sexta-feira, 30 de abril de 2010

As três evidências do novo nascimento

E ele, deixando tudo, levantou-se e O seguiu (Lc 5.28)

É gratificante sabermos que, em nosso país, o número de evangélicos cresça desenfreadamente. Porém, é lamentável saber que uma boa parte destes não sejam cristãos como as Escrituras nos ensinam. Escândalos e mais escândalos, pecados e mais pecados, fatores que tentam mutilar a identidade da Igreja de Cristo ante a sociedade moderna e desviada de Deus. Pastores que, ao perderem o temor de Deus, distorcem a Sua Palavra, enganando os fiéis, ludibriando-os com palavras lisonjeiras apresentando aos seus ouvintes um "evangelho fácil".

É hora de mudarmos isso partindo do pressuposto bíblico que todo aquele que não nascer da água e do Espírito não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3-5). Escolhendo a Abraão e fazendo-lhe promessas, mostrou-lhe o Senhor que atitude ele deveria tomar: "Sai-te da tua terra..." (Gn 12.1). Não obstante o referido acima, vamos tomar como exemplo Mateus - ou Levi, conforme registrado em Lucas - ele é um dos grandes ícones no que respeita a obra da regeneração na vida do ser humano. Nele encontramos as três preciosas manifestações do novo nascimento:1) Renúncia ("deixando tudo"), 2) Convicção ("Levantou-se") e 3) Compromisso verdadeiro ("e O seguiu").

O Senhor se agrada de todo o que se achega a ele na atitude decisiva de renunciar tudo o que for preciso para viver em comunhão com o Senhor: "... se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo..." (Mc 8.34). Há quem pense que o primeiro dos inimigos a quem devemos resistir para seguir a Cristo é Satanás, o tentador. Ledo engano! O primeiro dos inimigos é o nosso próprio eu: negue-se a si mesmo". Ora, vaso pra ser cheio é preciso estar vazio. Desta forma, quem deseja ser cheio de DEUS deve-se esvaziar do EU, prepotente e presunçoso. Como fez Levi, é preciso deixar "tudo"; tudo o que é embaraçoso, tudo o que pende para a vaidade, para a depravação, para o egoísmo', para a maldade, enfim, nos despojar de toda a espécie de pecado a fim de que sobre e dentro de nós habite a soberana presença de Deus, qual tesouros em vasos de barro( 2 Co 4.7).

A segunda atitude tomada por esse futuro apóstolo ao ouvir o Mestre dizer-lhe: "Segue-me" (Lc 5.27) chama-se convicção. Na convicção com que Abel apresentou uma excelente oferta ao Crisdor (Gn 4.4; Hb 11.4), com que Abraão, ouvindo a voz do Deus desconhecido, obedeceu-O saindo sem saber para onde ia (Gn 12.1-7; Hb 11.8), com que Moisés, por intermédio d' uma divina revelação, guiou a nação eleita pelo deserto no espaço de quarenta anos, na convicção com que Elias enfrentou quatrocentos e cinquenta profetas de Baal mostrando que Javé é o unico e verdadeiro Deus na instrumentalidade do fogo que incendiou o altar (1 Rs 18.31-39), com que o filho pródigo, cônscio da penúria em que se encontrava, decidiu voltar ao lar paternal (Lc 15.16-25), é nessa mesma atitude que devemos nos "levantarmos" diante dEle declarando-nos prontos para serví-Lo.

Mateus não somente deixou tudo para trás, tampouco levantou-se daonde estava, além disso, ele SEGUIU o Mestre! Ele se comprometeu em ser um servo leal e submisso a Cristo; já não era mais o cobrador desonesto de outrora; a terna voz do Divino Mestre, soando em seus ouvidos e alarmando no interior da sua alma, o transformou de coletor de impostos em coletor de almas para o Reino de Deus!

Que essa poderosa transformação ocorra na vida de muitos que se julgam cristãos e não são, se intitulam servo, portando-se como se não tivesse um Senhor, se achando filhos, porém desobedientes ao Pai Eterno. Sim, que essa transformação possa urgir na vida de muitos que estão dentro da Casa de Deus, fazendo-os voltar aos primórdios da vida Cristã elucidados na Escrituras Sagradas!

