domingo, 24 de junho de 2018

Homossexualismo: certo ou errado?


Século 21. A era da pós-modernização, também chamada Idade Contemporânea. A Era da informatização, da Tecnologia, da Globalização. Uma época de grandes alvoroços na escala social. Nunca vimos uma sociedade tão perturbada e, ao mesmo tempo, confusa como esta. Perdida, em termos de valores, vivendo moralmente  em caráter regressivo com ideias, filosofias e argumentos vãos que nos fazem acreditar que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4). As palavras do Salmista se encaixam no contexto social, ora assinalado: “Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que poderá fazer o justo?” (Sl 11.3). À luz das Escrituras, sob a luz do Espírito Santo, deslindaremos um dos assuntos mais polêmicos da atualidade.

Começaremos pelo Livro do Gênesis. O texto sagrado assim nos diz: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Vamos analisar o texto por etapa. O presente versículo começa dizendo que Deus criou. A referida palavra, no original, descreve uma atividade que somente Deus pode realizar. É tirar do nada. É tornar existente o inexistente. Esta palavra aparece em Gn 1.1 para se referir à criação de um modo geral e também em relação à coroa de sua criação, no versículo em foco. Vejamos os aspectos desta atividade criadora:

1) Uma atividade resultante da vontade. A maravilhosa obra da Criação não é algo forçado. Se assim fosse, teríamos de aceitar que alguém maior do que Deus possa existir, pois, O teria forçado a criar todas as coisas. Deus, por sua livre vontade, criou a tudo quanto existe (Ap 4.11).

2) Uma atividade que testemunha a sua grandeza. Ao olhar a imensidão da criação, ficamos sobremodo admirados ao ponto de concluir a impossibilidade de que tudo tenha vindo do acaso. Quem coloriu os céus de azul? Quem colocou as estrelas no seu devido lugar? Quem suspende os planetas neste universo cuja amplitude some diante de nossos olhos? Toda a criação dá testemunho da grandeza de Deus (ver Sl 19.1).

3) Uma atividade soberana. Quem tem o poder de criar? Quem pode tirar o tudo do nada? Lavoisier disse: “Na natureza nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”. Esta frase deve ser entendida do ponto de vista humano, visto que a atividade criadora é algo inerente a Deus, o que prova a Sua soberania e majestade. Que necessidade havia de se criar céus, terra e tudo o que neles há? A resposta se atribui à soberania divina. Por sua soberana vontade Ele resolveu criar (ver Sl 33.6,9).

4) Uma atividade que mostra sabedoria. Aqui entramos no assunto a ser abordado. Aonde há sabedoria, há propósito, há desígnios. Todo o propósito de Deus se manifesta dentro da Sua justiça e santidade, dois parâmetros pelos quais Deus mede a conduta do homem. A criação de todas as coisas ocorreu “segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Logo, a instituição da família não seria diferente. Nos atenhamos ao texto sagrado: “E criou Deus o homem à sua imagem” (Gn 1.27). A que se refere esta imagem? Dentre muitos aspectos que podem ser destacados, iremos dar ênfase ao aspecto da moralidade. Por moralidade entende-se a capacidade de se conduzir sem perder a sobriedade, o equilíbrio e a sensatez, no cumprimento do que é certo e na repulsa ao errado. Deus criou o homem e o revestiu da moralidade, um dos aspectos desta imagem, sendo esta uma dentre muitas coisas que diferencia o homem dos animais. Estes, são movidos pela intuição; o homem, pela razão ligada aos traços morais. A imagem de Deus reside tanto no homem como na mulher, logo, tanto um como o outro possuem o dever da obrigatoriedade moral diante de Deus e de um para com o outro. Como assim obrigatoriedade moral? Significa que toda falta cometida exigirá punição, todo erro atrairá o seu castigo. Esta é a verdade que os homens sem Deus não enxergam.

