a palavra grega petros, significando "um fragmento de uma rocha"; referiu-Se a Si mesmo usando a palavra petra, ou seja, uma rocha irremovível. O povo de Deus não está edificado sobre fragmentos de uma rocha, mas, sim sobre uma Rocha, a pedra angular (1 Pe 2.4,6,7), irremovível, indestrutível e inviolável (1 Co 3.11). Esta é a razão das muitas vitórias do povo do Senhor ao longo dos anos!
3) Pedro não lançava mão da espada - Por não entender as predições antigo-testamentárias concernentes a Jesus e ao Seu sofrimento vicário, feriu à espada o servo de um sumo sacerdote (Jo 18.10). Como a Igreja aprenderia a verdadeira caridade se o seu suposto fundador era um homem bruto, ferindo ao seu próximo? Jesus o repreendeu por esta atitude dizendo-lhe que guardasse a sua espada (Jo 18.11).
4) Pedro negou a Jesus - Mesmo havendo andado com o seu Mestre, presenciando os milagres que Ele fizera e ouvindo Seus sermões ungidos, teve a audácia de negá-Lo por três vezes diante dos que o questionavam. A igreja, sem dúvida, fracassaria, se edificada sobre alguém que, um dia, patenteou tão grande medo diante dos seus criticadores.
5) Pedro ainda fazia diferença entre judeus e gentios (Gl 2.12-14) - O evangelho nunca atingiria o mundo perdido se a igreja tivesse alicerçada em alguém com tal ponto de vista. Estaria restrito apenas aos judeus. Isso deixa claro que a pedra é Cristo, a manifestação da graça de Deus que traz salvação a todos os homens (Tt 2.11) tornando-os um com Deus por meio do Seu sangue (Ef 2.14-20).
Nada poderá mutilar a Igreja cujo fundamento é Cristo, a pedra não apenas angular, mas também singular, única e imutável.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Memórias de uma vida solitária

No terrível cativeiro da solidão estava eu. Ainda vivo por ter esperança e acreditar nos sonhos meus. Não sucumbido por ainda servir e temer ao Senhor meu Deus. No deserto de uma vida solitária Ele tem sido a rocha ferida que brotou água para lavar a minha alma e saciar a minha sede; a nuvem que me abrigava das intempéries da vida e a coluna de fogo que me protegia da névoa do pecado.
Como nuvens que escondem o azul do céu é a solidão ocultando a esperança de um grande amor, o desejo de um sonhador, a vitória de um lutador e o destino de um viajante. Mesmo com o coração aflito, machucado, sorumbático, não deixa de crer em Deus e decide seguir avante! Por mais que nuvens ofusquem a formosura do céu azul, nunca ofuscará a ação daquEle que fez os céus para socorrer ao desamparado!
Como a neblina na calada da noite é a solidão a me envolver. Não há mãos que se estendam para me ajudar, não há ombro que se ofereça para eu chorar, não há olhos que me deêm especial atenção e não há ouvidos para me ouvir e me entender sem ter nada a questionar. Como o agitar das águas é o pobre coração que se agita com as dores inconsoláveis. Contudo, aquEle que habita no céu dos céus é o que consolará a minha alma, dolorida e entristecida.
Como a noite sem estrelas é a vida de quem se sente só. Pensamentos obscurecidos pela tristeza, caminhar marcado pela incerteza; lembrança dos bons tempos que não voltam mais, porém, mesmo com o coração ferido, não pensa em voltar atrás, pois confia no Deus vivo cuja presença lhe satisfaz.
Como a terra banhada pela chuva é rosto banhado em lágrimas; sozinho estou; como o prisioneiro esperando pela sua liberdade é a alma deste solitário esperando no Senhor. Como o homem apaixonado à espera de um grande amor assim sou eu esperando por alguém que me entenda tal como sou. Não obstante, ainda creio no milagre e como o sol que vai nascendo trazendo a claridade de um novo dia é o Rei da Glória, o Sol da Justiça, clareando em meu ser uma nova história, prescrita pelas Suas mãos e planejada por Ele ainda antes que eu nascesse.
Memórias de um coração solitário, que logo, logo sorrirá como nunca porque se alegrará com as proezas feitas por aquEle que, um dia, também esteve só e compreende-nos em meio de adversidades.
Por isso, podemos dizer ousadamente: O Senhor é o nosso ajudador; não temeremos, portanto, o que possa fazer o homem.