Os descedentes de Judas Iscariotes - Mt 26.48

Analisando minuciosamente a história da Igreja, desde os seus alvores, perceberemos que, entre muitos fiéis e conservadores de uma santa piedade, sempre houve aqueles que não amam a Palavra de Deus. Sempre houve o joio no meio do trigo! O bode no meio das ovelhas! A Bíblia Sagrada, ao falar dos grandes ícones de Deus na terra, exemplos de devoção, fé, obediência e persistência, também menciona péssimos exemplos de pessoas, dos quais, podemos exaurir preciosas lições para a vida cristã. Agora, vamos aprender com Judas Iscariotes.

Mateus descreve a condição espiritual deste apóstolo em poucas palavras: "E o que O traía..." (Mt 26.48). O verbo "traía" encontra-se no pretérito perfeito. Significa que Judas traiu o Senhor não somente na hora em que ele O beijou; pelo contrário, esse ato já hávia dominado seu coração. Também não foi traidor desde o começo do seu ministério apostólico, pois, João, corrobora essa afirmação da seguinte forma: "... Judas Iscariotes... o que HAVIA de traí-Lo..." (Jo 12.4). Judas Iscariotes morreu, mas os seus descedentes espirituais ainda estão por aí, providos das mesmas qualidades que ele tivera ao vender o seu Senhor. Segundo as Escrituras, ele era:

1)Infiel: Então, um dos seus discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais dos sacerdotes, e disse: que me quereis dar, e eu vô-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. E, desde então, buscava oportunidade para O entregar (Mt 26.14-16) - Judas desonrou o seu compromisso como servo menosprezando o seu Senhor; como obreiro, negociando o Dono da Obra e como apóstolo traindo aquEle que lhe fez a vocação. A falta de um fervoroso e constante compromisso com a Palavra constitui-se infidelidade ao Eterno; e o Senhor não Se agrada de quem é infiel para com Ele.

2)Ladrão: Vendo que Maria ungiu os pés de Jesus com unguento (Jo 12.3), externou Judas a sua insatisfação: por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava (Jo 12.5,6) - A insensibilidade de Judas no que tange ao bem social tinha sua evidência no interesse exagerado pelo dinheiro (1 Tm 6.10). Seus descedentes também se manifestam desta forma. Não caiamos, porém, neste mau exemplo; mais do que nunca devemos nos portar com vigilância a fim de não sermos apanhados neste laço diabólico.

3)Hipócrita: Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair. Então os discípulos olhavam uns para os outros, SEM SABER DE QUEM ELE FALAVA" (Jo 13.21,22) - Em momento algum, os apóstolos puderam notar a dupla personalidade de Judas. Camuflado na hipocrisia, fez com que nenhum dos onze percebessem a sua real identidade. Porventura não são muitos os que procedem desta forma em nossos dias? Falsos, demonstrando temor do Senhor, mas não passa de um pervertido na Casa do Deus vivo! Deus tenha misericórdia dos tais!!!

Se quisermos, de fato, galgar as bem-aventuranças, devemos, então, guardar a Palavra de Deus (Sl 119.11), andar em "novidade de vida" (Rm 6.4) e fazer parte da geração que busca a face do Deus de Jacó (Sl 24.6). Traidores do Mestre jamais!!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

TELEVISÃO OU "TIRA VISÃO"?

