sábado, 15 de março de 2014

COMO DIZ A ESCRITURA

Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre - João 7.38

Afinal de contas, a que se referiu o Senhor Jesus ao dizer: "Como diz a Escritura"? Para que cresse nEle ou que um fluído de águas brotasse de quem O cresse? Bom, para respondermos a esta pergunta convém analisarmos, à luz da Sã Doutrina, as muitas referências bíblicas alusivas à água com suas devidas aplicações teológicas. 
Quando o Senhor Jesus falou acerca da água viva, isso disse Ele do Espírito que havia de receber os que nEle cressem (Jo 7.39). E é perfeitamente óbvio começarmos pelo livro do Gênesis onde o Espírito Santo encontra-Se relacionado com a água (Gn 1.2); outrossim, lemos no livro dos Salmos: Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo (Sl 46.4). O que vem a ser esse rio? Que correntes são essas? Entre muitas simbologias referente ao rio, pode-se destacar, neste contexto, a graça divina por meio da operação do Espírito Santo (Is 44.3), a qual, libera corrente de bençãos, tanto materiais como espirituais cuja fonte é o Senhor Jesus Cristo. 
Não para por aí. Em Ezequiel 47 lemos a respeito do ribeiro de águas tipificando purificação e vida espiritual abundante. Associando essas e outras passagens bíblicas a referência em apreço: "rios de água viva correrão do seu ventre, entendemos esta afirmação como resultado da fé genuína em Cristo e que a frase "como diz a Escritura" fala do crer no Filho de Deus. Em outras palavras, se crermos no Senhor Jesus de acordo com o testemunho das Escrituras a Seu respeito, gozaremos de vida plena no Espírito, simbolizado aqui pelo rio de águas vivas. 
A Escritura a que se referiu o Senhor Jesus é, certamente, o que chamamos de Antigo Testamento. A frase "como diz a Escritura" é, sem dúvida, uma exaltação a fidedignidade dos escritos vetero-testamentários, visto como Jesus fazia menção dela várias vezes (Mt 11.10; 12.1-4,39-42; 13.14; 21.15,16,42; 22.29-32; Mc 7.13; 14.49; Lc 24.44; Jo 5.39); também os apóstolos não fugiram a essa regra (At 1.15,16,20; 2.14-17,24-27; Rm 15.4; Gl 3.8; 1 Tm 5.18; Tg 2.23; 4.5,6; 1 Pe 2.6; 2.20,21; 1 Jo 3.12; Jd 5,7,11). Somos intimados a cremos no Filho de Deus conforme revelação criteriosa e inspirada da Escritura Sagrada. "Como diz a Escritura" significa dizer a inaceitabilidade de qualquer outra fonte literária a despeito da segunda Pessoa da Trindade em pleno descompasso com a santa Palavra de Deus, isto é, a verdadeira fé na verdadeira Palavra inspirada pelo verdadeiro Deus levando-nos às verdadeiras riquezas divinais em Cristo Jesus! 
A idéia contida aqui é que a fé genuína em Deus não se dissocia da doutrina bíblica, mas, ambas estão ligadas uma a outra. A Bíblia Sagrada contém uma descrição de Deus e dos aspectos do Seu caráter; a História simplesmente se prostra diante de tamanha incontestabilidade e o cristão redimido crê experimentalmente no testemunho do Senhor Jesus Cristo radicado na Palavra de Deus. Entendemos o crer, aqui,como de forma absoluta, ou seja, sem titubear quanto a veracidade do Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 

1) Na Escritura, Cristo é a semente da mulher (Gn 3.15) - Tanto ao primeiro casal como aos patriarcas, Deus falou acerca de uma semente (Gn 12.1-3; 26.1-4; 28.10-14). Semente esta, pela qual, todas as nações da terra seriam benditas. No Novo Testamento, Jesus comparou a Palavra de Deus a uma semente que, plantada em boa terra, frutifica abundantemente (Lc 8.11,15). Quando cremos em Cristo como a semente viva, a Palavra viva, recebemos no solo do nosso coração a presença refrigeradora do Espírito Santo que fluirá dentro de nós, tornando-nos férteis para o Reino de Deus; a semente veio para ser semeada e o Espírito Santo, qual água viva, para ser derramado sobre todo aquele que crê em Cristo "como diz a Escritura". 

2) Na Escritura, Cristo é o Pastor por excelência - Várias referências no Antigo Testamento dão corpo a esta verdade, no entanto, nos valeremos de uma: E levantarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as há de apascentar; ele lhes servirá de pastor (Ez 34.23). A referência a Davi é uma alusão profética a Jesus Cristo. No Salmo 23, o pastor é aquEle que,com desvelo, conduz as suas ovelhas "as aguas tranquilas" (Sl 23.2). Crer em Cristo, "como diz a Escritura" leva-nos a uma vida de omunhão com o Espírito Santo, experimentando do Seu poder consolador. 

3) Na Escritura, Cristo é o Servo-sofredor (Is 53) - Acerca do sofrimento do Messias,o profeta Isaías assim vaticinou: Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca... (Is 53.2). Jesus Cristo foi a raiz em plena sequidão de ignorância e incredulidade por parte de Seu povo (Jo 1.11). A terra seca é Israel e Jesus foi a raiz que sofreu a aridez da alta religiosidade dos descendentes de Abraão ao desejarem que O fosse crucificado (Jo 19.4-7). A terra arenosa do insano e do mórbido desejo de apagar a memória do seu Messias induziu o povo judeu a crucificarem o Salvador do mundo. Glória a Deus nas alturas, Ele ressuscitou! AquEle que é a raiz de Davi (Ap 22.16; ver Is 11.1) sobreviveu à terra seca para fazer de nós árvores plantadas junto a ribeiros de águas (Sl 1.3). Aleluia! 

4) Na Escritura, Cristo é o Senhor Eterno - O prometido Governante de Israel e das nações é descrito pelo profeta Miquéias como aquEle cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Mq 5.2). Não é limitado à morte como os homens, mas, o Deus Eterno (Jo 1.1-3). Ele prometeu aos que Lhe pedissem que daria o Espírito Santo (Lc 11.13), também chamado na Escritura de Espírito Eterno (Hb 9.14). Nenhum mortal, de si mesmo, conceberia tão inefável promessa. O Cristo das Sagradas Escrituras prometeu aos Seus água viva e quem dela bebesse não teria mais sede porque se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna (Jo 4.14). E o Senhor Eterno com promessas eternas e indizíveis. 

Na verdade, muitas outras descrições do perfil messiànico de nosso Senhor Jesus Cristo poderiam ser elucidadas aqui. No entanto, nos apropriamos destas reconhecendo o conceito das Escrituras estar acima de qualquer especulação ou teoria filosófica. Devemos crer no Filho de Deus e seguí-Lo não segundo os pensamentos vãos que sobejam por parte dos inimigos do Evangelho, mas, tão-somente "como diz a Escritura".

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