domingo, 9 de agosto de 2015

A possibilidade de perder a salvação

Muitas pessoas dentro da Casa de Deus ainda se assustam ou não querem aceitar como homens ou mesmo mulheres que vivem uma vida depravada nem se assemelham a vida fervorosa no Espírito que viviam antes quando serviam a Deus. Teve experiências com Deus aos olhos de muitos, invejáveis. Hoje, é grande o espanto quando vemos o quadro dessas pessoas, agora, afastadas da presença de Deus, algumas vivendo de maneira blasfema do Evangelho como se nunca tivesse experimentado gloriosa transformação antes. 
Mas, o que a Bíblia diz sobre isso? Pessoas que eram cheias do Espírito Santo e dos Seus ricos dons vivem agora num verdadeiro desdém àquilo que professavam na vida de outrora. Muitos, não aceitam isso; outros, colocam sua própria fé em questão; já outros, partem do extremo, desacreditando na veracidade da Palavra de Deus e com isso, tornam-se incrédulas em tudo e com tudo, adotando um senso crítico em demasia. 

A Palavra de Deus é enfática quanto a isso. Ao tempo que ela contém promessas que apontam como condição precípua a obediência, também encontramos sérias advertências, tanto uma como a outra dirigidas ao cristão, de modo que ele permaneça na posição de salvo em Cristo. O Apóstolo Paulo diz: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Co 10.12). Esta passagem bíblica, além de comprovar a possibilidade de perder a salvação em Cristo, reprova a doutrina da predestinação fatalista, pois, "estar em pé" evoca o sentido de "permanecer de pé" e para tal permanência é necessário seguirmos os requisitos bíblicos para que a nossa salvação seja progressiva. Pelo que vemos, isso envolve compromisso do homem para viver em consonância com o que ensina a Escritura Sagrada. Do contrário, o tal cristão corre o risco de cair na perdição. 

O escritor da carta aos Hebreus assim nos diz: "Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel para se apartar do Deus vivo" (Hb 3.12). A possibilidade desta terrível perca de salvação pode acarretar a todos nós quando o escritor sagrado diz "se apartar do Deus vivo", termo que dá conotação para a apostasia. A este fator estamos todos vulneráveis, cabendo a nós a admoestação bíblica: "olhai, vigiai, e orai" (Mc 13.33). As cinco horas de oração por dia não significa que "jamais" nos afastaremos da presença de Deus e de sua comunhão. Orar no monte todos os dias, da meia-noite até o dia amanhecer  ou coisa do tipo não é sinal de "nunca" perderemos a salvação. A referência bíblica de Hebreus 3.7-19 mostra a forma cuidadosa como o escritor se dirige aos cristãos a fim de que previnam seus corações da incredulidade, da negligência, sabendo que isto pode levar à ruína espiritual. O mesmo alerta continua válido nos dias atuais: SEJAMOS VIGILANTES!

Atentemos para o que disse o apóstolo Paulo: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Tm 4.7). Leiamos o que ele disse: "guardei a fé". Guardar para que não se perca, guardar para que ninguém roube. Guardar a fé traz a ideia de preservar a sua relação com Deus visto que sem ela não podemos agradá-Lo (Hb 11.6), outrossim, "tudo o que não é de fé é pecado" (Rm 14.23). Para não desvanecermos, nem tampouco nos afastarmos de Deus e de Sua comunhão, é necessário "guardar" a fé. É por ela que andamos segundo a vontade de Deus (2 Co 5.7). Que isso é verdade está comprovado nas palavras do escritor da Carta aos Hebreus: "Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Hb 10.38). Se não houvesse possibilidade de perder a salvação, para que necessidade dessas admoestações? Inúmeras referências bíblicas comprovam a possibilidade de sairmos da presença de Deus, e, consequentemente, perder a vida eterna. No Salmo 91, por exemplo, Deus promete livramento dos laços do diabo aos que O amam encarecidamente (Sl 91.14). Ora, livramento é para quem estar sujeito a cair numa armadilha; mais uma vez temos provada a necessidade de nos apegarmos a Deus a fim de que Ele nos guarde, segundo o salmista ainda diz: "Eles te sustentarão nas suas mãos... " (Sl 91.12). Sustentar para não cairmos, sustentar para não resvalarmos o nosso pé da posição de crente salvo "em Cristo". Mesmo desfrutando de uma vida espiritual com Deus, a nossa natureza humana ainda é tendenciosa a pecar até que chegue o dia em que receberemos e alcançaremos "a redenção do nosso corpo" (Rm 8.23).

Portanto, fica a referência bíblica para todo o povo de Deus: "Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hb 4.16)


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