Vamos falar sobre um assunto que tem gerado muita polêmica, mormente no meio evangélico: televisão. Neste tablado discursivo no que tange ao tema supracitado encontramos pessoas trazendo como evidência própria tantas opiniões, diversas e conflituosas, certo que a maioria de nossos irmãos na fé, em razão de falta de entendimento e de discernimento, não sabem separar o certo do errado, o santo do profano, o puro do impuro, ou seja, não estão colocando as coisas no lugar que deveriam estar.
As divergências de opiniões são bem notórias: uns, tomados por um excesso de radicalismo, refutam, por demais, o uso da Televisão em casa achando que ela seja "o diabo dentro do próprio lar"; outros, liberais ao extremo, pertencem àquela classe que "come tudo o que vem à mesa", isto é, tudo para eles é valido e não há nada que se considere inútil. Há, contudo, aqueles que, providos de um bom entendimento, procedem de forma moderada naquilo que vê, adotando para si o que é proveitoso, refutando, porém, as coisas reprováveis.
Não obstante essas manifestações de "crenças" (se é que assim posso definir), podemos notar os péssimos resultados provenientes do assunto em pauta. A imoralidade germinada no coração de muitos seres humanos, a rebeldia e contumácia dos filhos aos pais, influenciados por programas descabidos destituídos de toda a moral, induzindo a juventude desta era pós-moderna ao caminho da perversidade. Sem se falar da sensualidade que tem desmoronado lares, destroçado relacionamentos, enfim, causando muitas desgraças, aonde o certo virou errado e vice-versa. O que fazer? A televisão está em nossa casa e, com ela dentro de nosso próprio lar, podemos assistir ao que quisermos desde que tenhamos controle próprio acerca disto. O pecado não está nesta invenção tecnológica e sim no conteúdo que, por meio dela, são transmitidos até nós. A Bíblia diz: "Não meterás pois abominação em tua casa..." (Dt (7.26). A abominação, aqui, não consiste em ter um aparelho de TV em casa, mas, em permitir que programas ilícitos possam invadir nossos lares tirando a essência de Cristo e mutilando a família cujo fundamento está em Deus.
Esta é a grande verdade: quem não souber dominar o uso da televisão em sua casa, logo, será dominado por ela. É hora da sociedade moderna abrir os olhos quanto a estes fatores e, inclusive, a Igreja do Senhor Jesus Cristo, pois, quem muito se apega a televisão vive apenas a fantasia, deixando de viver a realidade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Bíblia em nossos dias - Jo 5.39

Escrevendo a seu filho na fé, Timóteo, o apóstolo Paulo vaticinou sobre os tempos trabalhosos que viriam (2 Tm 3.1); não é erro afirmar que uma das marcas destes tempos é exatamente a disseminação das falsas doutrinas completamente fora dos ditames bíblicos. O perigo dos falsos ensinos deve-se somente ao fato das revelações proféticas atinentes a apostasia se cumprirem? Isto e muito mais! Uma outra evidência é o uso incorreto das Escrituras Sagradas.
A má interpretação dos textos sagrados, o perigo de ser ludibriado por falsos doutores que distorcem a Palavra de Deus e a falta de manuseio da mesma são fatores bem patentes nos dias hodiernos. Infelizmente, a Igreja Evangélica Brasileira não foge à esta realidade. Grande parte dos cristãos possuem dificuldades na leitura e interpretação da Bíblia; isso não é nada bom. E como se não bastasse, colocam esta dificuldade como um "bom motivo" para abrir mão da Santa Palavra do Senhor.
Esta é a razão porque muitos são facilmente "levados em roda por todo o vento de doutrina" (Ef 4.14): falta de compromisso com a Palavra de Deus!!! Numa pesquisa feita nos EUA, George Barna, célebre pesquisador, pôde extrair a triste situação dos evangélicos neste País. Nesta pesquisa, ele constatou que:

1) 93% das residências pesquisadas possuem um ou mais exemplares da Bíblia;

2)12% dos entrevistados garantiram ler as Escrituras todos os dias;

3)57% confessaram que passaram mais de uma semana sem ler a Bíblia;

4)31% acreditam que o dito popular "Deus ajuda a quem cedo madruga", está nas páginas da Bíblia;

5)48% acreditam que o livro de Tomé - um livro apócrifo - é um dos 66 livros que compõem a Bíblia cristã;
6)52% não sabiam que existe o livro de Jonas;

7)58% desconhecem quem pregou o Sermão do Monte.

Estaremos vulneráveis a grandes perigos se não atentarmos diligentemente para o Livro de Deus e nem obedecermos ao Deus do Livro! Não é exagero dizer que a Igreja Evangélica no Brasil esteja praticamente na mesma situação mencionada acima. Jesus disse: "Examinai as Escrituras..." (Jo 5.39), todavia, o que muitos fazem é apenas uma leitura incorreta e irrefletida. Esta situação, tão degradante, mostra o quanto a Palavra de Deus está sendo relegada a uma posição inferior, invalidada; enquanto isso, os falsos movimentos que se dizem bíblico-teológico estão por aí, enganando a muitos que não possuem o verdadeiro mastro da Palavra do Senhor.
Alguém já disse que a Escritura Sagrada é qual veneno de cobra: aplicada na medida certa é remédio, do contrário, pode tornar-se veneno letal. Usemos, portanto, a "Espada do Espírito" (Ef 6.17), pois, como Igreja, não podemos mais ficar displicente quanto ao uso da Palavra de Deus, pelo contrário, devemos, antes e mais do que tudo, nos ocuparmos nela; pois ela é a fonte de sabedoria e de entendimento para uma vida agradável ao Senhor dos Exércitos.

domingo, 4 de abril de 2010

Quem tem promessa não morre. Verdade ou mentira?