Merece a nossa atenção a dualidade encontrada no presente texto: “Macho e fêmea”. Nenhuma junção é tão perfeita como esta a que nos referimos: homem e mulher. Nenhuma combinação se completa tão inteligentemente como o homem e mulher. Vale a pena ressaltar que em Gênesis 1.26 Deus disse: “façamos o homem”. No versículo 27, o vocábulo muda para o termo macho. A palavra “homem”, no original, indica “terra”, “rosado” (talvez indique a cor do barro de onde Deus formou a parte física do ser humano). De acordo com James Strong, esta palavra sempre aparece em contraste com uma mulher (ver Gn 2.18). No versículo 27, o vocábulo é outro. Ela aparece com indicativo de sexualidade. O termo “macho” aparece ali para indicar o sexo mais notável. O termo fêmea, embora usado para se referir a mulher (Gn 1.27; 5.2; Lv 12.5,7; 15.33; Nm 5.3), também é usado com referência à animal (Gn 6.19; 7.3,9,16; Lv 3.1,6; 4.28, 32; 5.6). O presente termo também é um indicativo de sexualidade, pois a palavra em estudo vem de uma raiz que significa puncionar, perfurar. Pelo que vemos, claramente Deus criou macho e fêmea, ou  seja, com sexo definido. A partir daqui, podemos invalidar todo o conceito que procura se engrandecer no meio social, apregoando que homem com homem e mulher com mulher se constitui uma família. Isso é totalmente contrário ao que Deus estabeleceu como padrão de vida e conduta para o ser humano.
Razões porque o homossexualismo e transexualismo é pecado

1. Tanto uma como a outra constitui-se num abuso contra Deus, tornando a Sua verdade em mentira (Rm 1.25). Tal pecado põe em descrédito a verdade essência da família, tentando afirmar que a junção homem e mulher é uma coisa antiquada, ultrapassada nos dias atuais.

2. Tanto um como o outro vão na contramão da natureza do relacionamento humano. Quando Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18), logo apresentou a solução prática para a necessidade do homem: “far-lhe-ei uma adjutora”. Para a necessidade do homem, no tocante ao convívio, ao afeto e outras coisas do gênero, Deus cria uma adjutora. Como já foi dito, toda a criação revela a sabedoria do Criador, aceitar como certo o que, aos olhos de Deus, é errado, evidencia insanidade moral, loucura, além de uma mentalidade perversa que contraria declaradamente a vontade de Deus.

3. Existe no ser humano o instinto da reprodução, conforme preceitua a Escritura Sagrada: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (Gn 1.28). Os animais, cada um conforme a sua espécie, colaboram com a perpetuação da sua espécie, na atividade reprodutora. Por que o ser humano deixará de cumprir esse papel? Biologicamente, o ciclo da vida se divide em cinco etapas: nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre. Como dois homens (ou duas mulheres) irão comungar e se reproduzir? Como será o mundo daqui a dez anos se tal relacionamento homoafetivo se torna aceito na escala social? O homossexualismo e o transexualismo são a vergonha da identidade humana, porque procura introduzir algo que não convém aos valores da família e despreza os princípios da conjugalidade.

4. O texto sagrado assim nos diz: “Com varão não te deitarás como se fosse mulher: abominação é” (Lv 18.22). De acordo com James Strong, o termo “abominação”, no original, é usado para indicar alguma coisa odiosa, identificando uma coisa de natureza ofensiva (ver Pv 8.7). Ela é oriunda de uma raiz que significa “repugnar”, “detestar”. Sendo assim, o referido pecado dilatado nesse artigo, é uma ofensa contra Deus. Em linguagem hodierna, algo nojento. Como amantes da Palavra de Deus, temos todas as razões para odiar tal pecado, haja vista que o próprio Deus aborrece tal tipo de coisa.

5. O conceito de macho e fêmea é tão imperativo na realidade humana que, num “casal” de dois homens, um deles fará o papel de mulher ou  mesmo num “casal” de duas mulheres uma delas se portará como homem. A isso damos o nome de perversidade. O Apóstolo Paulo, em Romanos 1.21-29, apresenta uma visão panorâmica desta realidade iníqua. Expressões como “concupiscências do seu coração” (Rm1.24), “paixões infames” (Rm 1.26), “torpeza” (Rm 1.7), “sentimento perverso” (Rm 1.28), dizendo, por fim: “estando cheios de toda iniquidade” (Rm 1.29). Estes adjetivos corroboram a natureza deste horrendo pecado bem como a severidade do juízo divino sobre os que tais coisas praticam.