"Quem tem promessa não morre". É o grito impolgante de muitos pregadores nos púlpitos de nossas igrejas esperando a euforia dos seus ouvintes ao proferirem tais palavras. Mas, será que é exatamente assim? O que a Escritura Sagrada nos diz acerca disto? Ora, Deus é soberano, e não tem obrigação de fazer coisa alguma, pelo contrário, Ele faz o que bem parecer aos Seus olhos e não há ninguém que lhe questione dizendo: "Que fazes?" (Dn 4.35)
Quantos crentes sistematizando a Pessoa divina do Criador! Quantos impondo regras para Deus cumpri-las como se Ele fosse devidamente obrigado a fazer o que lhe pedimos! Jó é um exemplo disto; por ele ser justo, achava que tinha todo o direito de requerer do Senhor alguma coisa. Contudo, o seu Redentor que vive para sempre (Jó 19.25), mostrou que não era como ele pensava (Jó 38-41).
Devido a má interpretação das verdades bíblicas, tem surgido conceitos, os quais, aparentemente, possuem fundamento bíblico. Há razão para tanto. Entre essa incoerências vemos o que se tornou popular no meio evangélico: "Quem tem promessa não morre". É hora de dar um basta nisso e concertar esse teor tão errônio que grassa em nossas igrejas. Devemos fazer nossos irmãos em Cristo entender que as promessas de Deus são condicionais, ou seja, para vermos elas se concretizarem será necessário OBEDIÊNCIA, atitude essa que deve partir de nós: "Se ouvires atento a voz do Senhor..." (Êx 15.26), "... se diligentemente obedeceres aos meus mandamentos..." (Dt 11.13), "... se ouvires a voz do Senhor, teu Deus..." (Dt 28.1), "Se quiserdes, e ouvirdes... " (Is 1.19), "Se alguém ouvir as minhas palavras..." (Jo 12.47), "Se estiverdes em mim..." (Jo 15.7), "Se guardardes os meus mandamentos..." (Jo 15.10), "... se fizerdes o que eu vos mando..." (Jo 15.14), "Se Cristo está em vós..." (Rm 8.10), "... se alguém está em Cristo..." (2 Co 5.17), "... se andarmos na luz..." (1 Jo 1.7). A condicional se mostra que cabe a nós andarmos em obediência se quisermos que as bençãos de Deus nos alcance (Dt 28.2), pois, a obediência é a ponte que conduz o homem ao sucesso.
"Quem tem promessa não morre. Verdade ou mentira?" Isto depende exclusiva e particularmente da pessoa que recebeu de Deus a promessa. Se ela viver em absoluta conformidade com a genuína Palavra de Deus perseverando nela fervorosamente e permanecer no lugar que o Senhor lhe colocou sem se desviar para a esquerda ou para a direita, certo é que o tal não morrerá e aquEle que lhe fez a promessa o achará por digno das Sua ricas bençãos. Do contrário, se o cristão não atentar diligentemente para os ensinos das Escrituras, vivendo dissolutamente diante do Senhor andando segundo este mundo de pecados, estará propenso a dolorosas consequências que poderá levá-lo a morte.
Cabe a nós, portanto, pensar da seguinte forma: "Estou realmente obedecendo ao meu Deus?", "Estou fazendo, com inteireza de coração, a Sua vontade?", "Estou procurando agradá-Lo em tudo?", "Estou fazendo por onde se merecedor das Suas promessas em minha vida?"; "examine-se pois o homem a si mesmo..." (1 Co 11.28). Mais antes examinarmos a nós mesmos do que, sem razão alguma, murmurarmos contra o Senhor. A Palavra de Deus é enfática: benção nenhuma virá a nós se não passarmos pelo estreito corredor da OBEDIÊNCIA.