Qual padrão aceito por Deus?

Enfim, qual deles é tido por aprovado por Deus? Homossexual, transexual ou heterossexual?

O homossexualismo se refere à junção de duas pessoas do mesmo sexo, incluindo aqui o lesbianismo, o relacionamento afetivo entre duas mulheres. Como já frisamos, constitui-se pecado, conforme nos ensina a Palavra de Deus, pois, Deus criou macho e fêmea (Gn 1.27). Quando se ajuntam legitimamente, através dos laços do matrimônio, se tornam uma só carne (Gn 2.24).

O transexualismo se refere ao que os estudiosos modernos chamam de “redesignação sexual”. É a adoção de um sexo oposto ao designado mediante tratamento cirúrgico. Tal tipo de coisa desrespeita e afronta a Deus como o Criador soberano de todas as coisas, pois, neste ato, viola-se o propósito criador de Deus e a Sua imagem neles embutida.

O heterossexualismo é o padrão mencionado nas Escrituras, pois, o prefixo grego heteros significa “outro de tipo diferente”. Aqui se completa a imagem de Deus, harmonizando duas diferenças, mas, ambas contendo a mesma imagem do Deus Criador. Homem e mulher, marido e esposa, macho e fêmea, pai e mãe, dualidades que revelam o real sentido da criação divina em relação ao homem. Uma se completa na outra. Diferentes, porém, uma só carne!

Independente de qualquer insulto levantado contra a Igreja, taxando-a de homofóbica, ficamos com a Palavra de Deus, verdadeira e infalível.


quarta-feira, 20 de junho de 2018

Entendendo o "nascer da água"

"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5), foi a resposta do Senhor Jesus à Nicodemos. O novo nascimento, ali ensinado por Jesus, era um mistério para aquele que era Mestre em Israel. Como sempre, o Mestre por excelência dando um "nó" na cabeça dos que se diziam entendidos da Lei. Ele é a Sabedoria perfeita e personificada de Deus e, portanto, somente Ele podia reprová-los quanto à sua ignorância e cegueira de entendimento. 


O que realmente significa "nascer da água"? Se ouviria ali uma nova doutrina? Imaginemos os fariseus, os saduceus, os escribas, mestres da lei, se mostrando profundos conhecedores da Torá, acostumados com a sua religiosidade; já se fazia 400 que Deus não levantava profeta para levantar com o Seu povo. Logo, tudo o que se via e ouvia eram cultos embasados no ritualismo religioso, preocupados tão somente com o ato litúrgico, mas, a verdadeira espiritualidade estava distante deles (ver Is 29.15). Nicodemos certamente estava incluído nessa lista. Achava que a vida religiosa por ele vivida, ensinada pelos seus mestres era o bastante, até ouvir do Mestre Jesus estas palavras: "... aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus" (Jo 3.3). Nascer de novo? Que conversa é essa? Nunca alguém nos falou tal coisa?! De que lábios saíram essas palavras? Dos principais de Israel? Não! Eles estavam preocupados com uma libertação política. Estar debaixo do jugo romano para eles era o ápice da questão. Quem disse tais palavras? Os sacerdotes? Não! Seus ofícios foram nocauteados pela rotineira obrigação de entrar no templo! Eles sabiam de tudo sobre como preparar um animal para o sacrifício, imolando-o, porém, precisavam saber do sacrifício oriundo da alma, imolar o "eu" para servir ao Deus Eterno sacrificial e voluntariamente. As tais palavras saíram dos lábios do Filho de Deus! É com razão que veremos Nicodemos perplexo com o ensinamento de Jesus. O que nunca se ouviu em nenhuma sinagoga, se ouviu ali, diretamente do Verbo Vivo. 

O que seria o nascer da água? Alguns estudiosos entram em questão acerca destas palavras. Contudo, é necessário analisarmos o sentido simbólico da palavra água. Ela aparece nas Escrituras com sentidos variáveis. Uma boa hermenêutica é indispensável na aplicação de suas simbologias variadas, sem ferir o contexto apresentado. Ela aparece ligada à juízo, ao lermos sobre o Dilúvio que inundou a terra (Gn 7.17-24); outrossim, aparece em conexão com a vida, quando o assunto é sede ( Gn 24.19; Ex 17.1; Nm 20.2;  Is 21.14; 55.1). Ela também indica estado de angústia e de muita aflição: "... tirou-me das muitas águas" (Sl 18.16; ver Is 43.2). Também aparece com uma conotação espiritual (Is 12.3; Ez 36.25). Também o próprio Deus é comparado à água: "... o Senhor, a fonte das águas vivas" (Jr 17.13). O Senhor Jesus segue no mesmo encalço: "Se alguém tem sede, que venha a mim e beba" (Jo 7.37). Como vemos, água, nas Escrituras, possui vários sentidos e, para tanto, convém analisar cada texto dentro do seu contexto de forma escrupulosa, com toda a perícia a fim de não acidentarmos o real sentido ali exposto. 

Alguns comentaristas acreditam que o "nascer da água" se refira ao batismo nas águas. Devemos ter em mente que Jesus estar falando de nascimento, isto é, de vida. Ele se refere à uma concepção do ponto de vista espiritual. A presente passagem não pode se referir ao batismo, visto que este já é um símbolo e seria fora de contexto Jesus usar um símbolo para explicar outro símbolo. Logo, há uma distância considerável entre o "nascer da água" e o batismo nas águas. Que sentido pode ser dado à água neste contexto? Vamos começar pelo ponto de que o novo nascimento aparece ligado ao Reino de Deus (Jo 3.3,5), logo, vai além do batismo em águas, como muitos supõem que sejam. Muitos esquecem de observar que a água aparece indicando purificação (Ef 5.26; ver Tt 3.5). O justo é como árvore plantada junto à "ribeiros de águas" (Sl 1.3; Jr 17.8). Águas que regam as suas raízes, dando-lhe sustentação, fazendo com que ela cresça.

Se o "nascer da água" se referisse ao batismo, o que dizer dos santos da velha aliança que foram fiéis a Deus, mostrando exemplo de virtude? O escritor da Carta aos Hebreus faz honrosa menção a muitos dele no capítulo 11. O batismo é um emblema, um representativo da salvação, mas, não possui nenhum efeito salvífico. O nascer da água refere ao nascer por meio da Palavra de Deus, que é "viva e eficaz" (Hb 4.12). O Apóstolo Paulo diz que o Evangelho é o poder de Deus (Rm 1.17). Mais que letras, é a operação divina através da Palavra para que sejamos gerados em Cristo.

Este nascimento nos garante o acesso no Reino de Deus. As palavras "ver" (Jo 3.3) e "entrar" (Jo 3.5), são uma forte indicação disso. É necessário "nascer de novo" para ver o Reino de Deus (contemplá-lo, desejá-lo através da fé viva e operante enraizada na Palavra) e para entrar nele (desfrutá-lo plenamente, ao receber a "redenção do nosso corpo" - Romanos 8.23). Vale a pena salientar que por se tratar do novo nascimento, trata-se de uma nova vida, da parte de Deus na vida daquele que se arrepende verdadeiramente. Há uma relação do autêntico cristão com a Palavra. O cristão anda por fé (2 Co 5.7), sim, a fé enraizada na Palavra de Deus (Rm 10.17). Pelo que vemos, ele nasce da Palavra e da renovação feita pelo Espírito Santo. Essa dualidade é vista nas Escrituras. Os homens erram não conhecendo "as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29); as palavras do Senhor Jesus são "espírito e vida" (Jo 6.63); a Palavra de Deus é "viva, e eficaz" (Hb 4.12); devemos crescer "na graça e no conhecimento" (2 Pe 3.18). Convém ao cristão, ao discípulo, obedecer à Palavra, pois a obediência à ela é o elo que no une ao Espírito. Não há como dissociar um do outro, embora, muitos em sua ignorância não atentam para isso.

Sejamos apaixonados pelas Escrituras! Tenhamos comunhão com o Espírito Santo! Sejamos amantes da Palavra! Conservemos em nós a verdadeira espiritualidade!

Amém e amém!